terça-feira, outubro 31, 2006

sexta-feira, outubro 27, 2006

Escutas do Núcleo
A traficante de Bin Ladens



Mulher de cerca de 50 anos. Visual classe média. Cabelo pintado de preto. Óculos de aros vermelhos. Atende o telemóvel dentro do comboio do Metro, na Linha Vermelha:

"Tou sim. Sim (pausa). Sim... (aos berros) Mas oiça, o que é que a senhora está a dizer? Eu disse-lhe que eram 450 euros e a senhora está a querer dar só 150!? Deve estar a brincar comigo, não deve?... Como é que fazemos? Eu digo-lhe como é que fazemos: a senhora fica com o seu dinheiro e eu fico com a mercadoria. Que eu não sou palhaça de ninguém, muito menos de madames de Cascais!..."

... e desliga-lhe na cara.

Mais tarde, a mesma senhora, berra ao mesmo telefone, mas já num comboio da Linha Verde:

"Tá? Então como é que estás? Eh, pá, não digas nada que eu tou pior que estragada! Não é que me liga agora uma filha-da-puta que me comprou um Bin Laden dos de 450 a querer pagar só 150!? Oh, o que é que eu disse!? Mandei-a à fava. Disse-lhe que eu não andava a limpar o cu de ninguém, muito menos de uma madame de Cascais, disse-lhe eu... Então e o meu sobrinho como é que está?... Tem que apanhar três vacinas?... Mas vai ficar bonzinho, não vai?... Pronto, isso é que é preciso... Olha, então a gente vê-se logo que eu tou aqui no Metro a gritar, tá tudo a olhar pra mim, pareço uma maluca... Vem ter à minha casa, que eu vou tar por casa... Sim, pois, assim traz-me dois Bin Ladens dos cinzentos e um dos amarelos... Vá, até logo..."
Citações de gajos de que o Carcaça deve gostar

Há perto de cinco minutos que não se inventa uma nova rubrica neste blog. Há que colmatar essa grave lacuna, e eu proponho fazê-lo através da rubrica Citações de gajos de que o Carcaça deve gostar, constituída por citações de gajos de que o Carcaça deve gostar.

Começamos por um gajo que o Carcaça, na sua veia mais TomWaitsica, deve apreciar: William Burroughs.


"Any old soul is worth saving, at least to a priest, but not every soul is worth buying. So you can take the offer as a compliment."

William Burroughs
Recordistas do Núcleo

Nova secção do Núcleo: candidatos ao Guiness por actos de grande e enorme grunhice. O candidato de hoje para "Recordistas do Núcleo" é Ronald Kuch, americano de 44 anos, por um feito que dificilmente poderá ser superado, excepto por alguns membros do próprio Núcleo (Ernesto).

O amigo Kuch conseguiu, de uma só assentada, cometer actos de necrofilia, bestilidade e pedofilia.

Permitam-me repetir: com um único acto, NECROFILIA, BESTIALIDADE E PEDOFILIA. Ah, valente.

Como é das regras da rubrica Recordistas do Núcleo, a história foi testemunhada por um órgão de elevado gabarito, o Bay Times do Michigan, e segue transcrita abaixo.

Para os nossos durões mais avessos ao inglês (Cablogue), um glossário dos termos mais importantes:

*Bestiality: "bestialidade", truca-truca com seres vivos de ordem inferior a homo sapiens ou Zizous.

*dead dog: "cão morto"

*day care center: "Creche"

*crimes against nature: "crimes contra a natureza", descrição do quotidiano do Carcaça



Area man charged with bestiality
Tuesday, October 24, 2006
By TIM YOUNKMAN
TIMES WRITER
A 44-year-old Saginaw man remains jailed today on charges of bestiality after he was seen engaged in sexual acts with a dead dog, Michigan State Police troopers said.

Ronald Kuch was arrested after police searched the area of Midland and Carter roads Friday for a man who ran away from a Bay County Animal Control officer. The entire incident was within view of a nearby day care center.

