terça-feira, março 30, 2004

E uma mensagem de Jon Bon Jovi



"Estou a caminho, Vostra.”
Jon Bon Jovi
Uma mensagem de Axl Rose



"Vostra, chupa-me os pistões.”
Axl Rose
There goes my gun



Urra! Os Guns'n'Roses já não vão actuar no Rock in Rio. Parece que o guitarrista teve um ataque de esclerose ou reumatismo e a banda jurássica resolveu abandonar uma aventura que poderia ter consequências sérias para a saúde de qualquer um dos matusalénicos elementos do grupo (para não falar na dos espectadores). Não que isso me afligisse muito pessoalmente porque, com um programa daqueles, não há o menor risco de me apanharem nesse festival, mas é sempre um grande alívio e motivo para comemorar quando Portugal se livra de cair em mais uma esparrela, ainda que isso não se deva a um assomo de sobriedade e inteligência própria, mas a uma fatalidade do destino.

Mas, realmente, o que terá levado a organização a pensar que era uma boa ideia trazer (de novo) a Portugal uns pseudo-músicos, um dos maiores bluffs da história do rock, cujos maiores êxitos eram versões baratas de músicas de Bob Dylan recicladas numa voz irritantemente esganiçada e com uns solos de guitarra tenebrosos?

Felizmente, livrámo-nos dessa. A única razão para preocupações é que a organização já está à procura de uma outra banda para substitui-los, pelo que não está afastado o risco de aparecerem aí os Kiss de caras pintadas, ou os Scorpions, ou pior ainda... Bon Jovi!!! hehehehe...

Ups! Ei, malta da organização, que olhares sinistros são esses? Não! EU ESTAVA SÓ A BRINCAR! NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!!!...

segunda-feira, março 29, 2004

Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu boi, nem o seu jumento

Sinal de que, enquanto nação, vamos todos a caminho do Inferno: faz-se uma busca das páginas portuguesas no Google dos dez mandamentos, e não se consegue encontrar nada. Estamos todos um bando tão miserável de pagãos e ateus que para encontrar a palavra de Deus é preciso ir a um site brasileiro.

No interesse de resgatar as almas perdidas deste núcleo, citam-se os mandamentos mais úteis à vida quotidiana dos seus membros:


4-Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.

7-Não adulterarás. (adulterarás?)

8-Não furtarás

E atenção a este:

9-Não dirás falso testemunho contra o teu proximo.



sexta-feira, março 19, 2004

Cyborgname



Alguma vez quiseram saber o que é que o vosso nome significava se fosse o acrónimo de um ciborgue? Claro que sim. Agora podem saber graças ao Cyborg Name Generator. Não é preciso agradecer.

quinta-feira, março 11, 2004

Peixão



Dos filmes actualmente em cartaz, aí está um que realmente vale a pena ver: "O Grande Peixe" (Big Fish), de Tim Burton. Há filmes que mostram novos caminhos possíveis para o cinema, mas cuja única virtude é serem diferentes. Não é o caso deste.

A estética é muito própria, algo estranha - bem ao jeito de Burton (vejam-se filmes como Eduardo Mãos de Tesoura e outros), com aqueles efeitos especiais que tornam possíveis nos filmes um onirismo mais ou menos metafórico, mais vulgar em desenhos animados ou livros de banda desenhada, um pouco à imagem do que faz o francês Jean-Pierre Jeunet, em "Delicatessen" ou "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain".

Tal como Jeunet, Burton constrói algumas personagens de carácter exagerado, caricaturizado, com as quais o espectador facilmente se identifica. Depois, é fácil (ou parece): uma estória bonita e bem construída e que nos deixa a pensar, no final. Há dias, conversava com o Ernesto acerca do que faz um bom filme e concordámos que a capacidade de nos fazer sonhar talvez seja a maior virtude do cinema. Não será a única, mas é sem dúvida das mais importantes. E este filme tem-na de sobra.

quarta-feira, março 10, 2004

Toma, toma, minha linda!



Três futebolistas do Leicester City - o norte-irlandês Keith Gillespie, o escocês Paul Dickov e o jamaicano Frank Sinclair - estão presos em Espanha, por terem violado umas neguinhas num hotel perto de Múrcia, onde a equipa estava em estágio.

Estes gajos do futebol são mesmo grunhos. As meninas deviam aprender a vir ter é com homens a sério, que lhes dão carinho e as fazem felizes, como os rapazes aqui do Núcleo. Agora tão lá, cheias de hematomas nas trombas e sangue nas cuecas, a pedir indemnizações chorudas. Ao menos isso são capazes de conseguir, até porque o melhor argumento da defesa dos três pernas-de-pau que tão atrás das grades é este: "Sim senhor, papámos as gajas sim, mas foi tudo consentido". Pudera, dá pra imaginar a subtil prosa de sedução daqueles Casanovas da caneleira: "Ou consentes ou parto-te a cara."

O Leicester está classificado no penúltimo lugar da Premier League, com 23 pontos em 27 jogos.


terça-feira, março 09, 2004

Ernesto, não estou contigo

Primeiro, cura a bebedeira: não foi o Carcaça que disse bem do hino dos Da Weasel, foi o Cablogue (já agora, qual é a letra da música, que eu ainda não a ouvi?).

Segundo: totalmente de acordo. Tu, mais os outros seis biliões de lampos, torçam todos pelo United. Torcerei fielmente pelo Inter e ficarei muito satisfeito quando os italianos vos enrabarem.

Essa merda do “somos todos portugueses” enerva-me. Sois todos portugueses, mas do Porto somos só nós. Se por algum grande milagre o Porto sobreviver ao United, a vitória é só nossa.

