O chavalo que responde pelo nick de JQ criou um blog a que chamou A Armada Invisível. Acontece que o bacano agora tá desesperado já que ninguém fala do seu blog, o que considera "totalmente injusto" até porque já trabalhou nas PF (o que são as PF?) e tem "uma prima que uma vez viu o Pedro Mexia no cinema". Os Donos da Bloga costumam ser exigentes quanto a links. Só fazemos este porque cita o Pedro Mexia. Os amigos da Armada têm grande margem de progressão.
segunda-feira, junho 30, 2003
O Tiago Barbosa Ribeiro lançou ontem um blog sobre a Guerra Civil espanhola. Quem se interessar pelo tema pode ir a: Guerra Civíl Espanhola.
"O nadador norte-americano Michael Phelps, de 17 anos, bateu domingo o recorde mundial dos 200 metros estilos, ao nadar em 1.57,94 minutos, por ocasião do "meeting" de Santa Clara (Califórnia)". Ler esta notícia levou-me a pensar o que é que eu andava a fazer aos 17 anos. A bater recordes do mundo não era de certeza. As minhas aptidões para o desporto eram aliás escassas, apesar de ser dos melhores jogadores de futebol do meu bairro. O Ernesto, pelo contrário, era um miúdo com alguma habilidade para o ténis, a ponto de ter ficado em terceiro lugar no campeonato inter-freguesias das Caldas, em representação de A-dos-Francos. Numa cidade tão violenta - com gangs a semear o terror pelos quatro quantos, dealers a desviar a pequenada para os caminhos da droga -, o pequeno Ernesto refugiou-se nos campos de ténis, empunhando a sua raquette de madeira comprada na feira de domingo de Carvalhal Benfeito. Não chegou longe, o menino Ernesto, apesar das mentiras contadas em Coimbra sobre heróicas proezas no circuito de ténis português - contava ele, entre duas snifadelas de soro, que tinha sido campeão nacional de juniores, arrancando assim saborosos sorrisos de escárnio aos seus queridos colegas de turma.
Eu, pelo contrário, confesso: jeito para o desporto não tenho muito, mas ainda há quem tenha menos - o Coca-Cola, por exemplo, com quem há semanas joguei uma partida de basket. Foi um one-on-one que eu venci rapidamente, prova da absoluta inabilidade dele para qualquer actividade que exija um mínimo de coordenação e flexibilidade. Conclusão: nem todos podem ser como o Michael Phelps, mas nem todos são como o Coca-Cola. Eu sou um meio-termo.
Eu, pelo contrário, confesso: jeito para o desporto não tenho muito, mas ainda há quem tenha menos - o Coca-Cola, por exemplo, com quem há semanas joguei uma partida de basket. Foi um one-on-one que eu venci rapidamente, prova da absoluta inabilidade dele para qualquer actividade que exija um mínimo de coordenação e flexibilidade. Conclusão: nem todos podem ser como o Michael Phelps, mas nem todos são como o Coca-Cola. Eu sou um meio-termo.
Homens mal comportados
Agora que o Zizou despertou a febre da Britcom, lembro-me de uma jóia da BBC, que chegou a passar aqui fora de horas (pela TVI, se não estou em erro) e que se chamava “Men Behaving Badly”. Adorava a musiquinha do genérico (tarara-tarata-tarara-rara...) e as trapalhadas do Gary, personagem interpretada por Martin Clunes. Alguém se lembra?
Agora que o Zizou despertou a febre da Britcom, lembro-me de uma jóia da BBC, que chegou a passar aqui fora de horas (pela TVI, se não estou em erro) e que se chamava “Men Behaving Badly”. Adorava a musiquinha do genérico (tarara-tarata-tarara-rara...) e as trapalhadas do Gary, personagem interpretada por Martin Clunes. Alguém se lembra?
Volta Deis
Anuncia-se o regresso do saudoso Vostradeis (eu próprio), após uma importante e arriscada missão no Norte da Europa. O nosso herói prepara-se para publicar em breve grandes nacos de prosa em “Os Donos do Garfo” e em “Pastéis de Vento”. Preparem-se, caros leitores e condurões. Este blog nunca mais será o mesmo. Ou melhor, será o mesmo, mas sem ser bem a mesma coisa, tão a ver?...
Anuncia-se o regresso do saudoso Vostradeis (eu próprio), após uma importante e arriscada missão no Norte da Europa. O nosso herói prepara-se para publicar em breve grandes nacos de prosa em “Os Donos do Garfo” e em “Pastéis de Vento”. Preparem-se, caros leitores e condurões. Este blog nunca mais será o mesmo. Ou melhor, será o mesmo, mas sem ser bem a mesma coisa, tão a ver?...
Mãos à cabeça (II)
Primeiro o Carlos Queiroz, agora o Nelo Vingada. O que vem a seguir?: o professor Neca para segundo adjunto? O Neno como treinador de guarda-redes? O Rocha para trinco? O guarda Abel para porteiro? O Vitor Manuel a treinar o Manchester United? O Toni à frente da Juventus? E porque é que os treinadores portugueses, além de serem provincianos, feios, iletrados e de não perceberem nada de futebol, têm nomes destes? Toni? Nelo? Neca? Tá tudo doido?
Primeiro o Carlos Queiroz, agora o Nelo Vingada. O que vem a seguir?: o professor Neca para segundo adjunto? O Neno como treinador de guarda-redes? O Rocha para trinco? O guarda Abel para porteiro? O Vitor Manuel a treinar o Manchester United? O Toni à frente da Juventus? E porque é que os treinadores portugueses, além de serem provincianos, feios, iletrados e de não perceberem nada de futebol, têm nomes destes? Toni? Nelo? Neca? Tá tudo doido?
domingo, junho 29, 2003
Contra os Mexias deste mundo
O camarada de luta Ernesto antecipou-me as ideias e, com o seu verbo fácil, tornou-me difícil expressar uma opinião sobre os Mexias deste mundo.
Sou jornalista (pelo menos, até ver) e escrevo aqui sob o nome de Elcablogue, apesar de todos os meus amigos saberem quem sou. E irritam-me solenemente (faz-me comichão como uma urtiga) os Mexias deste mundo, que se arrogam de jornalistas quando não o são (o que até acaba por lhes ser favorável).
Sou jornalista e nunca assinei nenhum artigo de opinião em nenhum órgão de comunicação, além dos blogues. E não é isso que me faz ser menos jornalista (se calhar é o contrário). Transmito factos (ou aquilo que entendo como tal) com o mesmo prazer que um funcionário das finanças carimba impressos de IRS. De quando em quando, tenho uma “estória” engraçada e trabalho-a com algum gozo pessoal que, em muitos casos, compensa o esforço diário de uma profissão sem rosto e sem horário.
Por isso, detesto quem se assume como jornalista quando o mais perto que está dessa profissão é proporcional aos metros que medeiam entre a sua secretária e a do repórter do órgão onde colabora. Ser crítico de arte não quer dizer necessariamente que se é um jornalista, nem o contrário é verdade. Lembra-me a história da Catarina Furtado dizer que queria ser jornalista apenas porque aparecia na televisão e os apresentadores de concursos que garantiam ter uma deontologia. Prova disso, são os cursos de comunicação, repletos de pseudos-estrelas embriagadas com fotografias cor-de-rosa e sonhos de big brother.
Só assim se compreende que tantos falem numa oposição jornalismo/blogosfera. Um blogue é um blogue. Quando tentar ser sério e rigoroso no acompanhamento da realidade deixa de ser blogue, passando a ser um jornal on-line. É que ser jornalista ( sim, isto é para vocês que assinam coluninhas em suplementozinhos cuidados com fotografia e fazem entrevistas a gajos - ou gajas - giros e interessantes) não é apenas fazer aquilo que se gosta. Na maioria dos casos, é fazer aquilo que menos gostamos, desde um comunicado de um sindicato ao relato da morte de uma criança de oito anos, vítima de atropelamento, passando pelas declrarações de algum cromo que diz "prognósticos só no final do jogo". No entanto, de quando em vez, temos algum prazer com aquilo que escrevemos.
Um jornal, ao contrário do que podem ser os blogues, não é para os amigos ou para os pare,s mas para todos (um máximo denominador comum que não é possível calcular com muita certeza mas que os especialistas apontam para um universo de cem mil gajos que têm dinheiro para comprar um pasquim e sabem conjugar um verbo composto) e para permitir que aqueles que não estiveram num determinado local saibam aquilo que se passou (embora de acordo com a visão do jornalista e o estatuto editorial da publicação).
Isto não quer dizer que não gosto do Mexia e dos seus escritos. Gosto e penso que até tem algum jeito para a poda. Não concordo com o Ernesto que gaba o MEC sobre todos os escriturários de direita. Penso que há alguns outros que estão ao nível e nem sequer se repetem tanto, como o PM ou o gajo que manda na Maxmen. É claro que o Vasco Pulido Valente está acima de todas estas questões frugais, como um vorlon sobrevoa os centauri, quando retira aquela armadura ridícula (isto é para quem acompanha o Babylon 5).
PS: Assino Elcablogue e não com o nome verídico (sim, posso ter aspecto de cavalo, mas não sou personagem de ficção) pela súmula das razões que expus. Sou jornalista e tenho um nome profissional que me obriga a lidar, da mesma forma rigorosa e imparcial, com tudo aquilo que gosto e não gosto. Nesse sentido, decidi recorrer a algo que está consagrado no estatuto do jornalista: o anonimato da fonte.
O camarada de luta Ernesto antecipou-me as ideias e, com o seu verbo fácil, tornou-me difícil expressar uma opinião sobre os Mexias deste mundo.
Sou jornalista (pelo menos, até ver) e escrevo aqui sob o nome de Elcablogue, apesar de todos os meus amigos saberem quem sou. E irritam-me solenemente (faz-me comichão como uma urtiga) os Mexias deste mundo, que se arrogam de jornalistas quando não o são (o que até acaba por lhes ser favorável).
Sou jornalista e nunca assinei nenhum artigo de opinião em nenhum órgão de comunicação, além dos blogues. E não é isso que me faz ser menos jornalista (se calhar é o contrário). Transmito factos (ou aquilo que entendo como tal) com o mesmo prazer que um funcionário das finanças carimba impressos de IRS. De quando em quando, tenho uma “estória” engraçada e trabalho-a com algum gozo pessoal que, em muitos casos, compensa o esforço diário de uma profissão sem rosto e sem horário.
Por isso, detesto quem se assume como jornalista quando o mais perto que está dessa profissão é proporcional aos metros que medeiam entre a sua secretária e a do repórter do órgão onde colabora. Ser crítico de arte não quer dizer necessariamente que se é um jornalista, nem o contrário é verdade. Lembra-me a história da Catarina Furtado dizer que queria ser jornalista apenas porque aparecia na televisão e os apresentadores de concursos que garantiam ter uma deontologia. Prova disso, são os cursos de comunicação, repletos de pseudos-estrelas embriagadas com fotografias cor-de-rosa e sonhos de big brother.
