terça-feira, janeiro 16, 2007

As paredes têm bocas
Perdidos e achados



Lisboa. Frequento a piscina da Ameixoeira, mas costumo ir de carro e quem conduz é a minha mulher, porque eu não tenho carta. O problema é que tenho uma mente viajante e raramente presto atenção ao trajecto do automóvel. É certinho - sempre que deposito o traseiro no assento do pendura, a minha cabeça arranca antes do carro e só volta à terra quando o motor pára.

Por isso, hoje perdi-me. A V. viajou a trabalho e eu arrisquei-me a ir a pé para a piscina da Ameixoeira. Segui o caminho tentando recordar o trajecto que dia-sim-dia-não fazemos de carro e só perguntei onde estava quando tinha a certeza de nunca ter passado por ali. "Isto aqui é Telheiras!", respondeu-me uma cidadã que passeava o cão.

Perdi-me, mas encontrei isto escrito a 'spray' na parede de um prédio cor-de-rosa, na Rua Prof. Bento de Jesus Caraça (matemático 1901-1948):

ÁS 11 NO FAROL

EDGAR SÓ GOSTO DE TI QDO ESTÁS DE CU PO AR!

TUROK E LEOBOM

MANDAM PAUSA FUDIDA

... ah, e desisti da piscina. Com uma caminhada como a esta, considero mais que feito o exercício do dia - Chupa, colesterol! -. E ainda cheguei a casa a tempo de ouvir o Carlos Daniel a dizer no Jornal da Tarde: "... em Bombay, antiga Bombaim..."; que é como quem diz "... em London, antiga Londres..." ou "... em Buenos Aires, antiga Buenos Aires..."... O dia corre bem.

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