sexta-feira, novembro 28, 2003

Doh!

Num espírito de serviço público, este blog revela os nomes completos da família Simpson:


Homer Jay Simpson



Marjorie Bouvier Simpson



Bartholomew Jo-Jo Simpson



Lisa Marie Simpson



Margaret Simpson


Como bónus, aí está o nome completo do dono do Kwik-E-Mart:


Apu Nahasapeemapetilon


E como segundo bónus, aqui estão as três frases que, segundo Homer J. Simpson, podem ser utilizadas para resolver qualquer situação difícil na vida:

* Cover for me!
* Oh, good idea, boss!
* It was like that when I got here.

quarta-feira, novembro 26, 2003

O que é que o cu tem a ver com as calças

Ontem passou na tv uma xaropada chamada no original I am Sam (o Sean Penn muito convincente a fazer de atrasado mental - bastou-lhe decorar as deixas). Em português a coisa chama-se A Força do Amor.
Curioso, fui tentar perceber se outros países sofriam da doença de dar nomes estúpidos aos filmes ou se é só defeito nosso. Eis os resultados da rápida pesquisa: em França o filme chama-se Sam je suis Sam, em Itália Mi chiamo Sam, na Alemanha Ich bin Sam e em Espanha La fuerza del amor. Mentira: em Espanha chama-se Yo soy Sam.

sexta-feira, novembro 21, 2003

Contra o regresso do lápis azul



Depois de certos poderes estabelecidos terem obrigado ao encerramento do célebre blog Muito Mentiroso, eis que as forças maléficas da extrema-direita encapotada e fascizante que ainda pairam na nossa sociedade alcançam mais uma vitória: conseguiram que o Mais ou Menos Mentiroso se visse também obrigado a fechar as portas.

Mas justamente por essa sombra da censura salazarenta continuar ainda hoje a ameaçar a democracia no nosso país é que a existência de órgãos de informação independentes de poderes e corporações se faz necessária. Por isso, eu e o Pi Nóquio continuaremos a nossa cruzada contra aqueles que nos querem calar, no novo blog PSICOTAPA, que já começou a vomitar as verdades que muita gente conhece, mas que ninguém se atrevia a divulgar.

quinta-feira, novembro 20, 2003

E ainda mais um momento shakespeariano



"The first thing we do, lets kill all the lawyers."

Henry VI, Pt II, act 4, scn 2
REM

Estou a ouvir "The Best of REM - In Time 1988-2003". O álbum é quase todo excelente (Tiberius, posso usar este adjectivo?), mas gosto sobretudo das fenomenais (posso?) The Great Beyond, Daysleeper, Electrolite e Nightswimming.

quarta-feira, novembro 19, 2003

Outro momento shakespeariano



"Men at some times are masters of their fates:
The fault, dear Brutus, is not in our stars but in ourselves
That we are underlings."

Julius Caesar, act 1, scn 2

terça-feira, novembro 18, 2003

Um momento shakespeariano



"For there never was yet philosopher
That could endure the toothache patiently."

Much Ado About Nothing, act 5, scn 1
Publicidade gratuita

Butter Cookies, da Dan Cake.

segunda-feira, novembro 17, 2003

Alta Arte
Bill e Lenin

Muitos são os cumprimentos e felicitações que tenho recebido por ter provado em Portugal que era possível escrever sobre o filme "Dogville", de Lars von Trier, sem mencionar Brecht. As pessoas agradecem-me e pedem que escreva mais sobre cinema.



Pois bem, vou então exorbitar sobre dois filmes que vi ultimamente. Um é "Kill Bill", de Quentin Tarantino. Um filme muito tarantínico, com uma história bem engendrada, uma narrativa recortada interessante, personagens bem sacados, mortes originais e irónicas, boa banda sonora. Graficamente falando, este deve ser o melhor filme do realizador, mas no global, não está ao nível de um "Pulp Fiction" ou de um "Cães Danados". Em termos de diálogos, um dos grandes atractivos nos filmes de Tarantino, o "Kill Bill" é mais fraco do que esses outros dois. É mais porrada e menos conversa.