At his arraignment on Monday, Kuch demanded a preliminary examination in Bay County District Court. District Judge Craig Alston ordered him to remain jailed in lieu of $500,000 bond pending a hearing on the evidence Nov. 6.

Kuch is charged with crimes against nature and assaulting a law enforcement officer.

Troopers said a woman from the day care center called for animal control because there was a dead dog near the property that had been hit by a car several days earlier.

Before officers could arrive, the man showed up and began engaging in sexual acts with the dog, police said. The animal control officer also reported seeing Kuch involved in the sex act and as he approached him, Kuch shoved him away and ran off.

State troopers searched the area and found the man hiding in the attic of a nearby house.

Officers determined that the house belonged to the man's girlfriend and later learned that the dog, a black Labrador retriever, also belonged to the girlfriend. The dog had been dead for four or five days.

The official charge of crimes against nature carries a maximum penalty of 15 years in prison. If the person is a repeat offender, the maximum is life in prison.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Alta Arte
Portugal olé!



<<(...) ...só me lembra um português, Nuno, um português lindo que foi meu caso uns tempos, José Nuno, lindo. Aliás, fode-se muito bem em Portugal, ao contrário do que eu suponho ser a opinião generalizada. Mas eu quase nunca gozava com o Zé Nuno, porque, no momento culminante, ele urrava "não t'acanhes, não t'acanhes!", e o meu ponto G acionava o disjuntor no ato, eu entrava em crises de riso e depois roçava na bunda dele, ele adorava, embora fosse machíssimo como todo português, inclusive os veados - paneleiros, para ficar com a usança portuguesa e emprestar alguma cor local à narrativa -, os paneleiros que se juntam nos arredores do Campo Pequeno, onde se fazem ash curridash d'toirosh em L'shboa e vão trabalhar como forcados, que são uma espécie de veados parrudos que vão enfrentar os touros no peito. Em fila, trenzinho, um encostando a bunda no de trás, naturalmente. E depois vão às tascas, aos copos e à veadagem, são veados machíssimos. Vi muitas belas bundas em Portugal, que lá não são chamadas de bundas, mas de cu mesmo, que lá nem é palavrão, veja como são as coisas, grande país subestimado. Bundas de homens e mulheres. Toda mulher portuguesa dá a bunda, ou pelo menos dava, para manter a santa virgindade vaginal, como aqui. Hoje, com a entrada na Comunidade Européia e outras mudanças - eles hoje detestam o Brasil, sabia? português de-tes-ta o Brasil, com a exceção do Mário Soares, do Saramago, do José Carlos Vasconcelos e dois ou três outros gatos pingados, desprezam mesmo, é uma pena -, não sei mais como estão as coisas. Provavelmente nunca mais será ouvida a pergunta imortal que um amigo meu escutou, depois de enfrentar galhardamente a primeira com uma portuguesa belíssima, ele que antes estava até com medo de broxar. Ele me contou que, satisfeito e aliviadíssimo, estava fumando o tradicional cigarrinho post coitum, quando ela olhou para ele e falou: "E ao cu, não me vais?". Fantástico, disse ele; emocionante. E fui-lhe ao cu, disse ele, que maravilha. Imagine aqui no Brasil, uma mulher fazer uma pergunta dessas, não faz. Eu morei no bairro de Alvalade, dava para ir andando ao Campo Pequeno, cansei de ir às corridas somente para ver as bundas apertadinhas dos forcados. Sou contra essa teoria segundo a qual os brasileiros têm belas bundas e alimentam uma fixação patológica por bundas somente por causa dos africanos. Isto é preconceito, as belas bundas da nossa gente vêm tanto de África quanto de Portugal, tanto assim que eu não tenho sangue africano nenhum, pelo menos que eu saiba, e sempre portei uma bunda acima de qualquer crítica, até hoje não envergonho. Duvido que, se eu disser a algum homem que me coma "e ao cu, não me vais?", ele não vá imediatamente.
(...)>>

- A Casa dos Budas Ditosos, de João Ubaldo Ribeiro

Nota: Obrigado, Ernesto. Grande munhango!!!

