sábado, maio 31, 2003

Ernesto, por que é que os escritores, colunistas e ensaístas não podem criticar os jornalistas, já que ninguém mais o faz? Acho a tua reacção um bocado corporativista e exagerada. E até acho que de facto alguns jornais, como o Publico, abusam às vezes da “prosa pequena” e das “novelas”. Basta ler por exemplo o artigo Ferro na corda bamba, cheio de "drama", "pode ser", "isto pode, a prazo, ser fatal", "para bom entendedor meia-palavra basta", "poderá levá-lo a", "não sabe quando", "sempre sob a condição do anonimato, porque neste momento quem se mexer sai tremido na fotografia", "o partido parece", "mais tarde ou mais cedo", etc. Este texto é de "novela" e não passa de "prosa pequena".
Não acho grave que fora do jornalismo haja quem critique a profissão. Seria pior e nada saudável se o jornalismo não fosse criticado. E, na crítica, acho melhor a "obsessão com o que é mau" do que com o que é bom. O ideal seria haver um equilíbrio, mas, não existindo, é mais útil e vantajoso que apenas se denuncie o que é mal feito do que apenas se aplauda o que é bem feito.

sexta-feira, maio 30, 2003



Vi ontem no GNT uma reportagem sobre bandas brasileiras em que apareceu uma que já não ouvia há muito tempo, a Plebe Rude, de Brasília. Esse grupo fez-me lembrar da minha juventude na Amazónia e da minha fase punk-trotskista. Bateu uma saudade!...
Aqui fica uma letra dos gajos.

Até Quando Esperar?

Não é nossa culpa
nascemos já com uma benção
mas isso não é desculpa
pela má distribuição
Com tanta riqueza por aí
onde é que está, cadê sua fração?
Até quando esperar?

E cadê a esmola
que nós damos sem perceber
que aquele abençoado
poderia ter sido você
Com tanta riqueza por aí
onde é que está, cadê sua fração?
Até quando esperar?
A plebe ajoelhar esperando a ajuda de Deus?
Até quando esperar?
A plebe ajoelhar esperando a ajuda de Deus?

Posso, vigiar teu carro, te pedir trocados, engraxar seus sapatos?

quarta-feira, maio 28, 2003

Um bom blog islandês, sem dúvida, este Málfræðirannsóknir, da Rósa Gunnarsdóttir. "Kveðja" para ela e, como diria o grande Sigurdur Sigurdsson, "en er ekki best að snúa sér að greininni, hér er um að ræða grein um mannanöfn á Íslandi".

terça-feira, maio 27, 2003

Recomendo vivamente o blog Málfræðirannsóknir, da Rosa Gunn.
À Rosa gostaria de dizer o seguinte: ´N grî nvutre vctréé ì ñ hewq voiu a ããã nbuyypotyubgfv, kuiw ´w, bgyut mn lkjiopuó. Trav cvuytreq byu, ãânz, xiou nhui bó. Tquia!
Pastéis de vento
pérolas da sabedoria zen

A um homem que passa fome, é sempre melhor dar uma cana e ensinar a pescar, do que um peixe... assim como é melhor, em vez de frequentar a Casa Pia, visitar as meninas do Técnico e ficar com a cana a cheirar a peixe.
Mais um marco na história de Os Donos da Bloga: 1014 visitas!
Parabéns a todos, mais uma vez!
Mil e dez visitas
Hoje continua a ser um dia muito especial para Os Donos da Bloga. É que o nosso blog recebeu a sua milésima décima visita, de acordo com o serviço de estatística do Nedstat.
Parabéns a todos.


Mil visitas!!!
Hoje é um dia muito especial para Os Donos da Bloga. É que o nosso blog recebeu a sua milésima visita, de acordo com o serviço de estatística do Nedstat. Os números revelam ainda que Os Donos da Bloga é um site de interesse público, que ultrapassa fronteiras, sendo frequentado por pessoas de 20 países, apesar de o grosso dos acessos (90,4%) estar em Portugal. Desde 7 de Maio de 2003, o blog recebeu 1000 visitas, distribuídas geograficamente da seguinte forma:

1. Portugal – 904
2. Brasil – 25
3. Reino Unido – 15
4. Bélgica – 13 (aqui um agradecimento especial ao Pacheco Pereira)
5. EUA – 13
6. Noruega – 3
7. Espanha – 2
8. Chile – 2
9. Irão – 2
10. Austrália – 2
11. Canadá – 2
12. Itália – 2
13. Japão – 2
14. Holanda – 2
15. França – 2
16. Eslovénia – 1
17. Indonésia – 1
18. Polónia – 1
19. Taiwan – 1
20. Singapura – 1

