sexta-feira, abril 30, 2004

Snooker

A propensão para gostar de desporto torna-nos devotos de várias modalidades para além do futebol. A minha mais recente paixão é o snooker inglês, para o qual tenho a habilidade de um cavalo mas que adoro ver na tv.
É essa uma das vantagens de ter a Eurosport em casa: é que este canal dedica horas a modalidades esotéricas, tipo hipismo, ciclismo e, louvado seja o senhor, snooker. O snooker é um dos desportos centrais na programação da Eurosport, sobretudo quando há grandes torneios a ser disputados. É actualmente o caso: Sheffield recebe o campeonato do mundo de snooker inglês, uma modalidade cuja beleza não pode apenas ser definida pela capacidade dos jogadores em acertar com as bolas nos buracos (eis outra das vantagens do snooker: permitir fazer piadinhas ordinárias com os buracos, as bolas e os tacos!)
Os jogos são brilhantemente disputados e emotivos. Ronnie O’Sullivan é o Maradona do snooker, com uma precisão invulgar e uma inteligência notável – é o melhor jogador do mundo e, já li algures, candidato a melhor de sempre. Nas meias-finais do mundial defronta (e esmaga) Stephen Hendry, sete vezes campeão do mundo e uma lenda viva da modalidade. A outra meia-final é muito mais equilibrada, entre Graeme Dott e Mathew Stevens. Absolutamente a não perder!

terça-feira, abril 27, 2004

Comece o dia com alegria!

“…and the life of man, solitary, poor, nasty, brutish and short.”
Thomas Hobbes

sexta-feira, abril 23, 2004

Ouve lá, ó Ernesto, tu não escreveste um texto a responder ao Tiberius? Apagaste-o? Eu vi-o algures, o que é feito dele?
O meu post era sobre uma frase escrita pelo Ernesto ali em baixo. Eu acho que dizer «parecem haver» está incorrecto, mas podem consultar as gramáticas e os prontuários para confirmar.
Não se diz «parecem haver»; diz-se «parece haver».
Dérbi mental



O Instituto do Desporto de Portugal (IDP) e a Sociedade da Língua Portuguesa (SLP) tão a gastar tempo e dinheiro desde o ano passado na construção de uma base de dados com a terminologia usada no desporto. A ideia é "corrigir o excesso de expressões e termos estrangeiros utilizados tanto pelos agentes como pelos jornalistas desportivos". Difícil de acreditar?

Parece que numa conferência, alguém perguntava: "Por quê dizer derby se podemos dizer clássico?". Ora, isto é o mesmo que perguntar "por quê dizer broche se podemos dizer punha de mamas?" PORQUE NÃO SÃO A MESMA COISA!!! Um FC Porto-Benfica é um clássico. Um Benfica-Sporting é um derby. Se não há uma palavra portuguesa para designar a coisa, usa-se uma estrangeira, qual o problema? Ou, melhor ainda, cria-se uma palavra nova!!! Podemos inventar o dérbi, ou melhor ainda, o capulo, a esfronga ou o frabuco. Haja imaginação, meu povo! Lembrem-se de que as coisas antes de existir não tinham nome.

quinta-feira, abril 22, 2004

Onde está o prof. Alcides Graça quando precisamos dele?

Escreve o Ernesto aí abaixo que o editor acaba por ser o personagem mais forte do filme. Não acaba nada. Acaba por ser a personagem mais forte do filme.

Personagem é fêmea, porra. Este Núcleo aprecia muito a cultura e a língua brasileiras (alguns mais que os outros), mas se é para falar como deve ser, fale-se como deve ser. A personagem. Não o personagem.

Podem ir verificar ao Porto Editora, o substantivo é feminino. Mas o que disser o dicionário não interessa, personagem com “o” é feio. A personagem, se faz favor.

quarta-feira, abril 21, 2004

Quatro observações

•Oh DJ, ficava mais bonito se o post anterior, a desculpar o post antecedente, fosse qualquer coisa do género “o meu post anterior foi interpretado fora do contexto”.

•Quem é o rei dos pneus?

•Não juro, mas até aposto que 99,99 por cento dos blogs portugueses não vão resistir a fazer um trocadilho qualquer com “pito dourado”.

•Está um lindo dia nas Antas.

segunda-feira, abril 19, 2004

O corajoso

Oh DJ, se achas que o Zapatero tem razão tudo bem. Mas daí à grande coragem política vai uma certa distância. Quer dizer, onde é que está exactamente a coragem do homem? Que riscos é que ele corre? Tomar uma medida que é muito popular e não lhe traz prejuízos absolutamente nenhuns não conta como coragem.

Podes achar que o Aznar era burro, mentiroso, teimoso e/ou malvado. Mas manter as tropas no Iraque, com 90% da opinião pública contra, e correndo o risco de levar por tabela quando houvesse sangue (como aliás aconteceu), bem, isso exige coragem (da tal coragem política, não tanto da outra, da física).

P.S: Vou querer os volumes 1, 3, 7, 14, 16 e 17 da colecção Nostalgia.

quarta-feira, abril 14, 2004

Adenda

Para cumprir a promessa do post anterior: esta gaja não está bem nua, mas é quase a mesma coisa. Esta está ainda mais despidita. E tomem ainda a Halle:



Queres sonhar vai dormir Ernesto, caramba!