segunda-feira, outubro 23, 2006

Borat aprende a namorar nos EUA



Proponho a atribuição do título de membro honorário do Núcleo a este senhor.

domingo, outubro 22, 2006

Hino para os congressos do Núcleo
Candidato 3: Gogol Bordello



Banda de Nova Iorque. Vocalista ucraniano. Uma data de outros músicos do Leste. O estilo autodenomina-se "gypsy-punk". Houve quem dissesse que o seu som era "como The Pogues a lutar com The Clash na Europa de Leste". Para mim, é como meter o Manu Chao e os Sex Pistols a tocar ao mesmo tempo num filme do Emir Kusturica.


60 revolutions

60 revolutions per minute
this is my regular speed
So how do you want me to live with it?
How do you want me to live with it?
Without ringing all alarms!
Without overthrowing czars!
Without emptying the bars!
Without screwing with your charts!

60 revelations per minute
this is my regular need
So how do you want me to live with it?
How do you want me to live with it?
Without ringing all alarms!...

I'm gathering new generation
That's gonna stand up to it
To this karaoke dictatorship
Where posers and models with guitars
Boogie to the shit for beats
I make a better rock revolution
Alone with my dick!

60 por minuto es mi reputación
y no te estoy hablando de revolución
hace mucho tiempo que ya no te decían
basta de injusticia, muerte y policía.

Digas lo que digas ya esta todo arreglado
hagas lo que hagas te mandan deportado
el que tiene impone y sobre la ley dispone
mientras que el pobre es pobre,
muere de hambre y otro se la come

sexta-feira, outubro 20, 2006

Borat vai à caça no Texas



"(...) I've been to a lot of deer hunts... and I have never... in my life seen that!..."

terça-feira, outubro 17, 2006

Hino para os congressos do Núcleo
Candidato 2: El Koala

Manuel Jesús Rodríguez Rodríguez, mais conhecido em Espanha como "El Koala", é um dos pais do agro-pop, e autor deste tema "Opá". O seu dialecto malaguenho é de tradução fácil, mas laboriosa. Mas aí está, pela primeira vez em português.



Opá (original)

Opá, yo via'é un corrá pa echá gallina y pa echá minino
Opá, yo via'é un corrá pa echá perdice y echá pajarillo
Opá, yo via'é un corrá, pa echá guarrilla y pa echá guarrillo
Opá, yo via'é un corrá, pa echá una potra ahí con su putrillo.

Yo t'ayúo a arrancá la Guzzi, yo t'ayúo a pintá el Lanrove
Yo t'ayúo a sacá la papa, yo t'ayúo a lo c'aga farta.
Pero que sepa que
Opá, yo via'é un corrá pa echá gallina y pa echá minino
Opá, yo via'é un corrá, con tu premiso hago un corralillo.

Tengo la' maera' y tengo lo' tablone'
La' chapa' der tejao la' he sacao de uno' bidone'
Tengo la' manera' y tengo la' intensione, opaíto
Er domingo empieso, a ver si tengo cojone', ¡opá!

Opá, yo via'é un corrá pa echá coneja' y echá conejillo,
Opá, yo via'é un corrá pa echá una perra ahí con su' perrillo',
Opá, yo via'é un corrá pa guardá co'a y ha'ta la motillo,
Opá, yo via'é un corrá, con tu premiso hago un corralillo.
Yo t'ayúo a barré lo' chumbo', yo t'ayúo a quemá ramón,
T'ayúo a lo c'aga farta, t'ayúo, t'ayúo a tó.
Pero que sepa que
Opá, yo via'é un corrá pa echá cabrilla y sacá chivillo.
Opá, yo via'é un corrá pa echá guarrilla y sacá guarrillo.
Opá, yo via'é un corrá, con tu premiso yo hago un corralillo.
Opá, yo via'é un corrá en la' afuera' de Gibraltar el Chico.
Yo via'é un corrá
Yo via'é un corrá
Yo via'é un corrá
Yo via'é un corrá
Via'é un corrá
Yo via'é un corrá
Yo via'é un corrá
Yo via'é un corrá

Opá, opá, opáíto, via'é un corrá.


