Alta Arte
Acordeão do Apocalipse
Já tinha lido muito boas prosas sobre este finlandês, mas anteontem, finalmente, vi na SIC Notícias a transmissão de um concerto. Kimmo Pohjonen, o "acordeão do Apocalipse", é um músico virtuoso e original. Ele e mais um bacano com uns samplers muito à frente criam um ambiente fantástico. A música dele tem um andamento dos diabos!
Nunca ouvi um acordeonista tão entusiasmante - há o Kepa Junkera, mas o que ele toca não é bem acordeão, mas uma trikitixa basca. Já apanhei a coisa a meio e fiquei sem saber onde é que o concerto foi. Mas sei que ele vai estar no dia 1 de Dezembro no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, às 21h30. O Núcleo em particular e eu em geral recomendamos vivamente!
segunda-feira, novembro 29, 2004
sábado, novembro 20, 2004
Nova mascote
Depois de Luisinho Cablogue, a descendência do Núcleo Duro fica agora ainda mais populosa, com o nascimento de Maria Ernesto. Que a vida traga grande felicidade às mascotes do ND. O futuro da raça está garantido.
Viva o Ernesto! Viva a Ernesta! Viva a Maria!
Viva o Núcleo, Sempre Duro, Sempre Jovem!
Depois de Luisinho Cablogue, a descendência do Núcleo Duro fica agora ainda mais populosa, com o nascimento de Maria Ernesto. Que a vida traga grande felicidade às mascotes do ND. O futuro da raça está garantido.
Viva o Ernesto! Viva a Ernesta! Viva a Maria!
Viva o Núcleo, Sempre Duro, Sempre Jovem!
domingo, novembro 14, 2004
Alta Arte
Terra da Abundância
O melhor filme que vi nos últimos tempos. Nunca vi os Estados Unidos retratados daquela forma no cinema. Gostei. As personagens são muito americanas, com toda a sua bondade e ignorância. Os realizadores europeus (e muitos americanos também), quando tentam retratar o desconhecimento ianque caem facilmente no grotesco. Este não. A ignorância que aqui aparece é uma ignorância honesta, credível.
"Land of Plenty", a última obra-prima de Wim Wenders, é filmada de uma forma bela e o argumento é muito original. A história começa de forma algo difusa mas aos poucos vai prendendo. No final, estamos rendidos.
Uma nota aqui também para o grande trabalho de legendagem de Correia Ribeiro, cujo nome vi-me obrigado a fixar para lhe prestar aqui uma "homenagem". Esse senhor, que provavelmente se gaba de fazer as traduções dos filmes de Wim Wenders, é quase certamente um desses que entram no nosso site e acham-no piroso e de mau gosto, lêm a nossa prosa e chamam-nos ignorantes... e nunca mais voltam. Até lhe estou a ver a pinta!...
Pois bem, esse poço de cultura, cheio de sabedoria para ensinar ao mundo com as suas brilhantes legendas, se viesse ler o nosso site regularmente, poderia aprender, por exemplo, que West Bank, em português, é Cisjordânia e não "Margem Esquerda", como ele, de forma tão profissional e erudita, traduziu.
Terra da Abundância
O melhor filme que vi nos últimos tempos. Nunca vi os Estados Unidos retratados daquela forma no cinema. Gostei. As personagens são muito americanas, com toda a sua bondade e ignorância. Os realizadores europeus (e muitos americanos também), quando tentam retratar o desconhecimento ianque caem facilmente no grotesco. Este não. A ignorância que aqui aparece é uma ignorância honesta, credível.
"Land of Plenty", a última obra-prima de Wim Wenders, é filmada de uma forma bela e o argumento é muito original. A história começa de forma algo difusa mas aos poucos vai prendendo. No final, estamos rendidos.
Uma nota aqui também para o grande trabalho de legendagem de Correia Ribeiro, cujo nome vi-me obrigado a fixar para lhe prestar aqui uma "homenagem". Esse senhor, que provavelmente se gaba de fazer as traduções dos filmes de Wim Wenders, é quase certamente um desses que entram no nosso site e acham-no piroso e de mau gosto, lêm a nossa prosa e chamam-nos ignorantes... e nunca mais voltam. Até lhe estou a ver a pinta!...
Pois bem, esse poço de cultura, cheio de sabedoria para ensinar ao mundo com as suas brilhantes legendas, se viesse ler o nosso site regularmente, poderia aprender, por exemplo, que West Bank, em português, é Cisjordânia e não "Margem Esquerda", como ele, de forma tão profissional e erudita, traduziu.
sábado, novembro 13, 2004
O fim do mito cabeçal
"Duas cabeças pensam melhor do que uma", habituamo-nos a ouvir desde crianças. Nada mais falso. A Natureza tem exemplos que mostram claramente que uma cabeça pensa melhor quanto mais entregue a si própria estiver. Eis último desses exemplos.