Só assim se compreende que tantos falem numa oposição jornalismo/blogosfera. Um blogue é um blogue. Quando tentar ser sério e rigoroso no acompanhamento da realidade deixa de ser blogue, passando a ser um jornal on-line. É que ser jornalista ( sim, isto é para vocês que assinam coluninhas em suplementozinhos cuidados com fotografia e fazem entrevistas a gajos - ou gajas - giros e interessantes) não é apenas fazer aquilo que se gosta. Na maioria dos casos, é fazer aquilo que menos gostamos, desde um comunicado de um sindicato ao relato da morte de uma criança de oito anos, vítima de atropelamento, passando pelas declrarações de algum cromo que diz "prognósticos só no final do jogo". No entanto, de quando em vez, temos algum prazer com aquilo que escrevemos.
Um jornal, ao contrário do que podem ser os blogues, não é para os amigos ou para os pare,s mas para todos (um máximo denominador comum que não é possível calcular com muita certeza mas que os especialistas apontam para um universo de cem mil gajos que têm dinheiro para comprar um pasquim e sabem conjugar um verbo composto) e para permitir que aqueles que não estiveram num determinado local saibam aquilo que se passou (embora de acordo com a visão do jornalista e o estatuto editorial da publicação).
Isto não quer dizer que não gosto do Mexia e dos seus escritos. Gosto e penso que até tem algum jeito para a poda. Não concordo com o Ernesto que gaba o MEC sobre todos os escriturários de direita. Penso que há alguns outros que estão ao nível e nem sequer se repetem tanto, como o PM ou o gajo que manda na Maxmen. É claro que o Vasco Pulido Valente está acima de todas estas questões frugais, como um vorlon sobrevoa os centauri, quando retira aquela armadura ridícula (isto é para quem acompanha o Babylon 5).
PS: Assino Elcablogue e não com o nome verídico (sim, posso ter aspecto de cavalo, mas não sou personagem de ficção) pela súmula das razões que expus. Sou jornalista e tenho um nome profissional que me obriga a lidar, da mesma forma rigorosa e imparcial, com tudo aquilo que gosto e não gosto. Nesse sentido, decidi recorrer a algo que está consagrado no estatuto do jornalista: o anonimato da fonte.
sexta-feira, junho 27, 2003
SÄHKE SUOMESTA
MOI, CAMBADA! O QUE E BOM ACABA DEPRESSA E ESTA MINHA PIENI MATKA PELA SUOMI ESTA A CHGAR AO FIM. ONTEM, FUI A MIKKELI, NO MEIO DA PROVINCIA DE SAVO, ONDE ESPERAVA ENCONTRAR A MINHA GRANDE AMIGA MERVI, MAS ELA NAO ESTAVA. TINHA IDO PASSAR UMAS FERIAS A SUA KOTTA NO NORTE. BEM, JA QUE ESTAVA ALI, PUS-ME A PASSEAR, A CONHECER UMA CIDADEZINHA QUE SE MOSTROU PACATA E SIMPATICA, LUGAR IDEAL PARA SE VIVER. DIVERSAO COM OS LOCAIS ASSEGURADA. CONHECI A BELA KATRI, QUE ALEM DE BONITA, E MUITO MEIGUINHA. NÄHDÄÄN!
MOI, CAMBADA! O QUE E BOM ACABA DEPRESSA E ESTA MINHA PIENI MATKA PELA SUOMI ESTA A CHGAR AO FIM. ONTEM, FUI A MIKKELI, NO MEIO DA PROVINCIA DE SAVO, ONDE ESPERAVA ENCONTRAR A MINHA GRANDE AMIGA MERVI, MAS ELA NAO ESTAVA. TINHA IDO PASSAR UMAS FERIAS A SUA KOTTA NO NORTE. BEM, JA QUE ESTAVA ALI, PUS-ME A PASSEAR, A CONHECER UMA CIDADEZINHA QUE SE MOSTROU PACATA E SIMPATICA, LUGAR IDEAL PARA SE VIVER. DIVERSAO COM OS LOCAIS ASSEGURADA. CONHECI A BELA KATRI, QUE ALEM DE BONITA, E MUITO MEIGUINHA. NÄHDÄÄN!
quinta-feira, junho 26, 2003
quarta-feira, junho 25, 2003
Quero um canal SIChomem
Seguindo o apelo do post anterior do grande Zizou, apelo aos responsáveis da SIC (ou TVI) para lançarem uma canal SIChomem. Tirando a produção nacional, o SICMulher é um dos melhores canais da TVCabo. Com muito boas séries, algumas já velhinhas, calculei que passo mais tempo a ver alguns desses programas do que a ver os canais generalistas.
Lamento que os quatro canais portugueses sejam um deserto tão grande de ideias que só me safo com a SIC Notícias, Mulher e Radical. No entanto, lamento que alguns dos bons programas do passado não sejam repetidos.
Desde os comentários do Tarzan Taborda (pode ser só o som sem o wrestling. Ou então com um fundo de ácran semelhante aos que existem nos karaokes) à Galactica, passando pelos Vingadores e pelo Get Smart. Também poderiam incluir alguma (boa) produção portuguesa como o Duarte e Companhia, o Zé Gato ou o Conde de Abranhos.
Caso contrário, mudo para o telecine em definitivo e deixo de pagar a taxa de televisão.
Seguindo o apelo do post anterior do grande Zizou, apelo aos responsáveis da SIC (ou TVI) para lançarem uma canal SIChomem. Tirando a produção nacional, o SICMulher é um dos melhores canais da TVCabo. Com muito boas séries, algumas já velhinhas, calculei que passo mais tempo a ver alguns desses programas do que a ver os canais generalistas.
Lamento que os quatro canais portugueses sejam um deserto tão grande de ideias que só me safo com a SIC Notícias, Mulher e Radical. No entanto, lamento que alguns dos bons programas do passado não sejam repetidos.
Desde os comentários do Tarzan Taborda (pode ser só o som sem o wrestling. Ou então com um fundo de ácran semelhante aos que existem nos karaokes) à Galactica, passando pelos Vingadores e pelo Get Smart. Também poderiam incluir alguma (boa) produção portuguesa como o Duarte e Companhia, o Zé Gato ou o Conde de Abranhos.
Caso contrário, mudo para o telecine em definitivo e deixo de pagar a taxa de televisão.
O meu serviço público de tv:
Once and Again
Fawlty Towers (cinco episódios por dia)
Futebol
NBA
Filmes americanos
Noticiário de 40 minutos (nunca apresentados pela Fátima Campos Ferreira, Rodrigo Guedes de Carvalho, Manuela Moura Guedes)
West Wing
The Practice
The Sopranos
Black Adder
Emergency Room
Sim Sr. Ministro
Uma série inglesa sobre uma velhota que se armava em aristocrata (recompensa a quem se lembrar do nome)
Nada de séries francesas ou portuguesas
Nada de telenovelas ou concursos
Once and Again
Fawlty Towers (cinco episódios por dia)
Futebol
NBA
Filmes americanos
Noticiário de 40 minutos (nunca apresentados pela Fátima Campos Ferreira, Rodrigo Guedes de Carvalho, Manuela Moura Guedes)
West Wing
The Practice
The Sopranos
Black Adder
Emergency Room
Sim Sr. Ministro
Uma série inglesa sobre uma velhota que se armava em aristocrata (recompensa a quem se lembrar do nome)
Nada de séries francesas ou portuguesas
Nada de telenovelas ou concursos
Mãos à cabeça
Carlos Queirós no Real Madrid!!?? Como é possível? Deus do céu, o que é que deu na cabeça dos responsáveis do Real para contratarem este sujeito? Nem mesmo a ausência de treinadores competentes no mercado justifica a asneira. A única coisa que pode salvar o Real, a melhor equipa e clube do mundo, são os jogadores. O homem é um pseudo-sofisticado, nem sequer tem currículo (ser bi-campeão do mundo de sub-20 não interessa a ninguém), fez asneira por onde passou (Sporting, selecção...). Mil vezes o Del Bosque.
Carlos Queirós no Real Madrid!!?? Como é possível? Deus do céu, o que é que deu na cabeça dos responsáveis do Real para contratarem este sujeito? Nem mesmo a ausência de treinadores competentes no mercado justifica a asneira. A única coisa que pode salvar o Real, a melhor equipa e clube do mundo, são os jogadores. O homem é um pseudo-sofisticado, nem sequer tem currículo (ser bi-campeão do mundo de sub-20 não interessa a ninguém), fez asneira por onde passou (Sporting, selecção...). Mil vezes o Del Bosque.
OS DONOS DO GARFO
Nome: Maria
Designaç?o: restaurante
Localizaç?o: Alandroal
Preço: 20 euros
Pontuaç?o: 9
No fim do mundo, perto do local onde os comunistas comiam criancinhas ao pequeno-almoço existe um o?sis de gastronomia que compete de igual para igual com qualquer outro grand chef da cozinha portuguesa. S? o percurso e o enquadramento justifica parte do preço e a espera prolongada faz com que um comer bom (muito bom, ali?s) se transforme em néctar divino. A vila de Alandroal n?o fica a caminho de nada e est? plantada a meio caminho entre o Alto e o Baixo Alentejo, onde n?o existe civilizaç?o desde os cartagineses. Para chegar l? s? ap?s hora e meia depois de ?vora, com muitas rectas e semi-rectas de plan?cie de chaparros e de rolos de feno.
O aspecto da casa é simples e tacanho por fora mas o seu interior abre-se como uma flor ao visitante incauto. A sala do repasto parece um p?tio nas traseiras de outras casas e nas paredes est?o pintadas as portas, existindo mesmo uma escadaria para uma porta como se fosse um acesso externo. Os lenç?is e os panos estendidos em cordéis comp?em um ramalhete surpreendente e agrad?vel.
Quando à comida, cumprem-se todas as elevadas expectativas geradas pelo tempo de caminho e pelo aspecto da sala. Um cozido franco sem o pretenciosismo da nouvelle cuisine e um bacalhau a nadar em azeite que sabe aos campos alentejanos, como se a Noruega fosse apenas um bairro de Serpa onde se vai comprar o peixe acabado de plantar. Para sobremesa, um pijama de doces com muitos ovos e aç?car numa overdose de calorias e de colestrol para os comensais.
No fim, a dona pergunta se tudo estava de acordo com os nossos desejos e uma aguardente caseira aquecida inebria o corpo, conquistando-o para uma nova visita.
Mesmo o preço final compensa todos os sacrif?cios. N?o sei o que comi ontem (por cinco euros) mas recordo com saudade o sabor e o travo daquele toucinho do céu.
Hei-de voltar. Um dia.
Nome: Maria
Designaç?o: restaurante
Localizaç?o: Alandroal
Preço: 20 euros
Pontuaç?o: 9
No fim do mundo, perto do local onde os comunistas comiam criancinhas ao pequeno-almoço existe um o?sis de gastronomia que compete de igual para igual com qualquer outro grand chef da cozinha portuguesa. S? o percurso e o enquadramento justifica parte do preço e a espera prolongada faz com que um comer bom (muito bom, ali?s) se transforme em néctar divino. A vila de Alandroal n?o fica a caminho de nada e est? plantada a meio caminho entre o Alto e o Baixo Alentejo, onde n?o existe civilizaç?o desde os cartagineses. Para chegar l? s? ap?s hora e meia depois de ?vora, com muitas rectas e semi-rectas de plan?cie de chaparros e de rolos de feno.