Ó pai! (versão portuguesa )

Ó pai, vou fazer um curral, pra pôr galinhas e pra pôr ovinhos
Ó pai, vou fazer um curral, pra pôr perdizes e pôr passarinhos
Ó pai, vou fazer um curral, pra pôr porquinhas e pra pôr leitõezinhos
Ó pai, vou fazer um curral, pra pôr uma égua aí com os seu potrinhos

Eu te ajudo a arrancar a Guzzi, eu te ajudo a pintar o Land Rover
Eu te ajudo a colher as batatas, eu te ajudo no que for preciso.
Mas ficas a saber que
Ó pai, vou fazer um curral, pra pôr galinhas e pra pôr ovinhos
Ó pai, vou fazer um curral, se não te importas faço um curralzinho.

Tenho as madeiras e tenho as tábuas
As chapas do telhado tirei-as de uns bidões
Tenho as maneiras e tenho as intenções, ó paizinho
No domingo começo a ver se tenho colhões, ó pai!

Ó pai, vou fazer um curral, pra pôr coelhas e pôr coellhinhos
Ó pai, vou fazer um curral, pra pôr uma cadela aí com os seus cachorrinhos,
Ó pai, vou fazer um curral, pra guardar coisas e até a motinho,
Ó pai, vou fazer um curral, se não te importas faço um curralzinho.
Eu te ajudo a varrer os figos, te ajudo a queimar capim,
Te ajudo no que seja preciso, te ajudo, te ajudo em tudo.
Mas ficas a saber que
Ó pai, vou fazer um curral, pra pôr cabrinhas e tirar cabritinhos.
Ó pai, vou fazer um curral, pra pôr porquinhas e tirar leitõezinhos.
Ó pai, vou fazer um curral, se não te importas faço um curralzinho.
Ó pai, vou fazer um curral, nos arredores de Gibraltar-el-Chico.
Eu vou fazer um curral
Eu vou fazer um curral
Eu vou fazer um curral
Eu vou fazer um curral
Vou fazer um curral
Eu vou fazer um curral
Eu vou fazer um curral
Eu vou fazer um curral

Ó pai, ó pai, ó paizinho, vou fazer um curral.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Perdidos no Sótão
A cidade das mulheres



A Coreia do Sul é o país anfitrião do Mundial de Futebol 2002. Na capital, Seul, predominam as mulheres de batom vermelho vivo (...)

(...) no caso das mulheres, que constituem 80 ou 90% da multidão, que durante o dia povoa os inúmeros cafés e lojas da cidade, a "máscara" está maquilhada a rigor. Diz-de que o consumo de cosméticos per capita na Coreia do Sul é o maior do mundo e, aparentemente, é verdade. Mesmo as adolescentes mais "modernas", com "blue-jeans" rotas nos joelhos e cabelos pintados de louro, rosa, ou outras cores, não saem à rua sem um toque de pó-de-arroz, batom ou rímel. "Uma mulher que não use maquilhagem tem dificuldade em arranjar emprego. Não é considerada respeitável", explica uma jovem de vinte e poucos anos (...)

(...) Muitos ocidentais consideram as coreanas as mulheres mais atraentes da Ásia do Norte, mais que as suas vizinhas da China e Japão, que no conjunto representam quase um quarto da população feminina mundial.

(...) Na densa paisagem humana de Seul - mais densa e compacta do que Pequim ou Xangai - a presença das mulheres é proeminente. Entra-se num café e, quase sempre, dois terços da mesas estão ocupadas por mulheres. Vêm em grupo - duas, três, quatro ou mais, de diferentes idades - e conversam, com vagar e animação. (...)