O outro é "Good Bye, Lenin!", de Wolfgang Becker. Um filme imaginativo sobre a queda do Muro de Berlim, com momentos muito engraçados (as ideias do protagonista para esconder a realidade da sua mãe, que despertara do estado de coma em plena Berlim Oriental pós-RDA, são hilariantes). Mas esta é daquelas comédias que é mais do que isso, não só por ter momentos tocantes (os actores são muito bons), mas porque nos faz pensar na relativização das coisas, imaginar como teria sido o mundo se o comunismo tivesse triunfado, com os países do Leste da Europa a ajudarem as vítimas do capitalismo, sistema entretanto arruinado... Não é louco?

Resumindo e concluindo, estes dois filmes, na escala de estrelinhas do Vostradeis, levam ambos * * * * (quatro estrelinhas - de zero a cinco).
Flashback

"A vida podia ser mais bonita se nos beijássemos com língua mais vezes".
Ernesto, 16 de Maio de 2003
A selecção em Aveiro

Fui à inauguração do novo estádio de Aveiro e achei piada às monumentais vaias ao Scolari e ao Madaíl. No fim do jogo, depois de uma nova exibição deprimente da selecção, também os jogadores não escaparam às justas manifestações de descontentamento dos adeptos.
Um a um, jogaram assim:
Ricardo - sem confiança e nervoso (no Sporting também).
Miguel - não foi dos piores, mas Paulo Ferreira é melhor.
Rui Jorge - indiferente. Não aquece nem arrefece.
Jorge Andrade - o melhor central português, juntamente com o Ricardo Carvalho. Só Scolari não percebe que formam uma das melhores duplas de centrais da Europa, porque são rápidos, posicionam-se bem, jogam bem de cabeça, não são faltosos e sabem sair a jogar.
Costinha (ou Tostinha, como vi escrito num jornal) - longe da forma do ano passado.
Deco - Discreto, mas com apontamentos só para predestinados.
Rui Costa e Figo - um embuste, uma fraude, uma mentira; Figo já foi, nos tempos do Barcelona, um dos 5 ou 6 melhores jogadores do mundo. Hoje é uma sombra, uma caricatura: a exibição com a Grécia foi constrangedora, deu pena vê-lo sem velocidade para ganhar sprints aos adversários, sem explosividade, sem capacidade no um-para-um, sem visão de jogo, sem pontaria, complicativo... Rui Costa, ao contrário de Figo, nunca foi um grande jogador: acontece apenas que é muito sobrevalorizado, sobretudo pela imprensa desportiva de Lisboa.
Luis Boa-Morte - mal tocou na bola e quando o fez perdeu-a
Pauleta - marcou um bom golo e falhou outros. É dos mais esforçados e inconformados, mas não é um grande ponta-de-lança.
Rogério Matias - Não há muitos defesas-esquerdos em Portugal, mas convocá-lo diz quase tudo sobre Scolari.
Simão - espevitou a equipa nos primeiros 10 minutos da segunda parte. Depois desapareceu.

quinta-feira, novembro 13, 2003

Pastéis de vento
pérolas da sabedoria zen



O homem que alcança o domínio de uma arte revela-o em cada um dos seus actos. O matador José Castelo Branco domina a arte da tauromariquice.