Parabéns a todos!
Algumas das melhores canções de sempre são do David Bowie. Um exemplo é a espantosa Absolute Begginers:
If our love song
Could fly over mountains
Could laugh at the ocean
Just like the films
There's no reason
To feel all the hard times
To lay down the hard lines
It's absolutely true




O rei da teimosia
A BBC conta a história de um iraquiano que bateu o recorde do Guinness a jogar às escondidas. "Iraqi man ends 20 years in hiding" relata como o senhor Jawad Amir, procurado pelo regime de Saddam Hussein, resolveu esconder-se num buraco até o ditador cair. E lá ficou. 21 anos. O cúmulo da teimosia (e da cagufa)!

segunda-feira, maio 26, 2003

Pastéis de vento
pérolas da sabedoria zen

Às vezes, mais vale ficar calado e ouvir os peixes a cantar no fundo das águas cristalinas do lago, do que abrir a boca para anunciar o Festival Eurovisão da Canção.

domingo, maio 25, 2003

Há momentos que cansam

Hoje fui ver o Matrix II e saí de lá siderado. Somos mesmo joguetes desta treta que é a sociedade. De tão espremidos que estamos, já nem pensamos convenientemente sobre aquilo que fazemos. Gastei a porra de um bilhete (3.5 euros) para ver a primeira parte de um filme que, supostamente, deveria ser uma sequela completa. Afinal, fui comido e terei de, em Novembro, comprar mais um bilhete para ver o final da história que eu próprio já sei.
Se calhar é apenas a frustração a falar mas sinto-me roubado.
Li recentemente uma biografia do Marx e cada vez penso mais que o homem estava certo antes do tempo (apesar de ser um putanheiro e chulo do seu amigo Engels). Somos todos uma espécie de marionetas: vendemos a força do nosso trabalho para pagar o custo da nossa sobrevivência, enfeitada com lacinhos brancos e papel rosa pálido que nos fazem pensar que somos alguém. Apesar de tudo, ninguém abdica da sua vidinha de capitalistazinho-a-meter-para-o-apaneleirado, uma espécie de esquerda light, que não passa de uma forma dissimulada de cedermos o poder a esta direita hard.
Nunca, como agora, estivemos tão perto do nosso fim. E temo que, com o fim da história, todos pereçamos. Sodomizados entre filmes e conversas culturais com os nossos eurodeputados. Como se o mundo ainda dependesse do nosso voto e das nossas míseras acções na bolsa. Tá tudo fodido e os meia-dúzia de Rockefellers do tempo do Marx deram origem a poucas centenas de Ricardos Salgados que definem aquilo que vamos beber e vestir toda a nossa vida.
Se calhar é apenas a frustação a falar ou então a cerveja. Mas sinto-me cada vez mais perdido: uma casinha, uns filhos, um carro, umas bebidas, umas saídas culturais, umas caralhadas (como se dizê-las fosse um acto de rebeldia nesta sociedade filha da puta do caralho em que qualquer cabrão pensa que pode mandar foder toda a gente com apenas uma vírgula num decreto-lei). Enfim, esta é uma sociedade feliz. Como os cães e gatos também são felizes, sem saberem que o são.
A única diferença é que nós, em pequenos momentos de lucidez, apercebemo-nos que não o somos.
Quem me dera ser religioso. Ao menos tinha um propósito de vida.
Ou então um cão.

sexta-feira, maio 23, 2003

Portugal vai voltar a fazer o quê na Europa?
Estava com a tv ligada no canal 1 quando ouço:
“Portugal vai voltar a brilhar na Europa!”
A criatura emprestou à locução toda a convicção de que foi capaz e aquela frase, apenas ouvida sem acompanhamento das imagens, até poderia parecer corresponder a qualquer coisa solene e importante para o destino da nação.
Sabem do que o homem estava a falar? Se fizermos um esforço para nos lembramos em que é que Portugal já brilhou na Europa, poderíamos falar de…, e de…, e claro de…, sem esquecer de…, já para não falar de…
Na verdade, o spot da tv era sobre o Festival Eurovisão da Canção. O Festival Eurovisão da Canção! Sim, a RTP informa que Portugal vai voltar a brilhar no Festival da Canção, o que me leva a acreditar que, na opinião desses senhores, o Setúbal tem brilhado a grande altura no campeonato de futebol português.
Domínios porno à venda
Assumindo uma vez mais a função utilitária que todo o blog deve encerrar, Os Donos da Bloga tem o prazer de revelar uma lista de domínios porno que se encontram livres, qualquer um pode registá-los – clicar nos links desta lista, por enquanto, faz abrir apenas uma janela para o abismo cibernético. Esperamos que os nossos leitores que resolvam registar esses domínios enriqueçam com a catadupa de visitas e contratos de publicidade que vão receber. Se entretanto algum desses domínios for comprado, agradecemos que nos avisem mandando um email para nucleoduro@rodre.org.