Ide festejar as vitórias do Benfica no torneio da associação de berlinde do bairro da Pasteleira; quando o Porto ganha coisas, somos nós que ganhamos, e ninguém tem direito a vir cá parasitar os nossos triunfos. Não estou contigo Ernesto, nem tu estás comigo, e assim mesmo é que deve ser.

Cablogue, estou contigo

Essa merda da "selecção de todos nós" enerva-me. E mais sobre essa história dos estrangeirados: o Qatar anda a nacionalizar brasileiros por atacado.

Dedé, Leandro, e Ailton, os três de enfiada vão-se, hmm, qatar. O caso é um bocado diferente do caso do Deco: os três jogam na Bundesliga, não vivem no Qatar, que eu saiba nem falam árabe, não têm sequer nenhuma ligação ao país (é uma daquelas mini-monarquias do petróleo instalada tipo quisto à beira da Arábia Saudita, vejam no mapa).

Ora, pode haver três pontos de vista nesta coisa.

O primeiro é o xenófobo: é estrangeiro, não conta, não pode ser.

O segundo é a versão Deco: OK, é estrangeiro mas já vive cá há muito tempo, quer ser dos nossos é deixá-lo.

O terceiro é a versão Qatar: joga bem, pode vir.

Eu por mim voto na versão Qatar. Se um gajo tem tanto desejo de jogar na selecção de um país ao ponto de adoptar a nacionalidade desse país; e se esse país tem tanta vontade de receber o jogador que está disposto a conceder-lhe a sua nacionalidade; que assim seja.

É como o casamento gay: se isto os faz felizes, é deixá-los.

segunda-feira, março 08, 2004

Todos são pretos, uns são menos pretos do que outros.

O que vou escrever é polémico e admito paletes de críticas dos pseudo-politicozinhos-porreiros-que-não-querem-ser-políticos-mas-vai-tudo-votar-nas-questões-fracturantes-apenas-porque-é-giro. No entanto, mantenho o que disse mesmo perante um pelotão de fuzileiros (mas só portugueses porque não acertam no alvo).
A Naide ter ganho foi giro e honrou Portugal. Gostaria era de saber se os opinieiros portugueses iriam fazer a mesma festa se o Francis Obikwelu ganhasse os 60 metros. As suas origens nigerianas iriam traí-lo o que não sucedeu com as origens são-tomenses de Naide Gomes. Isto prova que todos são iguais, mas alguns são menos do que outros. Espero que o Francis ganhe muitas provas mas cá fico à espera dos velhos do Restelo a reclamar contra o facto de ele ter nascido na Nigéria. È como o Deco na selecção. Ele só vai ser jogador de pleno direito da selecção se for vendido e os tugas ficarem a torcer pelo seu sucesso no estrangeiro.
Irrita-me a noção da selecção de todos nós. O Escolari andar a fazer anúncios a bancos enoja-me. O Madaíl tem cara de empresário de casas de alterne e o Couto como capitão é sinal que as Paulas estão autorizadas a visitar os estágios.
O que salva tudo isto é a música dos Da Weasel. Espero que venha a ser o hino oficial da prova.
Olá. Eis o meu regresso depois de uma mudez causada por flatulência cerebral que não consegui redimir em tempo útil. Estive demasiado tempo calado e após várias insistências dos leitores e leitos (para os Carlos Reis e Edites Estrelas deste mundo porque é que não existe este termo, se há eleitores e eleitos?) deste saite decidi voltar à vida activa blogueira.
Sinto-me como aqueles anúncios do Continente em que os velhos falam dos preços do continente ou como um dos japoneses deixados numa ilhota do Pacífico a pensar que a guerra ainda continuava. Hoje, neste meu regresso, decidi percorrer alguns saites dos meus favoritos e constatei alguns abandonos tristes, como o Pipi ou o Carcanhar da Bola.
Apesar disso, sinto-me como o Dennis Rodman, ainda quero mandar umas caralhadas e partir as trombas na Primeira Liga dos Blogues, onde o ND, disputa um lugar para os play-offs.
Nesse sentido, aqui regresso. Ao vosso serviço.

terça-feira, março 02, 2004

Rosut in Turansuration



O Ernesto já rasgou aqui tecidos elogios ao filme Lost in Translation, de Sofia Coppola. Sou obrigado a concordar que é, de facto, um bom filme. A realizadora cria um ambiente único, o argumento não é lugar-comum, os artistas são bons artistas. Mas há pequenas minúcias a assinalar:

Primeiro, (permitam-me dar aqui uma de Prof. Alcides Graça) a piadinha com o sotaque japonês peca por falta de rigor – os nipónicos não conseguem dizer os eles, substituindo-os por erres, justamente o contrário do que acontece no filme, fenómeno que existe sim, mas com os chineses. Ou seja, um chinês diria “palalítico” só para ser prontamente corrigido por um risonho japonês, que diria “pararítico”. Como se vê, a piada também funcionava se a tivessem feito bem.

O japonês falado também tem outros “vícios”, como a necessidade de introduzir us sempre que duas consoantes se encontram – Akira Kurosawa chamá-lo-ía “Rosut in Turansuration”, se tivesse sido ele a realizar o filme. Mas, o que ficou mal mesmo foi a sensação de um certo desleixo, que muitos classificariam de americano: “Japonês, chinês, é tudo amarelo!

Segundo, (aqui, a realizadora não tem culpa nenhuma, coitada) o filme foi lançado em Portugal com o nome “O Amor é um Lugar Estranho”, o que, de facto, obedece ao acto perlocutivo do original, já que o título ficou literalmente perdido na tradução. Tenho de dar aqui a palma à manatória dos senhores que baptizaram a versão legendada em português, pois fiquei sem saber se eles são uns nabos ou uns génios.