O aspecto da casa é simples e tacanho por fora mas o seu interior abre-se como uma flor ao visitante incauto. A sala do repasto parece um p?tio nas traseiras de outras casas e nas paredes est?o pintadas as portas, existindo mesmo uma escadaria para uma porta como se fosse um acesso externo. Os lenç?is e os panos estendidos em cordéis comp?em um ramalhete surpreendente e agrad?vel.
Quando à comida, cumprem-se todas as elevadas expectativas geradas pelo tempo de caminho e pelo aspecto da sala. Um cozido franco sem o pretenciosismo da nouvelle cuisine e um bacalhau a nadar em azeite que sabe aos campos alentejanos, como se a Noruega fosse apenas um bairro de Serpa onde se vai comprar o peixe acabado de plantar. Para sobremesa, um pijama de doces com muitos ovos e aç?car numa overdose de calorias e de colestrol para os comensais.
No fim, a dona pergunta se tudo estava de acordo com os nossos desejos e uma aguardente caseira aquecida inebria o corpo, conquistando-o para uma nova visita.
Mesmo o preço final compensa todos os sacrif?cios. N?o sei o que comi ontem (por cinco euros) mas recordo com saudade o sabor e o travo daquele toucinho do céu.
Hei-de voltar. Um dia.
terça-feira, junho 24, 2003
Crónica daquilo que eu não gosto
Punhetas que querem ser mais que punhetas
Não gosto de punhetas que querem ser mais que punhetas. Sei que esta oração parece hermética (como um tupperware) mas passo a explicar. Irritam-me todos os que pensam que são mais do que aquilo que são ou aqueles que julgam que o que fazem vale mais do que efectivamente é. E isso é como uma punheta que quer ser mais do que uma punheta. Ninguém bate uma a pensar que está a dar uma queca. Quanto muito pensa em sexo oral ou nos preliminares porque sabe que a fricção da penetração (in estritu sensu) não é o mesmo que as mãos (mesmo que calejadas) ou os dedos (para elas). Assim. quem as bate de uma forma regular sabe que a masturbação não pretende substituir-se ao acto sexual. Apenas e tão só visa uma satisfação pessoal que sabemos não passar disso mesmo.
Ora, esta premissa que qualquer ser humano sabe a partir dos 14 anos (eles) e 13 anos (elas) é violada constantemente nos dias de hoje. Exemplo disso são os blogues que querem substituir-se a outros media ou os politiqueiros que estão convencidos que vão mudar o mundo com alguns sacos azuis. Tudo punhetas mal batidas que confundem o essencial com o acessório.
Ninguém pensa que estes escritos podem fazer mais do que masturbar o ego daqueles que escrevem e coçar o grelo dos amigos. São coisas que não se podem confundir com o trabalho nem podem ter a pretensão de serem algo de sério. É claro que os blogues são engraçados e permitem animar as mentes de alguns mas isso não pode querer dizer que o futuro passe por estas soluções anónimas (mais ou menos) e sem retorno financeiro. Penso mesmo que se recebesse pelo que escrevo nos blogues passaria a ter outro comportamento. Felizmente é um espaço de liberdade e de incoerência inconsequente.
Agora, também não vale a pena alguns cromos-mor do oásis falarem nos blogues como uma ameaça. JMF, PRD, entre outros, deveriam preocupar-se mais com os seus trabalhos e com os profissionais que aí trabalham em vez de tentarem usurpar a capacidade de pensar dos seus leitores em tertúlias pessoais ou na net.
Já agora, subscrevo o Ernesto e também prefiro um prontuário de coisas aos blogues.
Punhetas que querem ser mais que punhetas
Não gosto de punhetas que querem ser mais que punhetas. Sei que esta oração parece hermética (como um tupperware) mas passo a explicar. Irritam-me todos os que pensam que são mais do que aquilo que são ou aqueles que julgam que o que fazem vale mais do que efectivamente é. E isso é como uma punheta que quer ser mais do que uma punheta. Ninguém bate uma a pensar que está a dar uma queca. Quanto muito pensa em sexo oral ou nos preliminares porque sabe que a fricção da penetração (in estritu sensu) não é o mesmo que as mãos (mesmo que calejadas) ou os dedos (para elas). Assim. quem as bate de uma forma regular sabe que a masturbação não pretende substituir-se ao acto sexual. Apenas e tão só visa uma satisfação pessoal que sabemos não passar disso mesmo.
Ora, esta premissa que qualquer ser humano sabe a partir dos 14 anos (eles) e 13 anos (elas) é violada constantemente nos dias de hoje. Exemplo disso são os blogues que querem substituir-se a outros media ou os politiqueiros que estão convencidos que vão mudar o mundo com alguns sacos azuis. Tudo punhetas mal batidas que confundem o essencial com o acessório.
Ninguém pensa que estes escritos podem fazer mais do que masturbar o ego daqueles que escrevem e coçar o grelo dos amigos. São coisas que não se podem confundir com o trabalho nem podem ter a pretensão de serem algo de sério. É claro que os blogues são engraçados e permitem animar as mentes de alguns mas isso não pode querer dizer que o futuro passe por estas soluções anónimas (mais ou menos) e sem retorno financeiro. Penso mesmo que se recebesse pelo que escrevo nos blogues passaria a ter outro comportamento. Felizmente é um espaço de liberdade e de incoerência inconsequente.
Agora, também não vale a pena alguns cromos-mor do oásis falarem nos blogues como uma ameaça. JMF, PRD, entre outros, deveriam preocupar-se mais com os seus trabalhos e com os profissionais que aí trabalham em vez de tentarem usurpar a capacidade de pensar dos seus leitores em tertúlias pessoais ou na net.
Já agora, subscrevo o Ernesto e também prefiro um prontuário de coisas aos blogues.
SÄHKE SUOMESTA
TERVE, YSTÄVÄT! HOJE, A DESBUNDA CONTINUOU AQUI PELAS TERRAS DE VÄINÄMÖINEN, DEPOIS DE MAIS UMA NOITE EM GRANDE, EM QUE A CONTEMPLADA RESPONDIA PELO NOME DE MILLA. NO JANTAR DE ONTEM, BRILHOU A CARNE DE ALCE DO RESTAURANTE "ZETOR", QUE TERA DIREITO A APARECER NO "OS DONOS DO GARFO". ESTA MANHA, UMA VISITA AO KIASMA, O MUSEU DE ARTE CONTEMPORANEA DE HELSINQUIA, ONDE SE ENCONTRA (ATE 29/FEV/2004) A EXPOSICAO "YÖJUNA" (COMBOIO DA NOITE), DE INSPIRACAO SURREALISTA. MOI MOI!
TERVE, YSTÄVÄT! HOJE, A DESBUNDA CONTINUOU AQUI PELAS TERRAS DE VÄINÄMÖINEN, DEPOIS DE MAIS UMA NOITE EM GRANDE, EM QUE A CONTEMPLADA RESPONDIA PELO NOME DE MILLA. NO JANTAR DE ONTEM, BRILHOU A CARNE DE ALCE DO RESTAURANTE "ZETOR", QUE TERA DIREITO A APARECER NO "OS DONOS DO GARFO". ESTA MANHA, UMA VISITA AO KIASMA, O MUSEU DE ARTE CONTEMPORANEA DE HELSINQUIA, ONDE SE ENCONTRA (ATE 29/FEV/2004) A EXPOSICAO "YÖJUNA" (COMBOIO DA NOITE), DE INSPIRACAO SURREALISTA. MOI MOI!
segunda-feira, junho 23, 2003
SÄHKE SUOMESTA
TERVE, PORTUGALILAISET! A FINLANDIA CONTINUA IGUAL. ALGUMA CHUVA, EXCEPTO DENTRO DOS PUBS. CERVEJA CARA MAS EFECTIVA. LOIRAS ETILIZADAS. COLABORANTES. ONTEM, UMA CHAMADA EIVI FOI ESPECILAMENTE SIMPATICA PARA MIM. AMO ESTE PAIS. MINÄ RAKASTAN SUOMEA!
TERVE, PORTUGALILAISET! A FINLANDIA CONTINUA IGUAL. ALGUMA CHUVA, EXCEPTO DENTRO DOS PUBS. CERVEJA CARA MAS EFECTIVA. LOIRAS ETILIZADAS. COLABORANTES. ONTEM, UMA CHAMADA EIVI FOI ESPECILAMENTE SIMPATICA PARA MIM. AMO ESTE PAIS. MINÄ RAKASTAN SUOMEA!
Notas do fim-de-semana
1. A RTP tem um correspondente em Espanha que não sabe falar castelhano. É deprimente, mas cómico ao mesmo tempo, ouvir Cesário Borga a entrevistar sujeitos espanhóis. Que o português tem pouca queda para o castelhano já se sabia, mas a RTP podia ter o cuidado de seleccionar alguém que não fizesse figuras tristes. Com Cesário Borga, há gargalhada na certa.
2. "A RTP sempre presente nos grandes acontecimentos desportivos", disseram eles durante 4 ou 5 dias. O "grande acontecimento desportivo" era... a final da Taça de Portugal em futsal, entre o Benfica e o Freixieiro. Serviço público no seu melhor.
3. A caminho de Montemor-o-Velho, reparei numa tabuleta que anunciava o aluguer de cavalos. Aos empresários que queiram aproveitar a ideia, deixo a sugestão de chamar à modalidade "rent-a-horse".
4. Já sabia, mas a certeza é sempre confirmada quando pego no carro: as estradas estão todas esburacadas. País miserável!
5. Sérgio Godinho veio à Universidade de Aveiro dar um concerto. Numa universidade que se gaba de ser das melhores do país e com um público composto por muitos estudantes e professores universitários, ficou provado como nós, portugueses, somos um produto de má qualidade. As filas para entrar na sala desfizeram-se quando as portas abriram, o que significa que as pessoas que chegaram primeiro, e que primeiro deveriam ter entrado, acabaram a competir pelos melhores lugares com os retardatários. A entrada para o espectáculo acabou por ser tudo ao monte e fé em deus.
6. Com um brilhozinho nos olhos, Pode alguém ser quem não é, O primeiro dia do resto da tua vida...: Sérgio Godinho percorreu algumas das melhores canções de sempre em português.
7. Ir a lares é deprimente. Os velhos são tratados como seres vegetativos, amontoados em salas com uma tv no canto, a olhar uns para os outros ou para o vazio... Os funcionários apenas os aproximam da condição humana quando os alimentam ou medicam, porque no resto do tempo são tratados como seres inanimados. Custava muito pô-los a fazer coisas?: cuidar de uma pequena horta ou jardim, desenvolver actividades de leitura, organizar passeios, promover aulas de música ou ginástica...? Os velhos que não estejam nos lares de luxo estão assim condenados a um fim de vida triste: já não bastava a doença, a senilidade, a perda de aptidões físicas e intelectuais, como ainda são tratados com a mais absoluta indiferença e insensibilidade pela maioria dos lares.