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quinta-feira, maio 22, 2003

O pico de audiência do Donos da Bloga foi atingido no dia 20, mostra o Nedstat. Pesquisando as entradas nesse dia, constata-se que os autores foram Vostradeis, Cabongo e moi-même. Paul e Ernesto nesse dia não piaram.
É a nós os três, caros Vostradeis e Cabongo, que as massas querem ouvir. É por nós, o trio maravilha do Núcleo, que as fans arrancam cabelos, que se acotovelam por uma nesga de ecran onde ler os nossos textos, que abrem lábios e sobrolhos para usufruir em primeiro lugar da sapiência e humor que nós espalhamos pelo cosmos.
Paul e Ernesto: mantenham-se reduzidos à vossa minúscula insignificância e deixem brilhar este triângulo de inteligência, talento e verve que não se cansa de prestigiar a nossa colectividade.


Saudades daquela Europa
Lembro-me bem do tempo em que um Olympique de Marselha discutia uma final de Taça dos Campeões com um Estrela Vermelha de Belgrado. Veio a Lei Bosman. Veio a nova fórmula da Liga dos Campeões, que já aceita clubes só por serem grandes – não mais por serem campeões. Hoje em dia, a “taça das equipas da Europa de segunda linha” de que fala o Ernesto é a única coisa a que aspira um clube que não seja italiano, espanhol, inglês ou alemão. Tal é o fosso que se foi cavando entre as equipas das ligas mais ricas e as restantes. Ganhar a Taça UEFA – que, repare-se, no actuais moldes é uma competição bem mais fraca do que já foi – para uma equipa como o FC Porto é, hoje em dia, um feito comparável em termos de dificuldade (infelizmente fica muito atrás em termos de importância) ao que o clube conseguiu em 1987. Ainda assim, é o melhor que algum clube português alcançou desde que o FC Porto foi campeão europeu (títulos nacionais não são comparáveis a uma vitória europeia). Hoje em dia, a fórmula das competições europeias propicia um ambiente em que os Golias reinam e os Davides nem sequer têm pedras para atirar. Na era pós-Bosman, os Savicevics abandonam os Estrelas Vermelhas aos 17 anos, enquanto os Reais Madrides acumulam Gutis, Morientes e McManamans nos seus bancos de suplentes. E isso enche-me de tristeza.

- “Fiquem lá com a taça das equipas da Europa de segunda linha” – dor de cotovelo.
- “Para mim, esta excitação é patética e provinciana” – paleio de quem vive em Lisboa há dois dias e julga que é melhor que os outros.
- “Até a comunicação social foi atrás desta loucura, com jornalistas a vestirem a pele de adeptos histéricos sem qualquer pudor” – ninguém lhes pediu nada. Só faz figuras tristes e só é mau jornalista quem quer.
- “Quanto a isto ser ou não uma vitória para o país, é óbvio que não é” – ah pois não é, não!
- “frustração da periferia” – os frustrados da periferia têm quatro taças internacionais, contra duas dos benfiquistas bem sucedidos da capital do império, a metrópole, o farol da nação...
- “O Porto tem uma boa equipa e joga bem mas...” – por que é que tem de haver sempre um “mas”. O Porto tem uma boa equipa e joga bem, ponto final.
- “os seus homens usam estratégias perniciosas de manipulação dos jogadores e das massas” – frase fantástica. Só é pena ser oca!
- “Boa parte dos seus responsáveis são más pessoas” – outra pérola. Parabéns: acabaste de conseguir fazer-me mudar de clube. A partir de hoje, sou adepto do Benfica, o clube das boas pessoas, dos filantropos, dos bem-educados...
VIVA O RUI RIO
FCP e PP

Subscrevo a posição do camarada zizou. A taça é vossa e só vossa. Ainda tentei torcer pelo FCP mas não consegui: nos metros finais dos lances de ataque, acabava pro suspirar pelo Celtic. Tentei ser um patriota mas não tive sucesso e o meu coração chorou sinceramente quando o Derlei marcou o golo para os galegos.
E no que diz respeito às restantes críticas do zizou e do JPP também concordo. Foi de uma parolice total a presença de todas as principais figuras do Estado no beija-mão ao Pinto da Costa e ao FCP. Se houvesse um golpe de Estado e uma barreira em Badajoz, Portugal não tinha ninguém para tomar conta. Tenham tento. Que eu saiba, nem o Toni Blair nem a rainha de Inglaterra estiveram no estádio ao lado dos escoceses. E nem vale a pena alegar que a Escócia é um estado dentro de um outro estado. A realidade é que os nossos políticos correram de novo atrás dos futeboleiros à espera de se transformarem em emplastros para a fotografia.
A atitude dos comentadores é o costume. Todas as faltas contra o Deco eram passíveis de vermelho directo e a mão do Jorge Costa na grande área foi sem intenção. Portugal não está de parabéns mas apenas os adeptos desse clube que ganhou o jogo. Apenas esses e sinto-me ofendido quando dizem que a vitória é de todos. É um pouco como dizer que é a selecção de todos nós.

