Prémio Jornalismo Excelência Núcleo Duro
Mais um candidato fortíssimo ao nosso Pulitzer. Uma pérola, um classico instantâneo. Apenas uma dúvida subsiste após tão profundo trabalho de investigação, questão essa que talvez o digníssimo professor Alcides Graça possa esclarecer. Afinal escreve-se "megapénis" ou "mega-pénis"?
Sandra Moutinho, Agência Lusa
Lisboa, 25 Fev (Lusa) - O pénis anda a dar dores de cabeça a muitos homens portugueses, insatisfeitos com o tamanho do seu órgão sexual, mas nem sempre por este ser demasiado pequeno, pois também há quem se queixe de o ter grande demais.
O falo, principalmente o português, é a personagem principal do livro do sexólogo Nuno Monteiro Pereira “O pénis - da masculinidade ao órgão masculino” , acabado de lançar pela editora Lidel, com o qual o leitor fica a conhecer vários estudos sobre a identidade, o culto e as características deste órgão.
Trata-se de investigações que revelam, por exemplo, como andam insatisfeitos alguns homens portugueses com o tamanho do seu órgão sexual, mesmo que em algumas situações não existam razões (tamanhos) que o justifiquem. Outras há que as legitimam e exigem mesmo intervenções, do foro médico e psicológico.
Nuno Monteiro Pereira sintetiza nesta obra a investigação realizada sobre a dimensão peniana do homem português, concluindo que o comprimento médio do pénis português é de 9,85 centímetros, quando flácido, e de 15,82 centímetros, em estado erecto.
Medidas que não ficam por aqui, pois nem todos os pénis portugueses se revelam iguais, ou não fosse este “um dos mais aperfeiçoados órgãos copuladores da natureza”, conforme lembra o autor.
Na sua pesquisa, Nuno Monteiro Pereira confirmou o mito popular que atribui um pénis maior aos homens de raça negra, já que estes possuem, em média, um falo com 11,90 centímetros, em flacidez, e 17,64 centímetros em estiramento (alongado).
Pelo contrário, o especialista deitou por terra “o mito popular de que os homens mais baixos possuiriam um pénis maior”, pois os mais baixos contam com menos centímetros (também no falo) do que os altos, da mesma forma que os mais gordos “possuem uma dimensão peniana inferior aos homens mais magros”.
Os pénis têm, contudo, muitos mais tamanhos e feitios. Há o micropénis (6,2 centímetros flácido e 10,9 centímetros em estiramento), o pénis pequeno (en tre 6,3 e oito centímetros em flacidez e 11 e 13 centímetros em estiramento), o pénis normal (entre 8,1 e 11,7 centímetros em flacidez e 13,1 e 17,2 centímetros em estiramento), o pénis grande (entre 11,8 e 13,5 centímetros flácido e 17,3 e 19,4 centímetros em estiramento) e o mega-pénis, com mais do que 13,6 centímetr os flácido e mais do que 19,5 centímetros em estiramento.
Existem pénis em Portugal com todos estes tamanhos. Contudo, apenas um por cento da população (cerca de 50 mil portugueses) possui um megapénis, e muitos gostariam de o não ter. Já pénis exagerados (cujo perímetro em flacidez ultra passa os 11,6 centímetros) encontram-se em 4,8 por cento da população masculina (240 mil portugueses).
Nuno Monteiro Pereira esclarece que “o excesso de dimensão peniana tem alguns inconvenientes”.
“O coito entre uma mulher com vagina curta ou estreita e um homem com o pénis volumoso pode ser difícil e bastante doloroso, especialmente para a mulher”, afirma o sexólogo, pormenorizando que “podem acontecer erosões da vagina, he morragias vaginais, contusões do colo uterino, escoriações da glande, rotura do freio peniano, especialmente nos primeiros coitos”.
Em alguns casos, existe uma relação directa entre o grande volume penia no e a disfunção eréctil e é nestes casos que os homens com megapénis recorrem a o médico com vista à correcção da anomalia. É, contudo, muito mais comum o recur so à medicina pela motivo oposto: um pénis pequeno demais.
Actualmente, os homens esperam que a medicina lhes corrija o pénis pequeno ou que eles acham que é pequeno. Para os médicos, só o micropénis e o pénis pequeno é que tem morfologia anómala e devem, por isso, receber intervenção clínica.
Em Portugal, existem 180 mil homens com micropénis (3,6 por cento da po pulação), enquanto 18,3 por cento (915 mil) tem o pénis pequeno.
Os que decidem ir ao médico chegam “envergonhados, mas esperançosos. Mu itos adiaram longo tempo a procura de ajuda especializada”, lê-se no livro de Nuno Monteiro Pereira.
Todos estes homens “marginalizaram-se social e sexualmente”, sendo “homens preocupados e ansiosos” que “na puberdade e na adolescência escutaram, ou im aginaram escutar, comentários jocosos e depreciativos sobre o aspecto do seu pénis”.
Mas há também os que, do ponto de vista morfológico, não têm qualquer a nomalia, mas estão insatisfeitos com o seu pénis. Se para os doentes com pénis pequenos existe o tratamento peniano, “nomeadamente através de técnicas cirúrgicas”, no caso dos homens que sentem insatisfação perante um pénis normal a perturbação não é física, mas sim cultural, estética, social ou psicológica.
O especialista frisa que, “por princípio, nestes homens a cirurgia não deve ser realizada, já que é frequente os homens ficarem desencantados com os re sultados e ficarem ainda mais deprimidos e ansiosos”. Nuno Monteiro Pereira deixa ainda neste livro outro número curioso: mais de um quarto dos homens adultos portugueses já mediu o pénis erecto.
Lusa/Fim
2 comentários:
escusado será dizer em que tipologia me enquadro...
a minha é pardigmática, já se sabe
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