Isto tem sido escamoteado pelas sociedades pseudo-democráticas, numa tentativa de justificar a sua insistência em que tudo seja decidido pelo colectivo. A nossa sociedade quer acreditar que tudo está bem se for o povo (leia-se "a maioria") a decidir. Por isso, distorce a verdade. Criam-se os referendos para se desresponsabilizar os líderes. Inventam-se "verdades" seculares que fazem a apologia das massas. As massas são estúpidas! Façam uma pergunta de álgebra simples a um prato de ravioli e comprovem.
O povo precisa de mentes esclarecidas, homens com espírito de liderança para pastorear a manada. O blog do Núcleo Duro é um caso de sucesso da Net porque há um mentor, que toma as rédeas e transforma o site sempre que acha necessário SEM CONSULTAR A MAIORIA! Um país é a mesma coisa. Por muito que digam o contrário. Ou tem uma cabeça a mandar, e avança ainda que devagarinho, ou é como as tartarugas multicéfalas que não saem do lugar.
Gritem todos HEIL VOSTRA! HEIL!!! VIVA O NÚCLEO DURO, SEMPRE DURO, SEMPRE NÚCLEO! VIVA PORTUGAL!!!
PS: Desafio o Tiberius a submeter este post ao seu teste da perversidade. Surpreendam-se com os resultados.
"Duas cabeças pensam melhor do que uma", habituamo-nos a ouvir desde crianças. Nada mais falso. A Natureza tem exemplos que mostram claramente que uma cabeça pensa melhor quanto mais entregue a si própria estiver. Eis último desses exemplos.
Isto tem sido escamoteado pelas sociedades pseudo-democráticas, numa tentativa de justificar a sua insistência em que tudo seja decidido pelo colectivo. A nossa sociedade quer acreditar que tudo está bem se for o povo (leia-se "a maioria") a decidir. Por isso, distorce a verdade. Criam-se os referendos para se desresponsabilizar os líderes. Inventam-se "verdades" seculares que fazem a apologia das massas. As massas são estúpidas! Façam uma pergunta de álgebra simples a um prato de ravioli e comprovem.
O povo precisa de mentes esclarecidas, homens com espírito de liderança para pastorear a manada. O blog do Núcleo Duro é um caso de sucesso da Net porque há um mentor, que toma as rédeas e transforma o site sempre que acha necessário SEM CONSULTAR A MAIORIA! Um país é a mesma coisa. Por muito que digam o contrário. Ou tem uma cabeça a mandar, e avança ainda que devagarinho, ou é como as tartarugas multicéfalas que não saem do lugar.
Gritem todos HEIL VOSTRA! HEIL!!! VIVA O NÚCLEO DURO, SEMPRE DURO, SEMPRE NÚCLEO! VIVA PORTUGAL!!!
PS: Desafio o Tiberius a submeter este post ao seu teste da perversidade. Surpreendam-se com os resultados.
sexta-feira, novembro 12, 2004
Tão bom que é mau
O momento é grave. Segundo este teste rigorosamente científico, o Núcleo tem mais bondade que maldade. Os resultados são indiscutíveis:
Só 37 por cento de Evil?!?!? Que derrota monumental. Este farol de dissolução moral e maus costumes está em decadência. Mas há uns que são mais culpados do que outros. O Jematriculator permite analisar pequenos trechos de texto para aferir a maldade implícita em cada um deles, e a análise é reveladora:
Texto do Vostra: 30% de evil (boooh! fraco!)
Texto do Carcaça: 25% de evil (Carcaça, o Buda já te tomou conta da alma)
Texto do Ernesto: 4% de evil (QUATRO POR CENTO?!?! Mas este gajo anda a copiar os posts à irmã Lúcia ou quê? Julgas que és o Albert Schweitzer? Quatro por cento? Vai para os escuteiros, oh samaritano!)
Texto do Tiberius: 66% de evil (vêem como é que se faz, vêem?)
O momento é grave. Segundo este teste rigorosamente científico, o Núcleo tem mais bondade que maldade. Os resultados são indiscutíveis:
Só 37 por cento de Evil?!?!? Que derrota monumental. Este farol de dissolução moral e maus costumes está em decadência. Mas há uns que são mais culpados do que outros. O Jematriculator permite analisar pequenos trechos de texto para aferir a maldade implícita em cada um deles, e a análise é reveladora:
Texto do Vostra: 30% de evil (boooh! fraco!)