- Expresso Revista, 25 Maio 2002

sexta-feira, outubro 13, 2006

Perdidos no Sótão
David Lynch: O cineasta do delírio



"Vivemos num mundo estranho", e David Lynch já nos havia alertado no epílogo de Veludo Azul (1986). Aquela frase, quase um mantra, resulta ser a explicação perfeita do móbil que anima as suas histórias. Já há mais de 20 anos que este cineasta abriu no cinema norte-americano uma janela com vista para um mundo incómodo, mórbido, suspenso entre a realidade e o sonho, que deu à palavra fantasia um significado desconhecido por Steven Spielberg. Eraserhead (1979), estreia convertida de imediato em filme de culto, articulava dois pesadelos gémeos de Lynch: a degradação urbana e a ansiedade da paternidade. (...)

(...) "É melhor não conhecer o que significam os filmes. A psicologia destrói o mistério. O fantástico é descer a áreas onde as coisas são abstractas", afirma o director. (...)

- ByN Dominical (revista do diário ABC, Madrid), 10 Março 2002

quinta-feira, outubro 12, 2006

Pensamentos Para Lelos



Os últimos serão os primeiros... mas e os do meio? Serão sempre os do meio?
Bang bang do dia-a-dia

Os treinos da GNR não são os desejáveis



Há muito tempo que não se cria uma nova rubrica neste blog, de maneira que eu proponho uma nova: Bang bang do dia-a-dia.

Para explicar o âmbito da rubrica, esta notícia no site dum pasquim de referência é ilustrativa:

O comandante-geral da GNR, Mourato Nunes, afirmou hoje que os militares da corporação têm apenas treinos de tiro "indispensáveis" para as situações do dia-a-dia, admitindo que não são "os desejáveis".

"Embora estes militares tenham os treinos indispensáveis para as situações do dia-a-dia, gostaríamos que tivessem sempre mais, sendo necessário que para tal houvesse mais disponibilidade, o que nem sempre acontece", disse Mourato Nunes.


O que é interessante aqui é que um GNR tem "treinos" de tiro que são "indispensáveis" para as situações do "dia-a-dia". Como é que será o dia-a-dia de um GNR, perguntar-se-á o leitor?

Isto é, perguntar-se-á o leitor se o leitor for um leitor hippy ranhoso pacifista alaralilado que não tem treinos de tiro indispensáveis para as situações do dia-a-dia. Nós aqui no Núcleo percebemos bem o comandante Mourato.

Ora vejam por exemplo como é que o Carcaça se veste quando vai às compras ao Continente:

Perdidos no Sótão
Os segredos de um exibicionista



The Shameful Life of Salvador Dalí (A Vida Desavergonhada de Salvador Dalí) é o título original da biografia sobre o pintor catalão publicada esta semana em Espanha (...) O autor das mil páginas é Ian Gibson, um irlandês naturalizado espanhol (...)

(...) Gibson consultou dezenas de livros, entre os quais os diários escritos por Dalí na adolescência. Neles, aos 16 anos, Dalí diz aceitar a decisão do pai de o enviar de Figueres (Catalunha) para a Academia de Belas-Artes de Madrid. "Voltarei triunfante e serei um génio admirado por todos", escreve Dalí, que pensava ter "a inconfundível morfologia fisionómica de um génio".

(...) exibia-se diariamente para a empregada doméstica derramando sobre o peito o café com leite a escaldar. Só depois deste ritual subia para o "atelier".

(...) Eis que surge Gala (...) Quando a conheceu, em 1929, em Paris, ela era casada com Paul Eluard. Dalí não tinha qualquer passado amoroso, vivia em constante privação erótica, aliviada pela masturbação (...) Dalí contará, em 1979, que Gala o ensinou a aperfeiçoar a sua técnica masturbatória para conseguir ejaculações perfeitas e daí o título do quadro "O Grande Masturbador". [imagem acima]

(...) Para seduzir a misteriosa russa, "tão desavergonhada sexualmente como Dalí era inibido", o pintor recorre aos mais diversos estratagemas para disfarçar a angústia que sentia: barbeia as axilas e os joelhos até ficarem em sangue, barra o corpo com uma mistura de cola de peixe cozida com estrume de cabra, coloca flores roxas nas orelhas e tem ataques histéricos de riso.