quarta-feira, novembro 12, 2003

O estádio Mário Duarte, em Aveiro, vai deixar de ser utilizado pelo Beira Mar. O estádio das Antas, no Porto, vai ser demolido. Alguns dos mais belos e preciosos momentos da minha infância e juventude foram passados ali, sempre na companhia do meu pai. Às Antas íamos ver o FC Porto com alguma regularidade, aos domingos (quando os jogos ainda eram sempre aos domingos): saíamos de Aveiro depois do almoço, a bordo do nosso Dyane ou Visa (a fidelidade do meu pai à Citroen mantém-se até hoje), entrávamos e saíamos da auto-estrada, passávamos a Avenida da República, em Gaia, atravessávamos a ponte da Arrábida e seguíamos em direcção à Avenida Fernão de Magalhães, junto ao estádio e onde se sentia já o ambiente do jogo. Deixávamos sempre o carro numa ruela meio perdida a 500 metros do campo e caminhávamos para as bilheteiras, eu já totalmente dominado por aquela excitação infantil (que ainda hoje prevalece) à medida que o barulho dos adeptos e a cor das bandeiras se apoderava dos nossos sentidos.
Penetrávamos naquele monstro de betão e era arrepiante e arrebatador o primeiro vislumbre do relvado, a partir ainda das entranhas do estádio. E assim se foi moldando uma paixão absolutamente inquebrável com o FC Porto, ao mesmo tempo que eu e o meu pai vivíamos aquele perene amor entre filho e pai.
O FC Porto e o Beira Mar chegaram ao fim de um ciclo das suas histórias, ao abandonarem os seus antigos campos. Mas também para mim a demolição das Antas e o abandono do Mário Duarte representa o fim de qualquer coisa.

terça-feira, novembro 11, 2003

Mitos familiares

Sobre os homens e as mulheres


2 – Vida Social. Este segundo capítulo da minha obra (tipo Matrix, se o pessoal pedir ainda se faz mais um texto, estendo até ao ridículo o conflito com as máquinas) é dedicado à visão diferente que homens e mulheres têm da vida social. Há várias vertentes mas, normalmente, caem no mesmo axioma. “Amigo das minhas amigas o marido pode ser mas eu nunca serei amiga dos teus amigos”. Passo a explicar: as relações sociais são pautadas em função de um conjunto de premissas que envolvem questões como utilidade ou companhia. Para uma mulher, uma amiga tem de ser útil nalgum momento ou então deve ser daquelas que está sempre presente. Para os homens, as amizades medem-se mais pela relação de lealdade existente entre as duas partes. Enquanto traficante de livros e fotocópias na universidade, vivi numa residência estudantil masculina onde as relações de amizade perduraram além do curso, apesar de não estarmos presentes, uns para os outros. Se alguma vez precisar de algo dessas pessoas sei que eles moverão mundos para me satisfazer. E o mesmo sucede em sentido contrário.
Agora, no caso das mulheres, poucas são as relações que permanecem depois de uma mudança de cidade. O comodismo pessoal e a necessidade utilitária das amigas leva-as a transferirem essas carências para a vizinha do lado. Só as mulheres têm como melhores amigas a vizinha do lado. Para os homens, essa relação não passa de um “olá tudo bem” e um “como é que ficou o jogo de há bocado”.
É óbvio que isto são generalizações, mas as amizades masculinas permanecem mais tempo porque as duas partes esforçam-se e trabalham por a alimentar. Nem que seja com algum Jameson e muitas imperiais pelo meio, com jantares decadentes.

3 – As saídas. Um dos pontos mais de tensão mais subtil num casal é o desejo de sair do homem e o anseio por recato da mulher. Embora não esteja ainda cientificamente provado, julgo que a seriação do ADN vai levar a algumas conclusões surpreendentes sobre as diferenças entre homens e mulheres.
Toda a mulher, embora não o revele, tem um desejo recôndito de se transformar numa Hera dominante, com a gestão perfeita de um lar ideal, onde o marido se submete à sua vontade ou é enganado pela sua proverbial inteligência. Por outro lado, o homem sonha, no seu íntimo, que é um garanhão sem rédea, escoiceando qualquer rival e cobrindo toda a égua que lhe apareça à frente.
No casamento, a mulher, perante a sua própria impotência em ter um lar ideal, tenta controlar o marido, com um rédea apertada. Pelo menos, aquele está seguro. O homem, perante a constatação real da incapacidade de cobrir toda a égua quer ter a ilusão de que o poderia fazer se quisesse.
Aqui sucede um choque imemorial, que já opôs casais tão célebres como Júlio César e Cleóptara, Menelau e Helena, Sansão e Dalila ou o Príncipe Carlos e Diana. Ele quer sair, nem que seja uma vez por semana, para recordar os tempos áureos de solteiro (em que batia punhetas a pensar na miúda que estava a dançar na pista de dança e que não lhe ligou nenhuma) e ela quer o marido em casa para marcar com ferros quentes o seu domínio conjugal dentro das paredes. Quando nenhum cede, as tensões acumulam-se e, em muitos casos, o divórcio é logo ao virar da esquina dos anos.
Para solucionar este problema sugiro uma solução que satisfaz todas as partes. Um amigo (ou vários) do peito do marido faz o favor de dar uma berlaitada na mulher enquanto o cônjuge está fora. Com esta medida, que pode ser articulada por um grupo de amigos casados em regime de holding, a mulher tem um incentivo para deixar o marido sair para a noite e, ao fim de algumas semanas, o peso na consciência e na testa vai incentivá-lo a permanecer mais tempo em casa.
Isto começa a ser assustador