1. A RTP tem um correspondente em Espanha que não sabe falar castelhano. É deprimente, mas cómico ao mesmo tempo, ouvir Cesário Borga a entrevistar sujeitos espanhóis. Que o português tem pouca queda para o castelhano já se sabia, mas a RTP podia ter o cuidado de seleccionar alguém que não fizesse figuras tristes. Com Cesário Borga, há gargalhada na certa.
2. "A RTP sempre presente nos grandes acontecimentos desportivos", disseram eles durante 4 ou 5 dias. O "grande acontecimento desportivo" era... a final da Taça de Portugal em futsal, entre o Benfica e o Freixieiro. Serviço público no seu melhor.
3. A caminho de Montemor-o-Velho, reparei numa tabuleta que anunciava o aluguer de cavalos. Aos empresários que queiram aproveitar a ideia, deixo a sugestão de chamar à modalidade "rent-a-horse".
4. Já sabia, mas a certeza é sempre confirmada quando pego no carro: as estradas estão todas esburacadas. País miserável!
5. Sérgio Godinho veio à Universidade de Aveiro dar um concerto. Numa universidade que se gaba de ser das melhores do país e com um público composto por muitos estudantes e professores universitários, ficou provado como nós, portugueses, somos um produto de má qualidade. As filas para entrar na sala desfizeram-se quando as portas abriram, o que significa que as pessoas que chegaram primeiro, e que primeiro deveriam ter entrado, acabaram a competir pelos melhores lugares com os retardatários. A entrada para o espectáculo acabou por ser tudo ao monte e fé em deus.
6. Com um brilhozinho nos olhos, Pode alguém ser quem não é, O primeiro dia do resto da tua vida...: Sérgio Godinho percorreu algumas das melhores canções de sempre em português.
7. Ir a lares é deprimente. Os velhos são tratados como seres vegetativos, amontoados em salas com uma tv no canto, a olhar uns para os outros ou para o vazio... Os funcionários apenas os aproximam da condição humana quando os alimentam ou medicam, porque no resto do tempo são tratados como seres inanimados. Custava muito pô-los a fazer coisas?: cuidar de uma pequena horta ou jardim, desenvolver actividades de leitura, organizar passeios, promover aulas de música ou ginástica...? Os velhos que não estejam nos lares de luxo estão assim condenados a um fim de vida triste: já não bastava a doença, a senilidade, a perda de aptidões físicas e intelectuais, como ainda são tratados com a mais absoluta indiferença e insensibilidade pela maioria dos lares.
sexta-feira, junho 20, 2003
Pastéis de vento
pérolas da sabedoria zen
Tudo no universo vem do nada. Nada – o inominado é o princípio... Segue a não-existência de Tao e serás como ele, sem precisar de nada, contemplando a maravilha e a essência de tudo. Quando compreenderem isto, os adeptos do Benfica vão parar de se preocupar com as teias de aranha na sua estante de troféus.
pérolas da sabedoria zen
Tudo no universo vem do nada. Nada – o inominado é o princípio... Segue a não-existência de Tao e serás como ele, sem precisar de nada, contemplando a maravilha e a essência de tudo. Quando compreenderem isto, os adeptos do Benfica vão parar de se preocupar com as teias de aranha na sua estante de troféus.
quarta-feira, junho 18, 2003
Vera Roquette é um caso de estudo: a mulher merecia figurar num manual de como escrever textos pirosos, mal-escritos, sobre coisas sem interesse nenhum. Vejam porquê no DN. O título da crónica é «Paris, merde». Deus do céu!
O exemplo de Bruxelas
Realmente, os erros ortográficos que JPP orgulhosamente dá no seu Abrupto saltam à vista de qualquer analfabeto. Estava no outro dia a blogar e, por perto, brincava a minha sobrinha de nove anos, que anda na primária. Diz-me a miúda:
- Escreveste mal, tio.
- O quê? - perguntei sem ligar muito à Carlinha.
- Escreveste mal. "Fórum" leva acento.
- Não fui eu - respondi - Isto é o blog do Pacheco Pereira.
- O que é um blog?
- Blogues são sites na Internet, em que as pessoas podem mandar os seus bitaites e dar erros de português à vontade.
- E esse é de quem? - continuou ela com o interrogatório.
- É do Pacheco Pereira.
- Quem é?
- É um blogador. E também é eurodeputado em Bruxelas.
- Ah, e os blogadores ganham muito?
- Na verdade, não ganham nada. Fazem-no por gosto. Os eurodeputados sim, ganham muito bem – observei.
- Acho que vou começar a dar erros de propósito na escola. Quando for grande, quero ser eurodeputada.
Que belo exemplo JPP está a dar para a juventude!
Realmente, os erros ortográficos que JPP orgulhosamente dá no seu Abrupto saltam à vista de qualquer analfabeto. Estava no outro dia a blogar e, por perto, brincava a minha sobrinha de nove anos, que anda na primária. Diz-me a miúda:
- Escreveste mal, tio.
- O quê? - perguntei sem ligar muito à Carlinha.
- Escreveste mal. "Fórum" leva acento.
- Não fui eu - respondi - Isto é o blog do Pacheco Pereira.
- O que é um blog?
- Blogues são sites na Internet, em que as pessoas podem mandar os seus bitaites e dar erros de português à vontade.
- E esse é de quem? - continuou ela com o interrogatório.
- É do Pacheco Pereira.
- Quem é?
- É um blogador. E também é eurodeputado em Bruxelas.
- Ah, e os blogadores ganham muito?
- Na verdade, não ganham nada. Fazem-no por gosto. Os eurodeputados sim, ganham muito bem – observei.
- Acho que vou começar a dar erros de propósito na escola. Quando for grande, quero ser eurodeputada.
Que belo exemplo JPP está a dar para a juventude!
Pastéis de vento
pérolas da sabedoria zen
Apenas quando não tiver nada no pensamento e não pensar em mais nada, você estará absorto e enlevado, vazio e maravilhado. George Bush é um homem feliz.
pérolas da sabedoria zen
Apenas quando não tiver nada no pensamento e não pensar em mais nada, você estará absorto e enlevado, vazio e maravilhado. George Bush é um homem feliz.
terça-feira, junho 17, 2003
Manual do suicida amador
Saiu no “Público” de ontem (caderno Local Lisboa) uma breve sobre a história montypythiana de um rapaz que se tentou matar saltando da Ponte Vasco da Gama. Alegadamente alvo de perseguições, o jovem chegou ao ponto desesperante de querer acabar com tudo... mas tratava-se de um amador do suicídio! Foi encontrado quatro horas depois pela Polícia Marítima em cima de um mouchão. Perguntam-me vocêses: o que é um mouchão? Ora bem, segundo diz o Dicionário da Texto Editora (e nós acreditamos), mouchão é "s.m., terreno arborizado nas lezírias, ou ilhota arborizada que se forma no meio de um rio ou à beira-mar". Tão a ver? O gajo, acagaçado, saltou de olhos fechados. Mas a história continua e o mais engraçado ainda está para vir. "Pouco depois de ser recolhido, o jovem voltou a atirar-se à água, após o que foi manietado pelos agentes, para não voltar a fazer o mesmo – até porque já tinha feridas nos pulsos, que tentara cortar com cascas de mariscos". Faz lembrar aquela história de um indivíduo que tentou decepar a própria cabeça com um corta-unhas. Fica-se na dúvida: será que o gajo estava mesmo a tentar matar-se mas era burro demais para o fazer, ou estaria apenas a tentar chamar a atenção, o que conseguiu de forma brilhante? Porque se ele queria mesmo matar-se, mais valia ter comido o marisco do Tejo, em vez de usar as cascas para cortar os pulsos...
Saiu no “Público” de ontem (caderno Local Lisboa) uma breve sobre a história montypythiana de um rapaz que se tentou matar saltando da Ponte Vasco da Gama. Alegadamente alvo de perseguições, o jovem chegou ao ponto desesperante de querer acabar com tudo... mas tratava-se de um amador do suicídio! Foi encontrado quatro horas depois pela Polícia Marítima em cima de um mouchão. Perguntam-me vocêses: o que é um mouchão? Ora bem, segundo diz o Dicionário da Texto Editora (e nós acreditamos), mouchão é "s.m., terreno arborizado nas lezírias, ou ilhota arborizada que se forma no meio de um rio ou à beira-mar". Tão a ver? O gajo, acagaçado, saltou de olhos fechados. Mas a história continua e o mais engraçado ainda está para vir. "Pouco depois de ser recolhido, o jovem voltou a atirar-se à água, após o que foi manietado pelos agentes, para não voltar a fazer o mesmo – até porque já tinha feridas nos pulsos, que tentara cortar com cascas de mariscos". Faz lembrar aquela história de um indivíduo que tentou decepar a própria cabeça com um corta-unhas. Fica-se na dúvida: será que o gajo estava mesmo a tentar matar-se mas era burro demais para o fazer, ou estaria apenas a tentar chamar a atenção, o que conseguiu de forma brilhante? Porque se ele queria mesmo matar-se, mais valia ter comido o marisco do Tejo, em vez de usar as cascas para cortar os pulsos...
segunda-feira, junho 16, 2003
Os Donos do Garfo
Nome: O Cometa
Designação: café-restaurante
Localização: Porto
Preço: pode comer-se por 5 euros
Pontuação: 5,5 (de 0 a 10)
Chega-se de comboio a São Bento. Uns passos à frente, a câmara municipal aparece no topo da Avenida dos Aliados. Umas centenas (poucas) de metros adiante, numa rua cujo nome desconheço, fica O Cometa, o restaurante onde almocei da última vez que fui ao Porto. Não tem nada de especial que o recomende, apenas os preços, muito em conta.
A cozinha é tudo menos sofisticada: os pratos do dia são os habituais - o bife, o rojão, o peixinho grelhado… - e o restante menu também não apresenta surpresas - o bife, o rojão, o peixinho grelhado... Pedi, como quase sempre que vou ao Porto, uma francesinha, com um cacho de batatas fritas a acompanhar. O bicho estava apetitoso, sem demasiada cerveja no molho. A batata frita era batata e era frita. O serviço é rápido e eficiente. Os empregados parecem lavadinhos, têm ar de quem toma banho todos os dias e de quem não mexe nos pratos sem lavar as mãos depois de fazer chichi.
Conclusão: é um café igual a tantos outros, com a vantagem de estar localizado no coração do Porto, de servir depressa, de ser barato e de os empregados não nos despejarem a bebida no copo, e com o inconveniente de se chamar O Cometa.
Nome: O Cometa
Designação: café-restaurante
Localização: Porto
Preço: pode comer-se por 5 euros
Pontuação: 5,5 (de 0 a 10)
Chega-se de comboio a São Bento. Uns passos à frente, a câmara municipal aparece no topo da Avenida dos Aliados. Umas centenas (poucas) de metros adiante, numa rua cujo nome desconheço, fica O Cometa, o restaurante onde almocei da última vez que fui ao Porto. Não tem nada de especial que o recomende, apenas os preços, muito em conta.