Texto do Carcaça: 25% de evil (Carcaça, o Buda já te tomou conta da alma)
Texto do Ernesto: 4% de evil (QUATRO POR CENTO?!?! Mas este gajo anda a copiar os posts à irmã Lúcia ou quê? Julgas que és o Albert Schweitzer? Quatro por cento? Vai para os escuteiros, oh samaritano!)
Texto do Tiberius: 66% de evil (vêem como é que se faz, vêem?)
terça-feira, novembro 09, 2004
As paredes têm bocas
É nos muros espalhados por esse Portugal afora que se encontram as mais bonitas peças de reflexão socio-filosófica. Mas também nos pára-choques dos camiões é possível, às vezes, descobrir belas obras de lírica dignas de um cancioneiro.
No muro em frente a uma igreja em S. Sebastião da Pedreira (Lisboa):
A REVOLUÇÃO É A FESTA DOS DEPRIMIDOS
Na traseira de um camião na A8:
MANTENHA A DISTÂNCIA
TRAVÕES À MANEIRA
DISTÂNCIA MÍNIMA 100 METROS
NÃO MARRAR!
É nos muros espalhados por esse Portugal afora que se encontram as mais bonitas peças de reflexão socio-filosófica. Mas também nos pára-choques dos camiões é possível, às vezes, descobrir belas obras de lírica dignas de um cancioneiro.
No muro em frente a uma igreja em S. Sebastião da Pedreira (Lisboa):
A REVOLUÇÃO É A FESTA DOS DEPRIMIDOS
Na traseira de um camião na A8:
MANTENHA A DISTÂNCIA
TRAVÕES À MANEIRA
DISTÂNCIA MÍNIMA 100 METROS
NÃO MARRAR!
domingo, novembro 07, 2004
Abaixo a censura
O Núcleo Duro por várias vezes se tem manifestado contra todas as formas de censura. Infelizmente, os episódios sucedem-se, num país em que já vai sendo tempo de nos libertarmos dos fantasmas do tempo do outro senhor. Este blog foi vítima de uma tentativa de silenciamento por parte da Polícia Judiciária e do Ministério Público. E tudo por quê? Porque tem vindo a revelar elementos do processo Casa Pia. Incompreensível a atitude das autoridades. Daqui vai um abraço de solidariedade para António Caldeira e os votos para que continue a dar com força no seu Portugal Profundo.
O Núcleo Duro por várias vezes se tem manifestado contra todas as formas de censura. Infelizmente, os episódios sucedem-se, num país em que já vai sendo tempo de nos libertarmos dos fantasmas do tempo do outro senhor. Este blog foi vítima de uma tentativa de silenciamento por parte da Polícia Judiciária e do Ministério Público. E tudo por quê? Porque tem vindo a revelar elementos do processo Casa Pia. Incompreensível a atitude das autoridades. Daqui vai um abraço de solidariedade para António Caldeira e os votos para que continue a dar com força no seu Portugal Profundo.
quarta-feira, novembro 03, 2004
O tenor da morcegada
Tenho uma mania, desde muito novo, que é cantar no chuveiro. Durante muito tempo, acreditei que tinha uma óptima voz e cantava muito bem, apesar das reclamações da minha família, que nunca compreendi. Até que reparei que o consenso desaprovador de todos aqueles que tinham a oportunidade de me ouvir no banho era considerável e acabei por me convencer de que afinal não cantava assim tão bem. Mas nem isso me calou.
O que me intrigava era que eu próprio continuava a gostar de me ouvir. Então formulei uma teoria segundo a qual era a acústica da casa-de-banho que amplificava a minha voz tornando-a bem conseguida para quem se encontrasse do lado de dentro, nomeadamente eu, mas ao mesmo tempo abafava-a, deixando-a desagradável para quem estivesse do lado de fora. Ora, isso voltava a alimentar o meu ego, ao anular a opinião de todos os que me criticavam, uma vez que eles só tinham acesso à versão distorcida e sem condições acústicas do meu talento. Enfim, caguei em toda a gente e continuei a cantar.
Hoje em dia, tenho um repertório variado, que inclui temas de todos os discos dos Pixies - sou capaz de cantar o alinhamento todo do álbum "Trompe le Monde" sem pausas, imitando a voz do Black Francis e até os instrumentos do resto da banda - assim como vários outros cantores e grupos de rock.
Mas houve um episódio que me deixou intrigado. Como acontece em quase todas as casas em Portugal sem que eu perceba porquê, a minha casa-de-banho não tem janela e a respiração é feita por um tubo ligado a um buraco na parede. Certa vez, reparei nuns guinchos que vinham lá de dentro. "Foda-se, ratos! So me faltava esta!, pensei. Mas passados poucos dias, os ruídos desapareceram.