Segundo este outro teste do mesmo site onde o Vostra foi tirar o teste do Matrix, o filme da minha vida é este:

Algemas e lantejoulas



O Núcleo Duro tem o prazer de apresentar uma história verídica (alguém duvida?), publicada recentemente no "Correio da Manhã". Alguém imagina como terá sido a primeira noite do José Castelo Branco, esse macho latino, no xadrez? Inesquecível para quem assistiu. Aqui fica um trecho delicioso de uma verdadeira pérola do jornalismo:

«"Foi a noite mais divertida que já passámos na prisão". A frase é de João Braga Gonçalves e foi proferida ontem, durante o café da manhã, no Estabelecimento Prisional junto à Polícia Judiciária (EPPJ). Na mesma mesa, João Vale e Azevedo e José Braga Gonçalves, outros dos notáveis daquela prisão, assentiram e o riso foi geral.

Tudo por causa de José Castelo Branco, cuja passagem pelo EPPJ dificilmente será esquecida, de acordo com aquilo que os irmãos Braga Gonçalves contaram ontem a uma das suas visitas. Tudo começou quando Castelo Branco teve de se despir, regra da prisão. O facto de estar de 'collants' de lycra e cueca fio dental foi, obviamente, alvo da maior chacota. Depois, o 'marchant' ex-modelo, não aguentou ficar fechado na cela. Gritava bem alto que sofria de "afrontamentos" e "claustrofobia".

Numa primeira fase, os guardas iam-lhe abrindo a porta da cela a espaços. Mas face à gritaria, com frases como "são os invejosos", "eu sou um senhor, casado com uma dama multimilionária e conhecido em todo o mundo" e "é por causa desta inveja que eu detesto este País, quero voltar para Nova Iorque", quando a espertina já tinha atingido toda a ala e todos riam, foi tomada a decisão de deixar a porta da cela aberta e colocar um guarda de vigia.

De manhã, na tal mesa do café, continuaram as lamentações. Castelo Branco queria estar "apresentável" para ir a interrogatório, até porque só veste grandes marcas. Pediu gel e um elástico para o cabelo. Como não havia, protestou alto e bom som. Voltando às suas frase preferidas - "Eu sou um lorde, um senhor, vocês são uns invejosos, não posso ir assim ao juiz" -, Castelo Branco lá conseguiu um elástico de borracha normal e puxou o cabelo para trás com água.»

- Para quem quiser ler a notícia toda.

Eu sou... o Merovingian?


Isto não me parece nada bom.

You are The Merovingian-
Eu sou o Neo, eu sou o Neo!!!...



Fui fazer o teste do "Que personagem do Matrix és tu?" e adivinhem só... sou o herói! O que prova que o teste é mesmo verdadeiro e para levar a sério. Diz lá que eu apresento "uma perfeita fusão de heroísmo e compaixão", o que define de forma atordoantemente precisa a minha pessoa. Agradecimentos ao blog do Dooxo, que deu a dica.

sexta-feira, novembro 07, 2003

Alta Arte
Amor Natural



O brasileiro Carlos Drummond de Andrade foi um dos maiores poetas do modernismo em língua portuguesa. Um "monstro", comparável a Pessoa. Em Portugal, a editora Dom Quixote publicou uma "Antologia Poética" do autor mineiro. A sua extensa obra tem coisas geniais, mas gosto particularmente deste, retirado do livro "O Amor Natural", que apenas foi publicado postumamente, por exigência do próprio Drummond.