A cozinha é tudo menos sofisticada: os pratos do dia são os habituais - o bife, o rojão, o peixinho grelhado… - e o restante menu também não apresenta surpresas - o bife, o rojão, o peixinho grelhado... Pedi, como quase sempre que vou ao Porto, uma francesinha, com um cacho de batatas fritas a acompanhar. O bicho estava apetitoso, sem demasiada cerveja no molho. A batata frita era batata e era frita. O serviço é rápido e eficiente. Os empregados parecem lavadinhos, têm ar de quem toma banho todos os dias e de quem não mexe nos pratos sem lavar as mãos depois de fazer chichi.
Conclusão: é um café igual a tantos outros, com a vantagem de estar localizado no coração do Porto, de servir depressa, de ser barato e de os empregados não nos despejarem a bebida no copo, e com o inconveniente de se chamar O Cometa.
Tudo outra vez!!! :)
Queridos blogadores. O nosso último servidor de comentários tinha uma incompatibilidade com o nosso servidor de estatística, o que nos obrigou a mudar para um outro menos problemático (fazer figas!). Infelizmente, os nossos últimos comentários foram à vida. Por outro lado, o novo servidor de comentários tem a vantagem de ser em português (OK, brasileiro. Não se pode ter tudo...). Agora é que é, caralho. Bora dar aí com força!
Queridos blogadores. O nosso último servidor de comentários tinha uma incompatibilidade com o nosso servidor de estatística, o que nos obrigou a mudar para um outro menos problemático (fazer figas!). Infelizmente, os nossos últimos comentários foram à vida. Por outro lado, o novo servidor de comentários tem a vantagem de ser em português (OK, brasileiro. Não se pode ter tudo...). Agora é que é, caralho. Bora dar aí com força!
A pretexto da final da Taça de Portugal, de que só viu 20 minutos, Ernesto destila um ódio doentio e completamente irracional ao Porto. Ernestinho, não penses que não te compreendo: eu sou portista e também não gosto do Benfica; como tu, espumaria de raiva e inveja se o Benfica ganhasse o que o Porto ganhou este ano, e da forma como o fez: com enorme classe e demonstrando uma superioridade esmagadora sobre os rivais.
Todo esse ressentimento, além de nos deixar – a nós, portistas – muito orgulhosos e vaidosos, leva-te a dizer as mais despropositadas asneiras. Dizes: “O Leiria tentava jogar, via-se que estava a dar tudo por tudo, mas os jogadores do Porto conseguiram que a bola não estivesse muito tempo em jogo, demorando eternidades na marcação das bolas paradas, atirando a bola para longe, atrasando o reinício do jogo, inventando lesões (veja-se o Baía...). Tudo nas barbas do árbitro”. Para quem só viu 20 de 90 minutos, diga-se que é muita presunção tua tirar essas conclusões, como se os 70 minutos anteriores não fossem importantes para fazer uma apreciação justa ao que se passou durante o jogo.
“Quanto tempo efectivo o Leiria teve para poder mostrar que também sabe jogar (e sabe)”, dizes, sem saberes que o Leiria jogou uma final da Taça, a que apenas chega uma vez em 50 anos, para empatar 0-0, com uma multidão de defesas e trincos no seu meio campo e o Maciel a correr sozinho atrás das bolas despejadas pelo Silas para junto da área do Porto. Se alguém mereceu ganhar a Taça foi o Porto, que foi quem o tentou fazer logo desde o início, sem querer esperar pelos penalties.
“O Porto é uma equipa da arruaça, da arruaça portuguesa mais criminosa e sofisticada, educada (há muitos anos) segundo a filosofia do vale tudo” - não percebo por que dizes isso, sobretudo este ano: o Porto ganhou o que havia para ganhar com uma limpeza imaculada, sem favores de árbitros (houve até um jogo, no estádio do teu querido Sporting, em que foi espoliado de 4 penalties), sendo a equipa com mais golos marcados, menos sofridos e a jogar um futebol de ataque e de qualidade como nenhuma outra o fez. Os jogadores mandam bocas durante os jogos, inclusive aos árbitros? Mandam. Simulam lesões? Simulam (mas não tanto como outras equipas). Fazem-se ao penalty? Fazem (mas não tanto como o vergonhoso João Pinto). Mas não venhas dizer que os jogadores do Porto são os únicos a fazê-lo e que os do Benfica ou Sporting não o fazem, porque aí teria de deixar de te levar completamente a sério.
Por fim: o Mourinho é tudo o que tu quiseres, desde que continue no Porto a ganhar títulos. De resto, as tuas críticas são injustas: o Mourinho é arrogante, usa gel no cabelo..., mas tem aquilo que muitos treinadores (sobretudo os portugueses) não têm ou não são – é inteligente como poucos, sabe articular ideias, tem espírito de conquista, tem a experiência de trabalhar no estrangeiro...
“Rezo para que fuja daqui depressa”, dizes, beatificamente, a propósito do Deco: és tu, os restantes seis milhões de benfiquistas e os dirigentes e treinadores de várias equipas espanholas ou italianas...
Esperas que o Postiga não seja convocado para a selecção – és tu e todos aqueles que querem ver repetida a vergonha do último Mundial. A geração dos Figos e Ruis Costas teve várias oportunidades para ganhar competições e nunca o fez nem andou lá perto. É tempo de dar lugar aos outros: aliás, penso que a nova geração de jogadores é melhor que a geração anterior – agora sim, Portugal pode ambicionar a ter uma excelente equipa, com jogadores como o Quaresma, o Ronaldo, o Ricardo Carvalho, o Jorge Andrade, o Paulo Ferreira, o Tiago, o Ricardo, o Hugo Viana... e, lamento dizer-to, o Deco e o Postiga.
Todo esse ressentimento, além de nos deixar – a nós, portistas – muito orgulhosos e vaidosos, leva-te a dizer as mais despropositadas asneiras. Dizes: “O Leiria tentava jogar, via-se que estava a dar tudo por tudo, mas os jogadores do Porto conseguiram que a bola não estivesse muito tempo em jogo, demorando eternidades na marcação das bolas paradas, atirando a bola para longe, atrasando o reinício do jogo, inventando lesões (veja-se o Baía...). Tudo nas barbas do árbitro”. Para quem só viu 20 de 90 minutos, diga-se que é muita presunção tua tirar essas conclusões, como se os 70 minutos anteriores não fossem importantes para fazer uma apreciação justa ao que se passou durante o jogo.
“Quanto tempo efectivo o Leiria teve para poder mostrar que também sabe jogar (e sabe)”, dizes, sem saberes que o Leiria jogou uma final da Taça, a que apenas chega uma vez em 50 anos, para empatar 0-0, com uma multidão de defesas e trincos no seu meio campo e o Maciel a correr sozinho atrás das bolas despejadas pelo Silas para junto da área do Porto. Se alguém mereceu ganhar a Taça foi o Porto, que foi quem o tentou fazer logo desde o início, sem querer esperar pelos penalties.
“O Porto é uma equipa da arruaça, da arruaça portuguesa mais criminosa e sofisticada, educada (há muitos anos) segundo a filosofia do vale tudo” - não percebo por que dizes isso, sobretudo este ano: o Porto ganhou o que havia para ganhar com uma limpeza imaculada, sem favores de árbitros (houve até um jogo, no estádio do teu querido Sporting, em que foi espoliado de 4 penalties), sendo a equipa com mais golos marcados, menos sofridos e a jogar um futebol de ataque e de qualidade como nenhuma outra o fez. Os jogadores mandam bocas durante os jogos, inclusive aos árbitros? Mandam. Simulam lesões? Simulam (mas não tanto como outras equipas). Fazem-se ao penalty? Fazem (mas não tanto como o vergonhoso João Pinto). Mas não venhas dizer que os jogadores do Porto são os únicos a fazê-lo e que os do Benfica ou Sporting não o fazem, porque aí teria de deixar de te levar completamente a sério.
Por fim: o Mourinho é tudo o que tu quiseres, desde que continue no Porto a ganhar títulos. De resto, as tuas críticas são injustas: o Mourinho é arrogante, usa gel no cabelo..., mas tem aquilo que muitos treinadores (sobretudo os portugueses) não têm ou não são – é inteligente como poucos, sabe articular ideias, tem espírito de conquista, tem a experiência de trabalhar no estrangeiro...
“Rezo para que fuja daqui depressa”, dizes, beatificamente, a propósito do Deco: és tu, os restantes seis milhões de benfiquistas e os dirigentes e treinadores de várias equipas espanholas ou italianas...
Esperas que o Postiga não seja convocado para a selecção – és tu e todos aqueles que querem ver repetida a vergonha do último Mundial. A geração dos Figos e Ruis Costas teve várias oportunidades para ganhar competições e nunca o fez nem andou lá perto. É tempo de dar lugar aos outros: aliás, penso que a nova geração de jogadores é melhor que a geração anterior – agora sim, Portugal pode ambicionar a ter uma excelente equipa, com jogadores como o Quaresma, o Ronaldo, o Ricardo Carvalho, o Jorge Andrade, o Paulo Ferreira, o Tiago, o Ricardo, o Hugo Viana... e, lamento dizer-to, o Deco e o Postiga.
quinta-feira, junho 12, 2003
Pastéis de vento
pérolas da sabedoria zen
Não procure seguir as pegadas dos mestres. Procure o que eles procuram. Na mais próspera mina em Serra Pelada, no Brasil, ali encontrarás, agarrada à maior pepita de ouro, Fátima Felgueiras.
pérolas da sabedoria zen
Não procure seguir as pegadas dos mestres. Procure o que eles procuram. Na mais próspera mina em Serra Pelada, no Brasil, ali encontrarás, agarrada à maior pepita de ouro, Fátima Felgueiras.
quarta-feira, junho 11, 2003
Os Donos do Garfo
Nome: Vino Tinto
Designação: restaurante grill espanholado e pós-moderno
Localização: Cais de Gaia, Porto
Página na Internet: não tem
Preço médio: 18 euros
Classificação: 7 (de 0 a 10)
Não é só em Lisboa que surgem como cogumelos casas de restauração que puxam pelo bolso do cliente. A febre do negócio chegou ao Porto, cidade onde um dia se comeu umas maravilhosas tripas em quantidades enfartabrúticas por uns míseros 500 paus. Não que isso hoje seja impossível, mas a tendência actual é claramente outra, como Os Donos do Garfo teve a oportunidade de comprovar ontem à noite, numa incursão pelo Cais de Gaia.
Numa zona animada, feita à medida do turista, em meio a uma arquitectura estandardizada e envidraçada de escuro, que atribui a mesma dignidade exterior às “Pizza Huts” e a uma série de outros festefudes, restaurantes e bares, encontrámos o “Vino Tinto”, uma casa de qualidade – atestada pela fila de gente à espera de lugar para sentar – travestida de espanhola, mas longe da perfeição.
O atendimento baloiça entre a beleza das duas lindas moças – muito bem empacotadas, que também se come com os olhos – que serviam a sua simpatia enfeitada com uma boa demão de maquilhagem, a dar para o exagero, mas sem lhes tirar o ar apetitoso; e o pouco cuidado de um senhor de bigodes capaz de trazer um dos pratos principais antes de terem vindo todas as entradas.