Só que começou a vir um cheiro nauseabundo de lá de dentro. Munido de uma chave de fendas, decidi resolver o mistério. Encontrei meia dúzia de morcegos mortos. Tinham entrado pelo tubo, cuja rede de protecção estava estragada. Limpo o tubo e consertado o problema, nunca mais voltou a acontecer. Mas nunca percebi porque é que todos aqueles quirópteros tinham resolvido entrarar pelo tubo de respiração da minha casa de banho. Até que hoje li esta notícia e finalmente compreendi. Eram morcegas!...
Tenho uma mania, desde muito novo, que é cantar no chuveiro. Durante muito tempo, acreditei que tinha uma óptima voz e cantava muito bem, apesar das reclamações da minha família, que nunca compreendi. Até que reparei que o consenso desaprovador de todos aqueles que tinham a oportunidade de me ouvir no banho era considerável e acabei por me convencer de que afinal não cantava assim tão bem. Mas nem isso me calou.
O que me intrigava era que eu próprio continuava a gostar de me ouvir. Então formulei uma teoria segundo a qual era a acústica da casa-de-banho que amplificava a minha voz tornando-a bem conseguida para quem se encontrasse do lado de dentro, nomeadamente eu, mas ao mesmo tempo abafava-a, deixando-a desagradável para quem estivesse do lado de fora. Ora, isso voltava a alimentar o meu ego, ao anular a opinião de todos os que me criticavam, uma vez que eles só tinham acesso à versão distorcida e sem condições acústicas do meu talento. Enfim, caguei em toda a gente e continuei a cantar.
Hoje em dia, tenho um repertório variado, que inclui temas de todos os discos dos Pixies - sou capaz de cantar o alinhamento todo do álbum "Trompe le Monde" sem pausas, imitando a voz do Black Francis e até os instrumentos do resto da banda - assim como vários outros cantores e grupos de rock.
Mas houve um episódio que me deixou intrigado. Como acontece em quase todas as casas em Portugal sem que eu perceba porquê, a minha casa-de-banho não tem janela e a respiração é feita por um tubo ligado a um buraco na parede. Certa vez, reparei nuns guinchos que vinham lá de dentro. "Foda-se, ratos! So me faltava esta!, pensei. Mas passados poucos dias, os ruídos desapareceram.
Só que começou a vir um cheiro nauseabundo de lá de dentro. Munido de uma chave de fendas, decidi resolver o mistério. Encontrei meia dúzia de morcegos mortos. Tinham entrado pelo tubo, cuja rede de protecção estava estragada. Limpo o tubo e consertado o problema, nunca mais voltou a acontecer. Mas nunca percebi porque é que todos aqueles quirópteros tinham resolvido entrarar pelo tubo de respiração da minha casa de banho. Até que hoje li esta notícia e finalmente compreendi. Eram morcegas!...
segunda-feira, novembro 01, 2004
No mundo da lua
Quando era puto, achava que tinha nascido neste planeta com o propósito de levar a humanidade daqui para fora, à descoberta de novos mundos, que pudessem ser pacificamente habitados por humanos e extra-terrestres em harmonia. Os meus cadernos da escola primária são cheios de rascunhos de protótipos de naves que um dia iria construir para viajar no hiperespaço. Mas a minha vida desenrolou-se de tal forma, que me fui afastando aos poucos desse objectivo. Consolava-me a tentativa de acreditar que tudo não passava de um sonho de criança.
Hoje soube que um agricultor chinês está a construir um disco voador. Não consigo descrever aquilo que senti ao ler essa notícia. Por um lado, fiquei contente pela humanidade e por ter sido provado que o meu sonho afinal era realizável. Por outro, não consegui evitar uma certa inveja do senhor Du Wen e uma grande decepção comigo próprio. Afinal, foi um agricultor chinês que fez o que eu devia ter feito.
Quando era puto, achava que tinha nascido neste planeta com o propósito de levar a humanidade daqui para fora, à descoberta de novos mundos, que pudessem ser pacificamente habitados por humanos e extra-terrestres em harmonia. Os meus cadernos da escola primária são cheios de rascunhos de protótipos de naves que um dia iria construir para viajar no hiperespaço. Mas a minha vida desenrolou-se de tal forma, que me fui afastando aos poucos desse objectivo. Consolava-me a tentativa de acreditar que tudo não passava de um sonho de criança.
Hoje soube que um agricultor chinês está a construir um disco voador. Não consigo descrever aquilo que senti ao ler essa notícia. Por um lado, fiquei contente pela humanidade e por ter sido provado que o meu sonho afinal era realizável. Por outro, não consegui evitar uma certa inveja do senhor Du Wen e uma grande decepção comigo próprio. Afinal, foi um agricultor chinês que fez o que eu devia ter feito.