(...) Gibson aborda também (...) a influência do pai de Dalí na vida do pintor. (...) Entre outras histórias, conta como Dalí foi deserdado (...). O facto de Dalí ter escrito "Ejaculei sobre a minha mãe" num quadro contribuiu naturalmente para o corte de relações (...).

- Público, 17 Maio 1998

quarta-feira, outubro 11, 2006

Eu sei: Foge um pouco ao estilo mas apeteceu-me publicar aquilo que está escrito em baixo.
Ele, todos os dias, deitava-se á beira-mar.

Vestido e nas mãos o diário ensopado de letras. E esperava que ela fizesse o mesmo. O Atlântico, em pleno Inverno, acorda ressacado depois do torpor estival e fustiga a costa como um chicote revolto que une os continentes. Ele não se importava com isso.
Deitava-se na areia à espera que ela, do outro lado do lençol, fizesse o mesmo. Nesses momentos, uma manta azul de água unia dos dois corpos na extremidade de uma imensa cama. A espuma era a renda desse cobertor e ele sentia-se feliz. Esperando que ela estivesse feliz com ele. Deitados na areia à beira-mar. Com as ondas a percorrerem-lhe o corpo, ele fazia amor com ela, num sexo revolto e animal que percorria milhares de milhas náuticas de distância. As ondas que o cobriam eram os abraços dela e ele respondia com carícias pontuadas de espuma. E mesmo quando o mar o engoliu ele pensava que era um abraço mais forte do seu amor, à beira de ter um orgasmo.
E nem quando sentiu a água a queimar-lhe os pulmões, ele reagiu. Aquilo não passava de um espasmo normal entre dois amantes que se exauriam mutuamente.
Naquele dia, dois corpos morreram à beira-mar. Um em cada lado do Atlântico mas as almas uniram-se num coito com o oceano que os acolheu.

terça-feira, outubro 10, 2006

Pensamentos Para Lelos



Se as listas dos mais vendidos fizessem sentido, não devíamos andar a comer merda? É que cem biliões de moscas não podem estar erradas...

segunda-feira, outubro 09, 2006

Nova rubrica
Perdidos no Sótão

Continuando a nossa luta por entrar no Guinness como o blog com o maior índice de rubricas fixas (temos neste momento cerca de uma rubrica por 1,5 posts), lançamos aqui uma nova, que consiste em imortalizar textos interessantes que encontramos por acaso ao fazer uma limpeza no sótão de casa.

Abrimos esta série com trechos de uma pérola encontrada no jornal semanário "Horizonte", de 18 de Junho de 2004, trazido de uma viagem à Ilha do Sal, Cabo Verde, e que define um pouco a maneira de ser daquele povo, a sua atitude perante a vida, num país onde as coisas funcionam num outro ritmo...




São Nicolau: Inaugurado desembarcadouro da Preguiça

A ilha de São Nicolau passa a estar melhor servida em termos de infra-estruturas portuárias, com a inauguração, domingo, do desembarcadouro da Preguiça, que sofreu profundas obras de reabilitação e ampliação.

(...) Minutos depois do descerramento da placa inaugural, numa manobra a olhos vistos fácil, atracaria no novo desembarcadouro o ferry-boat Sotavento, capitaneado por Salvador Nunes, este, por sinal, filho da Preguiça.

(...) No seu discurso da ocasião, o ministro Manuel Inocêncio disse que o desembarcadouro da Preguiça, embora pequena à escala e dimensão nacionais, não deixa de ser uma infra-estrutura grande para a Preguiça e importante para São Nicolau. (...)

sábado, outubro 07, 2006

Borat em Cambridge

O maior repórter do Cazaquistão descobre os segredos de uma das mais antigas universidades do mundo. Comentário: o gajo em Coimbra passava-se!

sexta-feira, outubro 06, 2006

Pensamentos Para Lelos



Por quê os seguros cobrem tudo menos o que acontece?