A comida em si é boa, bem preparada, com destaque justamente para los entrantes. Recomendamos vivamente o Queijo Provolone (derretido e com especiarias) e a Tortilla de Bacalhau. Dos main courses, pouco a comentar. A especialidade resume-se claramente aos grelhados, numa ementa em que se destaca pelo preço um Chuletón a 22,50 euros. A carta de vinhos oferece alguns tintos espanhóis de qualidade. As sobremesas são talvez o ponto mais fraco do “Vino Tinto”. Nada caseiro. Tudo industrial.
Nome: Vino Tinto
Designação: restaurante grill espanholado e pós-moderno
Localização: Cais de Gaia, Porto
Página na Internet: não tem
Preço médio: 18 euros
Classificação: 7 (de 0 a 10)
Não é só em Lisboa que surgem como cogumelos casas de restauração que puxam pelo bolso do cliente. A febre do negócio chegou ao Porto, cidade onde um dia se comeu umas maravilhosas tripas em quantidades enfartabrúticas por uns míseros 500 paus. Não que isso hoje seja impossível, mas a tendência actual é claramente outra, como Os Donos do Garfo teve a oportunidade de comprovar ontem à noite, numa incursão pelo Cais de Gaia.
Numa zona animada, feita à medida do turista, em meio a uma arquitectura estandardizada e envidraçada de escuro, que atribui a mesma dignidade exterior às “Pizza Huts” e a uma série de outros festefudes, restaurantes e bares, encontrámos o “Vino Tinto”, uma casa de qualidade – atestada pela fila de gente à espera de lugar para sentar – travestida de espanhola, mas longe da perfeição.
O atendimento baloiça entre a beleza das duas lindas moças – muito bem empacotadas, que também se come com os olhos – que serviam a sua simpatia enfeitada com uma boa demão de maquilhagem, a dar para o exagero, mas sem lhes tirar o ar apetitoso; e o pouco cuidado de um senhor de bigodes capaz de trazer um dos pratos principais antes de terem vindo todas as entradas.
A comida em si é boa, bem preparada, com destaque justamente para los entrantes. Recomendamos vivamente o Queijo Provolone (derretido e com especiarias) e a Tortilla de Bacalhau. Dos main courses, pouco a comentar. A especialidade resume-se claramente aos grelhados, numa ementa em que se destaca pelo preço um Chuletón a 22,50 euros. A carta de vinhos oferece alguns tintos espanhóis de qualidade. As sobremesas são talvez o ponto mais fraco do “Vino Tinto”. Nada caseiro. Tudo industrial.
País na merda
O nível de desenvolvimento de um país pode medir-se de diversas formas: a produtividade, as exportações, o emprego, a literacia, etc. Mas há coisas que não são propriamente mensuráveis mas que são sinais claros do grau de civilização de um povo. A limpeza e asseio dos locais públicos é uma delas.
Uma das coisas que mais impressão me faz é ver os passeios cheios de merda de cão. Claro que há os cães vadios, que ninguém pessoalmente controla – e que deviam ser capturados e abatidos pelas autoridades se ninguém os reclamasse ou acolhesse ao fim de alguns dias. Mas também há os cães daquelas pessoas que os levam a defecar na rua. O resultado é deprimente: passeios completamente borrados de merda e mijo, em todo o lado, em todas as esquinas, junto aos canteiros, junto aos degraus dos prédios, junto aos pneus dos carros... A conclusão é só uma: o português é uma raça de gente porca e selvagem, que mantém hábitos da idade média sem o menor escrúpulo ou pudor. Gente que gosta de viver na imundíce e de chafurdar no chiqueiro. A única esperança é que uma espécie de justiça cósmica actue sobre os donos do estúpidos animais e os faça ser eles a pisar a merda.
O nível de desenvolvimento de um país pode medir-se de diversas formas: a produtividade, as exportações, o emprego, a literacia, etc. Mas há coisas que não são propriamente mensuráveis mas que são sinais claros do grau de civilização de um povo. A limpeza e asseio dos locais públicos é uma delas.
Uma das coisas que mais impressão me faz é ver os passeios cheios de merda de cão. Claro que há os cães vadios, que ninguém pessoalmente controla – e que deviam ser capturados e abatidos pelas autoridades se ninguém os reclamasse ou acolhesse ao fim de alguns dias. Mas também há os cães daquelas pessoas que os levam a defecar na rua. O resultado é deprimente: passeios completamente borrados de merda e mijo, em todo o lado, em todas as esquinas, junto aos canteiros, junto aos degraus dos prédios, junto aos pneus dos carros... A conclusão é só uma: o português é uma raça de gente porca e selvagem, que mantém hábitos da idade média sem o menor escrúpulo ou pudor. Gente que gosta de viver na imundíce e de chafurdar no chiqueiro. A única esperança é que uma espécie de justiça cósmica actue sobre os donos do estúpidos animais e os faça ser eles a pisar a merda.
terça-feira, junho 10, 2003
Compulsivamente
No fim de semana estive a lavar o carro. É um acto religioso para muitos. Para mim, é apenas uma tarefa mecânica e estúpida. Apetrecho-me de de sprays e sparayzinhos como nomes alemães, retiro o lixo acumulado de quatro semanas de dentro do carro e coloco-me na fila da auto-lavagem. Ali, naqueles longos minutos de espera, leio o Record e oiço o Carlos Magno enquanto, um a um, os companheiros de jornada lavam, polem e limpam os seus veículos. Depois, quando chega a minha vez, gasto dois euros em água limpadora, abrilhantadora e enxaguadora e tento limitar os danos causados por moscas e lama agarrada à fibra de vidro. Numa ou noutra ocasião, percebo que existe um risco e grito por dentro como uma criança enquanto tento disfarçar a cicatriz do golpe.
Após este acto cerimonial, retiro os tapetes e lavo-os numa maquineta velha enquanto aguardo pelo sacrossanto aspirador das impurezas. Então, armado com spray contra nódoas e uma escova dos dentes velha luto contra manchas, restos de iogurte e de chocolate espalhados pelos estofos. Nesses lentos e pesados minutos, desespero por um grão de lama agarrado ao rebordo da borracha e vocifero contra o resto de sumo que manchou o tapete.
No final, satisfeito como Hércules perante um dos trabalhos que teve de sofrer, vou beber um café e uma água com um sorriso nos lábios de triunfo. Sigo para casa, recolho a mulher e o miúdo para ir comer fora com o ar e o peito satisfeito do trabalho cumprido. Com o carro estacionado à beira da entrada da casa, ajudo o miúdo a subir. Cai-lhe a bolacha com manteiga que levava sobre o banco enquanto tenta empoleirar-se na cadeira. Antes que eu me aperceba, pisa-a no momento de saltar para o banco e fico siderado de terror.
Em choque, encosto-me à porta do carro enquanto a mulher arruma as coisas na bagageira. Antes de conseguir balbuciar palavra, passa um carro por uma poça de água e asperge com lama os vidros que eu lavei com tanto custo.
Não me ocorre mais nada que não chorar.
Compulsivamente.
No fim de semana estive a lavar o carro. É um acto religioso para muitos. Para mim, é apenas uma tarefa mecânica e estúpida. Apetrecho-me de de sprays e sparayzinhos como nomes alemães, retiro o lixo acumulado de quatro semanas de dentro do carro e coloco-me na fila da auto-lavagem. Ali, naqueles longos minutos de espera, leio o Record e oiço o Carlos Magno enquanto, um a um, os companheiros de jornada lavam, polem e limpam os seus veículos. Depois, quando chega a minha vez, gasto dois euros em água limpadora, abrilhantadora e enxaguadora e tento limitar os danos causados por moscas e lama agarrada à fibra de vidro. Numa ou noutra ocasião, percebo que existe um risco e grito por dentro como uma criança enquanto tento disfarçar a cicatriz do golpe.
Após este acto cerimonial, retiro os tapetes e lavo-os numa maquineta velha enquanto aguardo pelo sacrossanto aspirador das impurezas. Então, armado com spray contra nódoas e uma escova dos dentes velha luto contra manchas, restos de iogurte e de chocolate espalhados pelos estofos. Nesses lentos e pesados minutos, desespero por um grão de lama agarrado ao rebordo da borracha e vocifero contra o resto de sumo que manchou o tapete.
No final, satisfeito como Hércules perante um dos trabalhos que teve de sofrer, vou beber um café e uma água com um sorriso nos lábios de triunfo. Sigo para casa, recolho a mulher e o miúdo para ir comer fora com o ar e o peito satisfeito do trabalho cumprido. Com o carro estacionado à beira da entrada da casa, ajudo o miúdo a subir. Cai-lhe a bolacha com manteiga que levava sobre o banco enquanto tenta empoleirar-se na cadeira. Antes que eu me aperceba, pisa-a no momento de saltar para o banco e fico siderado de terror.
Em choque, encosto-me à porta do carro enquanto a mulher arruma as coisas na bagageira. Antes de conseguir balbuciar palavra, passa um carro por uma poça de água e asperge com lama os vidros que eu lavei com tanto custo.
Não me ocorre mais nada que não chorar.
Compulsivamente.
segunda-feira, junho 09, 2003
Pastéis de vento
pérolas da sabedoria zen
Sentando-se quieto, sem fazer nada, vem a Primavera, e a relva cresce sozinha. Eu apoio a implantação da sesta!
pérolas da sabedoria zen
Sentando-se quieto, sem fazer nada, vem a Primavera, e a relva cresce sozinha. Eu apoio a implantação da sesta!
sábado, junho 07, 2003
Crónicas daquilo que não gosto
Pseudos
Claramente não suporto os pseudos. Portugal é um país de pseudos, se calhar é até um pseudo-país. Uma corja de convencidos e de anafados sentados num baloiço à espera que o mundo lhe preste vassalagem, agradecendo-lhes por terem descoberto mei-mundo (não existe esta palavra mas é gira) para depois serem errabados alegremente, com pimenta e açafrão no cu que é para sentirem melhor. Quando penso nisso, sorrio com prazer e recordo-me do João da Ega (atenção, esta citação sucede apenas porque diz respeito aos Maias, um livro que fui obrigado a ler no secundário. Não pretendo com isto arrogar-me de um pretenciosismo bacoco semelhante aos blogues tugas). Esta choldra não mudou e todos lutam por cinco minutos de sucesso na voragem dos dias. Como se ser um cromo conhecido em Portugal fosse difícil, num país tão pequeno como um T0 sem kitchnette. Na América, na China, no Brasil (vejam o caso do Deco que teve de sair de lá para ter sucesso) ou na Índia. Aí sim, ter sucesso é ter realmente sucesso. Aqui é apenas dar um espirro mais forte e o ranho colar-se à sola dos sapatos de alguém que vai queixar-se ao Vidas Reais.
Até o emplastro teve os seus cinco minutos de fama (justos, diga-se) e foi um case study como havia sido, no passado, o Tino de Rans. Se abóboras loiras como a Teresinha ou cogumelos saltitantes como o Baião são estrelas tudo é permitido.
E os pseudos pululam como adenovírus em toda a parte. Parecem larvas a descobrir que algumas borboletas já foram como elas. E assaltam a pirâmide do poder antes de saberem se têm asas para voar.