A bunda, que engraçada

A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.

Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.

A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.

A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.

Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.

A bunda é a bunda,
redunda.

quinta-feira, novembro 06, 2003

Matrax



Temos sido amplamente felicitados pelo nosso artigo sobre o piroflato. As pessoas sublinham com gratidão o grande contributo científico e documental desse trabalho. Mas também nos chegam, de toda a parte, agradecimentos de peidorreiros que se sentiam recriminados pela sociedade e para os quais a leitura do nosso texto "As olimpíadas da bufa" apareceu como um grande alento, servindo para ajudar a dissipar velhos tabus. Em homenagem aos bufadores de todo o mundo, aqui fica uma "treila" do filme The Matrax: Revolutions (levantem o som das colunas, que a banda sonora é essencial), que estreou ontem em salas de cinema a céu aberto de todo o país.
Vamos falar a sério sobre jornais

Tenho muitas teorias que aqui não exponho mas irrita-me a forma como alguns jornais, ditos sérios, fazem da nomeação de um director um filme de terror.

Porra o DN é só o quinto diário do país, a caminho de ser ultrapassado pela Capital. Para que é que se preocupam com isso? Outras enormidades institucionais como os velhinhos Século ou Diário de Lisboa acabaram. Se calhar o jornal-de-referência-mais-tablóide-que-conheço vai morrer de morte natural e o Fernando Lima é o seu coveiro. Ou não.

Se calhar o senhor até é competente e merece o lugar. Irrita-me, isso sim, o discurso paternalista e esquerdóide que um jornal de referência faz deste caso, com um folhetim diário, quase como uma rubrica. É para bater no DN, vamos bater todos, parece a regra que chegou ao Público. Esquecem-se é que o seu director (como outros, aliás) fazem tantos fretes ao Governo como fez o Fernando Lima, só que de uma forma mais idiota porque não recebem salário. Não concordo com o jornalismo engajado ideologicamente mas irrita-me a colagem dos jornais nacionais ao Governo (numa lógica de seguir a onda). Os jornais apluadem agora todas as boas medidas e minimizam as asneiras. Do mesmo modo não vou tolerar que, quando o Executivo cair em desgraça, seja a imprensa a primeira a morder as mãos de quem lhes deu de comer. Isso sucedeu ciclicamente com Cavaco e Guterres, apenas para recordar os tempos mais próximos.

Por isso, admito que faça falta um novo diário de vocação de esquerda, pelo menos para contrabalançar o comodismo direitista, embalado pelos slogans do Portas e as poses do Durão.

Pelo meio, ao que ao jornalismo diz respeito, não gosto de ver o Fernando Lima na direcção do DN, como não gostei da tansferência directa de muitos jornalistas de política (sublinho, de política) para o novo Governo, depois das últimas eleições. Por isso penso que deveria haver um período de nojo antes de qualquer transferência entre profissões consideradas incompatíveis pela lei. Já agora, defendo que as incompatibilidades consagradas no estatuto de jornalista fossem alargadas para impedir situações complicadas, nomeadamente na imprensa regional. Sabiam que um chefe de gabinete, um vereador a meio-tempo ou um deputado municipal pode ser, de acordo com a lei, ao mesmo tempo jornalista, com carteira profissional?

Mais preocupado fico é com a entrega da carteira profissional de algumas vedetas do jornalismo televisivo por TRÊS DIAS para fazerem publicidade. Beneficiam do estatuto social obtido enquanto jornalistas para vender óleo de fígado de bacalhau ao Zé Pagode. Depois voltam à profissão, como se nada fosse. Neste caso, julgo que uma simples adenda à lei que preveja a existência de incompatibilidades, enquanto o anúncio for exibido, seria suficiente. É que a senhora Manuela Moura Guedes filma a publicidade sem ser jornalista mas quando o filme for exibido nas TV, rádio e cassete pirata ela já é de novo jornalista.
Tenho alguma curiosidade em ouvir hoje as várias formas de pronunciar Gençlerbirligi
Mitos familiares