quinta-feira, outubro 05, 2006

Chumbada proposta de AdSense
Núcleo duro de mais para o Google

Se não é de um gajo sentir orgulho, então não sei de que é. Com o propósito de fazer a popularidade do nosso blog começar a render uns cobres para as nossas jantaradas, submeti no Google uma proposta de adesão ao programa AdSense, que consiste basicamente em colocar uns banners de publicidade aqui no site e começar a somar carcanhol cada vez que alguém clica neles. A ideia era boa, mas a nossa proposta foi recusada. Mesmo assim, só pela resposta deles, já valeu:

"Estimado Vostradeis:

Gracias por el interés mostrado en AdSense de Google. Tras revisar su solicitud, nuestros especialistas han comprobado que no cumple las políticas de nuestro programa, por lo que de momento no podemos aceptarla. A continuación detallamos las razones que han motivado el rechazo de su solicitud:

- Lenguaje inapropiado
- Contenido del sitio inaceptable

---------------------

Más detalles:

Lenguaje inapropiado: Hemos comprobado que su sitio web incluye contenido que infringe las políticas del programa ASense de Google. Los sitios web que incluyen lenguaje o contenido potencialmente ofensivo no están permitidos en dicho programa. Por favor, revise nuestras políticas (https://www.google.com/adsense/policies?hl=es) para ver una lista completa de los contenidos no permitidos en las páginas web.

Contenido inaceptable: Durante la revisión de su solicitud encontramos que su sitio está usando marcas comerciales de Google (Google Brand Features) de una forma no autorizada. Éstas incluyen, entre otras, marcas de registro o negocio Google, logotipos, páginas web, capturas de pantalla, o cualquier otro elemento distintivo de Google, usados sin autorización o permiso previo de Google."

segunda-feira, outubro 02, 2006

Documento
O Festival dos Festivais

Todos os anos, sucedem-se os Festivais de Verão. As organizações esperam sempre conseguir reunir elencos que catapultem o seu evento para os anais dos festivais, ao lado de acontecimentos históricos como Woodstock (1969), Rock in Rio (1985), Queima das Fitas de Coimbra (1995)...

Esta década, ficará marcada por um evento que teve lugar em Trás-os-Montes. O cartaz diz tudo:



O alinhamento foi de antologia. A Festa Emigrante Transmontana (2006) teve o mérito de reunir em Macedo de Cavaleiros centenas de pessoas de todo o mundo e alguns dos maiores nomes da música:

Quarta, 2 de Agosto: Quim Barreiros (o grande!)
Quinta, 3 de Agosto: Emanuel (o enorme!)
Sexta, 4 de Agosto: Jorge Ferreira (o quem?)
Sábado, 5 de Agosto: Citroën C1 (inovação total na história da música. Pela primeira vez o cabeça-de-cartaz não foi um cantor, mas um automóvel)
Domingo, 6 de Agosto: Tony Carreira (o rei!)

domingo, outubro 01, 2006

Top Jackpot ND

Uma batalha decidida


No início do século XXI, há uma colossal batalha pelas mentes e espíritos de todos os seres humanos.

Um dos lados quer respeitinho e moral e bons costumes e casamento só entre homens e mulheres, um de cada em cada par.

O outro lado é a favor da tolerância e do individualismo e da libertinagem e de cada um fazer o que lhe apetecer.

Estes dois lados digladiam-se diariamente num duelo titânico pelas almas, sobretudo da "gente nova".

O lado dos conservadores tem a seu favor a Bíblia e o Corão e milénios de história e o Ratzinger e o João César das Neves e o George Bush e o Bin Laden e o Diácono Remédios e as velhinhas beatas e duzentos milhões de mullahs e 90 milhões de padres e freiras e o Jerry Falwell e aqueles gémeos que eram primeiros-ministros da Polónia e o Opus Dei e, em certos dias, o Ernesto e o Zizou e o Cablogue, e o Zezé Camarinha e mais uma porrada de gente.

E o outro lado, quem tem? Tem...



...os Scissor Sisters. Portanto, já ganhou.