São as Pinto Correia, os La Ferias, as Motas Ribeiro, Claudisabeis, Tois, Sarmentos, Mouras Guedes, os PM, MEC, MST, PSL, PP (acho piada aos gajos que se identificam por siglas. É o minimalismo levado ao extremo em contraposição ao ego ferido de tanto ser coçado). Tudo gente que parece mais do que realmente é. Como se fosse esse o desporto-rei português.
Fazendo bem as contas, Portugal terá meia-dúzia de gajos bons em meia-dúzia de áreas. Se fôssemos tão bons como nos julgamos, o JPP era o líder do PPE, o Carlos Lisboa tinha jogado na NBA e o Damásio (o António não o Manuel) já havia ganho o Nobel da Medicina. O Saramago só ganhou o da Literatura porque escreve frases graaaaaaaaaandes como os franceses, com pontuação cirílica e está a viver em Espanha. Caso contrário, não passaria de um miúdo de chupa-chupa na boca na fila de espera para sentar-se ao colo de alguns dos verdadeiros bons escritores e pedir um autógrafo.
Na realidade, não passamos de uns parolos a lambermos o cu de uns na esperança de também sermos lambidos em retribuição.
Porque raio é que o Miguel de Vasconcelos caiu da varanda em 1640? Éramos todos mais felizes e com uma selecção de futebol para fazer inveja.
Pseudos
Claramente não suporto os pseudos. Portugal é um país de pseudos, se calhar é até um pseudo-país. Uma corja de convencidos e de anafados sentados num baloiço à espera que o mundo lhe preste vassalagem, agradecendo-lhes por terem descoberto mei-mundo (não existe esta palavra mas é gira) para depois serem errabados alegremente, com pimenta e açafrão no cu que é para sentirem melhor. Quando penso nisso, sorrio com prazer e recordo-me do João da Ega (atenção, esta citação sucede apenas porque diz respeito aos Maias, um livro que fui obrigado a ler no secundário. Não pretendo com isto arrogar-me de um pretenciosismo bacoco semelhante aos blogues tugas). Esta choldra não mudou e todos lutam por cinco minutos de sucesso na voragem dos dias. Como se ser um cromo conhecido em Portugal fosse difícil, num país tão pequeno como um T0 sem kitchnette. Na América, na China, no Brasil (vejam o caso do Deco que teve de sair de lá para ter sucesso) ou na Índia. Aí sim, ter sucesso é ter realmente sucesso. Aqui é apenas dar um espirro mais forte e o ranho colar-se à sola dos sapatos de alguém que vai queixar-se ao Vidas Reais.
Até o emplastro teve os seus cinco minutos de fama (justos, diga-se) e foi um case study como havia sido, no passado, o Tino de Rans. Se abóboras loiras como a Teresinha ou cogumelos saltitantes como o Baião são estrelas tudo é permitido.
E os pseudos pululam como adenovírus em toda a parte. Parecem larvas a descobrir que algumas borboletas já foram como elas. E assaltam a pirâmide do poder antes de saberem se têm asas para voar.
São as Pinto Correia, os La Ferias, as Motas Ribeiro, Claudisabeis, Tois, Sarmentos, Mouras Guedes, os PM, MEC, MST, PSL, PP (acho piada aos gajos que se identificam por siglas. É o minimalismo levado ao extremo em contraposição ao ego ferido de tanto ser coçado). Tudo gente que parece mais do que realmente é. Como se fosse esse o desporto-rei português.
Fazendo bem as contas, Portugal terá meia-dúzia de gajos bons em meia-dúzia de áreas. Se fôssemos tão bons como nos julgamos, o JPP era o líder do PPE, o Carlos Lisboa tinha jogado na NBA e o Damásio (o António não o Manuel) já havia ganho o Nobel da Medicina. O Saramago só ganhou o da Literatura porque escreve frases graaaaaaaaaandes como os franceses, com pontuação cirílica e está a viver em Espanha. Caso contrário, não passaria de um miúdo de chupa-chupa na boca na fila de espera para sentar-se ao colo de alguns dos verdadeiros bons escritores e pedir um autógrafo.
Na realidade, não passamos de uns parolos a lambermos o cu de uns na esperança de também sermos lambidos em retribuição.
Porque raio é que o Miguel de Vasconcelos caiu da varanda em 1640? Éramos todos mais felizes e com uma selecção de futebol para fazer inveja.
sexta-feira, junho 06, 2003
Crónicas daquilo que eu não gosto
Lisboa
Estou farto de Lisboa, dos lisboetas, dos lisboinhas e de tudo quanto reuna na mesma palavra Lis e Boa. Cansa-me o som desses fonemas e irrita-me solenemente a arrogância a que estão associados. Tudo gira em torno de Lisboa e do Cais do Sodré. Se o espermatozóide Marquês não tivesse furado o óvulo da mãe talvez ninguém tivesse tido a ideia de reconstruir a Baixa e Portugal seria um país mais feliz. Com uma capital em Santarém ou na Guarda.
Não tenho paciência para a sobranceria com que todos os lisboinhas olham para o resto do país como se não passasse de uma bainha mal alinhavada que têm de suportar. Para eles, Portugal deveria resumir-se à capital e à Quarteira, com um grande viaduto (um pouco maior que o Duarte Pacheco) sobre Tróia e o Alentejo.
E, depois, a intelligentzia da nação segue à justa este pacóvio modelo de desenvolvimento, ignorando o resto do mundo. Os políticos (aqueles que são bem vistos) são de Lisboa e vão à província para serem eleitos cabeças-de-lista dos seus partidos, os intelectualóides são paridos entre conversas cheias de maconha e de whiskey (tem que ser o irlandês porque é mais fino, só os parolos – os pobres – bebem o escocês), os apresentadores são eleitos entre o Liceu Francês e o Colégio Alemão. Enfim, é tudo escolhido nos quarteirões que vão de Alvalade a Monsanto, permitindo, de quando em vez, a entrada de algum saloio nortenho.
A comunicação social, essa nem vale a pena falar. Uma notícia do Santana vale mais do que todas as Câmaras do país juntas e um peido de um paneleiro no Parque é mais importante que um colóquio de uma povoação em A-do-Freixo (excepto se tiver algum lisboinha a falar).
Por outro lado, irrita-me as consequências desta visão deturpada. O resto do país só aparece quando há mortos, facadas ou violações. O interesse de 80 por cento dos portugueses só é levado em linha de conta quando algum crime horrendo impõe-se na agenda e pode, quem sabe, entrara como sexta notícia no alinhamento de algum jornal televisivo, ou uma chamada no canto da primeira página.
Mas pior que os lisboinhas originais são os lisboinhas importados, que se deslumbram por verem um prédio com mais de cinco andares e têm orgasmos (múltiplos) ao verem uma estrela (da K7 ou da rádio pirata) a beber um café na esplanada que frequentam. E fazem manifestações por tudo e por nada como se as únicas causas sociais estivessem à sombra do castelo de São Jorge.
Repito o que disse anteriormente: Quero emigrar.
Lisboa
Estou farto de Lisboa, dos lisboetas, dos lisboinhas e de tudo quanto reuna na mesma palavra Lis e Boa. Cansa-me o som desses fonemas e irrita-me solenemente a arrogância a que estão associados. Tudo gira em torno de Lisboa e do Cais do Sodré. Se o espermatozóide Marquês não tivesse furado o óvulo da mãe talvez ninguém tivesse tido a ideia de reconstruir a Baixa e Portugal seria um país mais feliz. Com uma capital em Santarém ou na Guarda.
Não tenho paciência para a sobranceria com que todos os lisboinhas olham para o resto do país como se não passasse de uma bainha mal alinhavada que têm de suportar. Para eles, Portugal deveria resumir-se à capital e à Quarteira, com um grande viaduto (um pouco maior que o Duarte Pacheco) sobre Tróia e o Alentejo.
E, depois, a intelligentzia da nação segue à justa este pacóvio modelo de desenvolvimento, ignorando o resto do mundo. Os políticos (aqueles que são bem vistos) são de Lisboa e vão à província para serem eleitos cabeças-de-lista dos seus partidos, os intelectualóides são paridos entre conversas cheias de maconha e de whiskey (tem que ser o irlandês porque é mais fino, só os parolos – os pobres – bebem o escocês), os apresentadores são eleitos entre o Liceu Francês e o Colégio Alemão. Enfim, é tudo escolhido nos quarteirões que vão de Alvalade a Monsanto, permitindo, de quando em vez, a entrada de algum saloio nortenho.
A comunicação social, essa nem vale a pena falar. Uma notícia do Santana vale mais do que todas as Câmaras do país juntas e um peido de um paneleiro no Parque é mais importante que um colóquio de uma povoação em A-do-Freixo (excepto se tiver algum lisboinha a falar).
Por outro lado, irrita-me as consequências desta visão deturpada. O resto do país só aparece quando há mortos, facadas ou violações. O interesse de 80 por cento dos portugueses só é levado em linha de conta quando algum crime horrendo impõe-se na agenda e pode, quem sabe, entrara como sexta notícia no alinhamento de algum jornal televisivo, ou uma chamada no canto da primeira página.
Mas pior que os lisboinhas originais são os lisboinhas importados, que se deslumbram por verem um prédio com mais de cinco andares e têm orgasmos (múltiplos) ao verem uma estrela (da K7 ou da rádio pirata) a beber um café na esplanada que frequentam. E fazem manifestações por tudo e por nada como se as únicas causas sociais estivessem à sombra do castelo de São Jorge.
Repito o que disse anteriormente: Quero emigrar.
Descobri que sou burro...
Depois de alguns dias remetido ao silêncio pelo muito trabalho que me invadiu como o ataque dos japoneses a Pearl Harbour, regresso a estas lides cibernáuticas, revelando que tive uma visão. Não daquelas que os místicos e os Pastorinhos têm, mas uma mais simples: sou burro.
Leio os textos dos nossos colegas bloguistas e fico siderado. Desde o Maltez ao JPP, passando pelos Mexia e Lomba, Marretas, Esquerdas, Gato é tudo um fartar de citações e de termos inusados. Nem nas aulas de algumas figuras distintas da nossa literatura tive tantos autores reunidos numa única frase como se citando os outros mostrasse que sabemos ler melhor. E todos com ideias bonitas e bem construídas. Todos a bater umas punhetas uns aos outros sem sequer lavarem as mãos. Parece que os blogues tornaram-se numa feirazinha de vaidadezinhas. É que isto em Portugal é tudo muito medido com inhos para não ferir susceptibilidades.
FODA-SE, quero emigrar. Salva-se o Pipi e o Scolari
Depois de alguns dias remetido ao silêncio pelo muito trabalho que me invadiu como o ataque dos japoneses a Pearl Harbour, regresso a estas lides cibernáuticas, revelando que tive uma visão. Não daquelas que os místicos e os Pastorinhos têm, mas uma mais simples: sou burro.
Leio os textos dos nossos colegas bloguistas e fico siderado. Desde o Maltez ao JPP, passando pelos Mexia e Lomba, Marretas, Esquerdas, Gato é tudo um fartar de citações e de termos inusados. Nem nas aulas de algumas figuras distintas da nossa literatura tive tantos autores reunidos numa única frase como se citando os outros mostrasse que sabemos ler melhor. E todos com ideias bonitas e bem construídas. Todos a bater umas punhetas uns aos outros sem sequer lavarem as mãos. Parece que os blogues tornaram-se numa feirazinha de vaidadezinhas. É que isto em Portugal é tudo muito medido com inhos para não ferir susceptibilidades.