O problema do Totoloto é mesmo esse. É que te põe a pensar que a única maneira de fazer fortuna honestamente é preenchendo preguiçosamente o boletim e pronto. Não é. Podes chegar aos teus barquinhos a trabalhar.

E porque é que para sonhar precisas do raio do Totoloto? Não podes ter as casinhas e os carrinhos na tua cabeça sem ter de fazer as cruzinhas primeiro?

Mais um argumento contro o Totoloto: enquanto jogo, não tem valor de entretenimento nenhum. Até um macaco pode fazer seis cruzinhas num papel e ficar a olhar para a maquineta. O maldito Totoloto acabou com um jogo que, esse sim, tinha graça: o Totobola.

Antes do Totoloto, um gajo punha-se a tentar adivinhar os resultados, e depois não ganhava nada na mesma mas ao menos ficava mais entretido a ouvir os relatos na rádio ao domingo à tarde. Agora ninguém joga no Totobola, e de qualquer maneira já quase não há jogos no domingo à tarde. Foi uma linda tradição que o Totoloto estragou.

P.S: Um grande abraço à tua tia Violeta

terça-feira, abril 13, 2004

Ernesto, não percebes nada do Totoloto

Oh Ernesto, para já não é aos burgueses ociosos que sai o totoloto — esses já têm dinheiro que chegue e são suficientemente espertos para não jogar.

Depois: a notícia dos auxiliares de enfermagem é boa — boa para eles, e muito bom proveito. Mas o teu post perpetua a lógica do “toda a semana sai a alguém”, o que dá a milhões de totós a ilusão de que lhes pode sair a eles.

O problema nisto é as pessoas que não percebem estatística, e não sabem que uma hipótese em 25 milhões é quase o mesmo que 0 em 25 milhões. Ou seja, os auxiliares de enfermagem do Porto estão na boa, mas os outros auxiliares de enfermagem do resto do país hão-de passar o resto da vida a preencher o boletinzinho e a não ganhar puto.

Eu cá sou todo a favor do Totoloto: é um imposto à estupidez, voluntário e pago apenas pelos tansos (as receitas do imposto podiam ir para outro lado que não a Santa Casa, mas enfim). Agora, fazer propaganda ao Totoloto num espaço augusto como este, isso não pode ser oh Ernesto.

E ainda te digo mais: agora que os auxiliares de enfermagem estão ricos, quem é que vai lavar as arrastadeiras dos cancerosos no Porto, hem? Aposto que não tinhas pensado nisso, pois não?


Há muito tempo que não escrevia um post tão desnecessariamente zangado como este. Prometo que o próximo há-de ter gajas nuas. Entretanto, fiquem com isto

segunda-feira, abril 05, 2004

Se calhar por isto é que somos todos tão burros

Um instituto chinês teve a ideia de fazer um ranking das melhores universidades do mundo em termos cientificos. Os metodos do ranking são discutiveis, mas a lista não feita à sorte. As universidades americanas dominam, mas também há imensas europeias.

E portuguesas? Há uma, muito por favor, metida entre os lugares 351 e 400, ensanduichada entre potentados como a universidade de Louisville, no Kentucky, e a universidade de Konstanz, na Alemanha: os chineses chamam-lhe só Universidade de Lisboa, não dá para saber exactamente qual, enfim, uma em 500, já é melhor que nada.
Restos não são uma alimentação saudável



Dâsssss... Estes gajos superam tudo. Estão finalmente encontrados os sucessores dos Pão e Circo, na sua vertente mais escatológica. Imagine-se que os Mão Morta engravidavam depois de serem enrabados pelos Irmãos Catita. O filho bastardo nascido desta bizarra relação sodomita seriam estes gajos: Comme Restus.

Com muito mais qualidade musical que a maioria das bandas de metal pesado que para aí andam, estes gajos têm ainda a virtude de recriar a língua portuguesa nas suas letras minimalistas porém brilhantes - há uma canção que diz apenas "Porque é que tu não vais pro caralhooooo. Palhaço do caralho" (imaginem isto cantado por uma vozinha à AC/DC). Há outras politicamente engajadas em causas anárquico-revolucionárias, como uma que apela: "Morte aos ciclistas". O autor das letras têm ainda a virtude assumir a verdade do potuguês falado nas ruas nos nossos dias. Aqui fica uma das melhores letras do repertório:


AMANDAME CÔA PAXAXA PUS DEMTES

Lavame os demtes cu teu fluido vaginal
Deixame xuparte a tua glãdula orinária
Enxe disporra essa boca ordinária

Exfregate nas minhas urelhas
Vãemte no meu olho
Amanda-me coa paxaxa pus demtes
Deichamlaberto bolho

FODE CABRA, FODE PUTA
Enfia as mãos na cona e
Bate palmas, Bate palmas, Bate palmas!

A tua pintelheira nujenta xega inté ao um bigo
i eu mijote pra demtro do cu
Eu cago e tu comes o cagalhão

Tu rixte com a boca xeia de merda
E eu riume com pintelhos nos demtes
Xupamos colhões
Xupazós té aos pulmões

FODE CABRA, FODE PUTA
Enfia as mãos na cona e
Bate palmas, Bate palmas, Bate palmas!