sábado, setembro 21, 2013

Tesourinhos de Portugal

 
 
O DJ So Big!, normalmente um farol de sensatez (nah, na verdade ele costuma portar-se como um vândalo bêbedo), aderiu ao divertimento nacional de fazer pouco dos cartazes de campanha das autárquicas.

Pelos vistos, o único impacto destas eleições é estar toda a gente na Internet a troçar de cartazes, até porque as televisões se recusam a falar no assunto.

Instalada nos seus escritório em Lisboa ou (em muito menor escala) no Porto, a parolada tuga ri-se do “povo”, troca “tesourinhos”, quase sempre das campanhas das terras mais pequenas e mais pobres, ou das listas independentes.

Ha ha ha, olha para estes parolos que não sabem photoshop. Hi hi hi olha para aqueles poucachinhos que não têm agências de comunicação. Quiá quiá quiá olha para estes que são feios e não têm conselheiros de marketing.

Passam estes tesourinhos de Portugal o dia no facebook a trocar os seus cromos com um totalmente imerecido sentimento de superioridade. Não sabem nem querem saber nada do “país profundo” ou do “país real”. Do poder local só conhecem os estereótipos boçais das “rotundas” e a mão-cheia de escandaleiras que chegam aos jornais. Se for preciso ainda acreditam nas patranhas de que é por por haver uma piscina em Soure ou um parque infantil em Serpa ou uma autoestrada em Santarém que o país está de rastos.

Vergonha, oh So Small, contribuíres para este nacional-engraçadismo no sagrado território do Núcleo. Os outros, continuai lá a trocar os vossos tesourinhos. Já constatámos todos que os melhores políticos são os que têm cartazes finórios e excelentes capacidades de comunicação.

3 comentários:

Nelinho Briosa disse...

Subscrito

Manel Almeida disse...

Eu também acho que não tem graça nenhuma escarnear da propaganda das pessoas.

Morangos com Nenúfar disse...

Não se pode escamotear nem desdenhar da circunferência autárquica no que toca à sua suavidade venal em termos do que se aplica à concomitância pestilenta da gradualidade timorata que se apodera de uma espiritualidade atrofiada por tonitruantes sentimentos testemunhados na pedra lapidar lamentada pela tremenda capacidade despida de cloacas para não repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir repetir