FODA-SE, quero emigrar. Salva-se o Pipi e o Scolari
Os Donos do Garfo
Nome: Os Carcavelos
Designação: tasca à velha antiga portuguesa
Localização: Aveiro
Página na Internet: não queriam mais nada!
Classificação: 7,5 (de 0 a 10)
Não é um primor de asseio e limpeza, nem tem quadrinhos nas paredes, as toalhas são de papel, o proprietário e o empregado têm unhas compridas com sarro por baixo e vertem metade da sopa ao trazerem-nos os pratos para a mesa... É tudo menos um sítio asséptico, asseado, sofisticado. Lá não se come fillet-mignon, nem ór-dâvrre (não sei como se escreve em francês, por isso aportuguesei). O vinho não é de castas ou colheitas especiais, os talheres e os pratos são lavados com um simples chuveiro de água. As cadeiras estão semi-destruídas e as mesas cheias de lascas.
É assim Os Carcavelos, uma tasca em Aveiro, junto ao Canal de São Roque. Hoje comi uma bela alheira (com a pele ligeiramente queimada, é verdade, mas nada é perfeito nesta casa), com batatas fritas acabadas de fritar, arroz de nabiças e um ovo a cavalo. No início, uma sopa de nabiças (sim, o arroz também era de nabiças: esta gente deve ter frequentado as cantinas de Coimbra), broa da melhor e azeitonas. Para acompanhar, uma 7up com muito gelo (quem quiser tem vinho à discrição, branco ou tinto). O preço é sempre 4,5 euros, com direito a tv sempre ligada no Praça da Alegria.
No final de tudo, uma violentíssima jogatana de matrecos, com os pelos do sovacame a nadar em suor. A mesa é das antigas – daquelas que podem levar com marteladas em cima que não se desconjuntam –, a 20 cêntimos cada nove bolas.
Nome: Os Carcavelos
Designação: tasca à velha antiga portuguesa
Localização: Aveiro
Página na Internet: não queriam mais nada!
Classificação: 7,5 (de 0 a 10)
Não é um primor de asseio e limpeza, nem tem quadrinhos nas paredes, as toalhas são de papel, o proprietário e o empregado têm unhas compridas com sarro por baixo e vertem metade da sopa ao trazerem-nos os pratos para a mesa... É tudo menos um sítio asséptico, asseado, sofisticado. Lá não se come fillet-mignon, nem ór-dâvrre (não sei como se escreve em francês, por isso aportuguesei). O vinho não é de castas ou colheitas especiais, os talheres e os pratos são lavados com um simples chuveiro de água. As cadeiras estão semi-destruídas e as mesas cheias de lascas.
É assim Os Carcavelos, uma tasca em Aveiro, junto ao Canal de São Roque. Hoje comi uma bela alheira (com a pele ligeiramente queimada, é verdade, mas nada é perfeito nesta casa), com batatas fritas acabadas de fritar, arroz de nabiças e um ovo a cavalo. No início, uma sopa de nabiças (sim, o arroz também era de nabiças: esta gente deve ter frequentado as cantinas de Coimbra), broa da melhor e azeitonas. Para acompanhar, uma 7up com muito gelo (quem quiser tem vinho à discrição, branco ou tinto). O preço é sempre 4,5 euros, com direito a tv sempre ligada no Praça da Alegria.
No final de tudo, uma violentíssima jogatana de matrecos, com os pelos do sovacame a nadar em suor. A mesa é das antigas – daquelas que podem levar com marteladas em cima que não se desconjuntam –, a 20 cêntimos cada nove bolas.
Pastéis de vento
pérolas da sabedoria zen
Uma pessoa pode parecer tola e, apesar disso, não o ser. Pode apenas estar a guardar a sua sabedoria com muito cuidado. Quando os cristais da última geada forem atravessados pelos raios da alvorada primaveril, quando chegar a altura certa, e só então, Scolari convocará o Baía.
pérolas da sabedoria zen
Uma pessoa pode parecer tola e, apesar disso, não o ser. Pode apenas estar a guardar a sua sabedoria com muito cuidado. Quando os cristais da última geada forem atravessados pelos raios da alvorada primaveril, quando chegar a altura certa, e só então, Scolari convocará o Baía.
quinta-feira, junho 05, 2003
«Carteiro feliz é aquele que gosta de sê-lo...»
Pastéis de vento
pérolas da sabedoria zen
Olhe sempre para o sol, assim as sombras ficarão para trás. Tal como acontece com alguns ministros-sombra, que gostam de ficar por trás de quem olha para o sol.
pérolas da sabedoria zen
Olhe sempre para o sol, assim as sombras ficarão para trás. Tal como acontece com alguns ministros-sombra, que gostam de ficar por trás de quem olha para o sol.
quarta-feira, junho 04, 2003
Pode um texto ser traduzido de várias maneiras? Pode. Eis um exemplo:
“As poucas estrelas acima de nós lançavam uma luz fraca apenas sobre o navio, sem qualquer cintilação na água, como um poço de luz separado que perfurasse uma atmosfera transformada em fuligem. Era qualquer coisa que nunca tinha visto antes; não havia qualquer sinal da direcção onde se alcançaria uma possível mudança: uma ameaça que nos comprimia de todos os lados”.
“As poucas estrelas, ao alto de nós, difundiam uma vaga claridade que se limitava ao navio, sem o menor reflexo no mar, como emanações de luz isoladas repassando uma atmosfera mudada em fuligem. Era uma coisa como eu nunca vira outras, que não apresentava o menor sinal de poder vir a evoluir, como a aproximação de uma ameaça que irrompia por todos os lados”.
O bizarro é que estas duas traduções do mesmo excerto da obra A Linha de Sombra, de Joseph Conrad, aparecem ambas no livro que o Público lançou na colecção Mil Folhas: a primeira versão surge na parte de trás da sobrecapa e a segunda nas páginas 132 e 133. Como é que isto pode ser explicado?
De qualquer maneira, parece óbvio que um dos tradutores, ou ambos, usaram de certa liberdade criativa no processo de traduzir o texto para português, uma vez que as versões são bastante diferentes entre si. Por exemplo: um usa “poço de luz” e o outro “emanações de luz”; um usa os dois pontos no final do parágrafo, o outro não. Até que ponto é que a emancipação do tradutor em relação ao texto original é legítima?
“As poucas estrelas acima de nós lançavam uma luz fraca apenas sobre o navio, sem qualquer cintilação na água, como um poço de luz separado que perfurasse uma atmosfera transformada em fuligem. Era qualquer coisa que nunca tinha visto antes; não havia qualquer sinal da direcção onde se alcançaria uma possível mudança: uma ameaça que nos comprimia de todos os lados”.
“As poucas estrelas, ao alto de nós, difundiam uma vaga claridade que se limitava ao navio, sem o menor reflexo no mar, como emanações de luz isoladas repassando uma atmosfera mudada em fuligem. Era uma coisa como eu nunca vira outras, que não apresentava o menor sinal de poder vir a evoluir, como a aproximação de uma ameaça que irrompia por todos os lados”.
O bizarro é que estas duas traduções do mesmo excerto da obra A Linha de Sombra, de Joseph Conrad, aparecem ambas no livro que o Público lançou na colecção Mil Folhas: a primeira versão surge na parte de trás da sobrecapa e a segunda nas páginas 132 e 133. Como é que isto pode ser explicado?
De qualquer maneira, parece óbvio que um dos tradutores, ou ambos, usaram de certa liberdade criativa no processo de traduzir o texto para português, uma vez que as versões são bastante diferentes entre si. Por exemplo: um usa “poço de luz” e o outro “emanações de luz”; um usa os dois pontos no final do parágrafo, o outro não. Até que ponto é que a emancipação do tradutor em relação ao texto original é legítima?
A cultura do emplastro
Em Portugal, aparecer na televisão é mais do que motivo de orgulho. Pode, por vezes, tornar-se um objectivo de vida. Desde o jovem que sonha com a fama e acha justo que ela venha a troco de viver meses confinado numa casa cheia de semelhantes dispostos a mostrar a bunda em directo para todo o país, até os grunhos que se amontoam em torno dos repórteres em dia de jogo, ou à multidão em frente do tribunal para ver o Herman. O homenzinho desdentado com um sinal na cara não é mais que uma caricatura de 80 por cento (números do INE – Instituto Nacional de Especulação) das pessoas que vemos na televisão todos os dias. É fácil relacionar esse fenómeno com a carência de literacia do povo – gente mais educada tem mais facilidade em perceber a futilidade de alguns comportamentos. A verdade é que o fenómeno também acontece noutros países, alguns até mais evoluídos do que o nosso. Como explicar então o que leva alguém a saltar para a frente das câmaras, telemóvel em acção, a anunciar para a família e os amigos “Ponham na SIC! Estou na SIC!...”? Não sei. Não interessa. O que interessa é que é foleiro. Não o façam.
terça-feira, junho 03, 2003
Ao ver na internet uma fotografia do Herman José a sair do DIAP, há uns dias, lembrei-me que nas imagens em directo que as tv’s transmitiram na altura se podiam observar dezenas de pessoas de plantão à porta das instalações. Os portugueses – muitos portugueses, pelo menos – têm comportamentos inacreditáveis: ficar horas à espera da saída do Herman José, ou ir aos calabouços da PJ para ver os familiares dos detidos, é um sinal da decadência do país. Esta gente vadia não tem nada melhor para fazer? Para mim, é a prova do carácter pervertido e estragado da maioria dos portugueses. É o mesmo traço de personalidade que leva os condutores a abrandar os carros ao menor sinal de acidente na estrada, para ver o sangue e os ossos partidos mais de perto.
Ontem fui à Feira do Livro e comprei o novo album do Quino, “Quanta Bondade”. Quino continua subversivo, devido ao desapontamento pela crueldade que ele adivinha no mundo em que vive e ao desconforto que sente pela suposta profusão de sinais de injustiça e desigualdade. E nota-se até uma grande incomodidade pelo domínio do tecnológico, não pelos utensílios em si mas pela barreira que segundo ele constituem à comunicação directa e à proximidade entre as pessoas – um exemplo são as muitas tiras do livro em que são diminuídas as personagens com telemóveis. Mas a piada já não é a mesma, o que se sente sobretudo por quem leu a Mafalda. A qualidade do desenhos é a mesma, algumas ideias são excelentes, mas parece que o humor se esgotou.
segunda-feira, junho 02, 2003
Pastéis de vento
pérolas da sabedoria zen
Com a idade, os cabelos vão ficando brancos, os dedos fraquejando, mas a mente, essa fica cada vez mais clara, mais sábia. Passa-se a saber apreciar e tirar partido das pequenas coisas da vida. Perguntem ao Herman...
pérolas da sabedoria zen
Com a idade, os cabelos vão ficando brancos, os dedos fraquejando, mas a mente, essa fica cada vez mais clara, mais sábia. Passa-se a saber apreciar e tirar partido das pequenas coisas da vida. Perguntem ao Herman...