Sobre os homens e as mulheres

Viver em conjunto com alguém e ainda por cima com uma criança (ou um pequeno Abu Nidal em potência) de três anos transforma o nosso dia-a-dia em pequenas sagas épicas que Homero seria incapaz de descrever. Esta situação levou-me a coligir alguns momentos de conjugalidade que deveriam ficar nos anais (não desses que vocês estão a pensar mas os outros, aqueles sem nádegas nos lados) da história humana. Muitos destes breves trechos não foram vividos por mim mas são recordados por todos os homens casados numa tradição oral e subliminar que se propaga como a pneumonia atípica, equivalente aos mitos urbanos.

1 – As birras. Uma coisa curiosa num casal é a forma como as tensões se consomem. Os homens chateiam-se com qualquer coisa, dizem umas caralhadas e batem com a porta do escritório e sanam as consciências, coçando o ego com uma atitude machista barata como quem coça os tomates. Já as mulheres lidam com as tensões de modo diferente. Prova da sua grande inteligência, elas acumulam e não dizem a razão da sua má-disposição. Uma das perguntas que todos os homens já fizeram às suas companheiras é a célebre “o que é que eu fiz?”. Nalgumas ocasiões juntamos “de mal” à frase porque já sabemos que existe borrasca do outro lado da barricada. E, em muitos casos, o troco é o “se não sabes, devias saber”. Aqui está o cerne das tensões que acabam com muitos casamentos. É óbvio que os homens deixam as cuecas junto à cama e não limpam os pratos depois de comer. Mas, as mulheres não podem estar à espera que o companheiro se aperceba do erro, acumulando um mal-estar perpétuo. Estas crises correspondem àquilo que os especialistas chamam de birra-dela-que-queria-que-o-homem-soubesse-porque-é-que-ela-está-chateada-mas-ele-não-sabe-e-ela-não-lhe-diz.
Após aturadas sondagens no prédio onde vivo, constatei que este é um mal comum de todos os casais, pelo que sugiro uma solução de compromisso: na mesinha de cabeceira, ela cola uma fita com a cor que representa o motivo por que está chateada. Tipo amarela para questões de limpeza, rosa para ciúmes, verde para falta de carinho, azul para necessidade de conversar ou laranja para uma queca. Depois caberá ao homem adivinhar, mediante aquelas bissectrizes, as razões da birra da mulher. Ficam todos contentes: ela não fere o orgulho, dizendo porque é que está chateada, e ele resolve mais uma tensão inútil. Se quem ler este texto pensar em optar por esta solução, recomendo que não devem comprar muitas fitas laranjas porque a probabilidade de verem essa fita na mesinha de cabeceira é infinitamente inferior a qualquer uma das outras.

terça-feira, novembro 04, 2003

Carlos Sainz da frente!



Co-piloto do Carlos Sainz: - Longa à direita, esquerda vinte e sete... direita dezoito... esquerda curta...
Carlos Sainz: - 'Joder', esta era longa!
- Pois era, desculpa. Enganei-me.
- Podia ter ido mais depressa. Lê lá essa 'mierda' com atenção!
- Direita curta... esquerda quinze... direita vinte e cinco... esquerda, longa... CURTA, DESCULPA!!!

segunda-feira, novembro 03, 2003

Pastéis de vento
pérolas da sabedoria zen



Na alma absolutamente livre de pensamentos e emoções, nem mesmo um tigre encontra espaço para cravar as garras. Quanto mais o Guerra Madaleno.
Cor-de-rosa

Um destes dias, num quiosque, vi na capa de uma revista do coração o deputado Paulo Pedroso agarrado à namorada, com pose de apaixonado. Para alguém que é suspeito de crimes de pedofilia não lhe ficava mal um pouco mais de pudor, decoro e discrição. Saiu da prisão há dias, continua arguido e aparece em revistas cor-de-rosa abraçado à namorada?
Pronto, já bloguei. Muito.
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