Em relação ao PP (leia-se Paulo Pedroso para não haver confusões), é constrangedor a atitude dos nossos opinion-makers e dos politiqueiros. As declarações de solidariedade e acusações de perseguição e de calúnica com o logotipo dos partidos de fundo demonstra bem a torre de marfim em que as nossas estrelas vivem. Está tudo doido: a justiça só é boa quando não ataca os nossos amigos. Se não, está a ser movida uma perseguição.
Acho que o PS não deve ficar afectado com esta detenção (ou com a fuga da Fátima Felgueiras para o Brasil, ou o PSD com o seu Cruz Silva) mas não deve fazer afirmações que se pode vir a arrepender mais tarde. E o PM também não tem nada de abrir a boca sobre este assunto.
Desde já deixo aqui a minha posição sobre eventuais investigações da Justiça portuguesa sobre este blog: se algum de vocês, meus distintos colegas e amigos, for detido por pedofilia, o máximo que poderei dizer é que nunca abusou de menores à minha frente. Agora, quanto ao resto, não ponho as mãos no fogo por ninguém. Principalmente em matérias deste género.


O caneco é nosso!!!
Com os pontos conquistados pelo FC Porto, Portugal deverá subir uns lugares no ranking, o que lhe dará a possibilidade de incluir mais equipas nas competições europeias. Com o acesso ficando facilitado para Benfica, Sporting, Guimarães, etc... pode dizer-se que estes clubes só tiveram a ganhar com o sucesso do Porto e que, por isso, esta vitória também é deles. Num certo sentido, esta vitória pertence a todos os que torceram por ela. Mas o caneco que levantou o Jorge Costa, esse é nosso! E isto merece um poema:

O mágico

É o número 10
finta com os dois pés
é melhor que o Pelé
é o Deco olé, olé

Desculpem-me os mais radicais, mas eu gostei de ver o Toni, um histórico benfiquista, reconhecido por não ser capaz de treinar em Portugal outra equipa que não o Benfica, vestido de azul, a puxar pelo rival. Achei bonito. Também gostei de ouvir hoje na TSF um torcedor do Sporting a dizer que se sentiu feliz pelo feito do Porto, pondo de parte aquele odiozinho parolo e aquele discurso nojento do queremos-que-esses-gajos-se-f...-porque-eles-compram-árbitros-e-por-isso-é-que-a-minha-equipa-não-é-campeã-todos-os-anos. Não defendo que devamos andar todos aqui aos beijinhos a cada fim-de-semana, mas já cansa aquela conversa de “ultra”... "nós somos os bonzinhos, os honestos, os que jogam limpo, eles são os mauzões, os vilões, os que fazem batota”. Chega de ódio! Afinal de contas, isto é só futebol!
É NOSSA, OUVIRAM??????
Fenómeno Magnum: é nosso e só nosso
O FC Porto ganhou a Taça Uefa. Convém dizer algumas coisas:
1. A vitória não é de todos os portugueses, não é nacional (como pretendiam muitos comentadores desportivos das rádios e tv’s), não é sequer dos benfiquistas ou sportinguistas que torceram pelo Porto – a vitória é nossa e só nossa.
2. O grande obreiro e responsável pela vitória é o José Mourinho – alguém acredita que esta equipa ganhasse a Taça Uefa ou o campeonato com 15 pontos de avanço se fosse treinada pelo Octávio ou pelo Fernando Santos? A Taça dos Campeões que o Porto ganhou em 97, pelo contrário, foi ganha pela equipa, que foi a melhor que o Porto alguma vez teve.
3. Há que dar razão ao JPP numa coisa: é um bocado ridículo ver o presidente da República e o primeiro ministro no estádio de Sevilha, mais uma manada inteira de ministros, secretários de Estado e presidentes de câmara. Esta vitória também não é deles.

quarta-feira, maio 21, 2003

Julgamento dos pedófilos
Numa altura em que se fala tanto de pedofilia, com várias e distintas figuras do panorama vedético nacional a serem presas e condenadas como suspeitas de abuso sexual de menores, convém esclarecer uma dúvida comum: Ao contrário do que muita gente pensa, os crimes de natureza sexual não são necessariamente julgados no Tribunal da Relação!

O país onde a cana dá!
Não consigo pensar numa boa razão para odiar o Canadá, muito pelo contrário. Mas há quem consiga... e se dê ao trabalho de fazer sites exclusivamente dedicados a ridicularizar os canadianos:

º DestroyCanada.com - Tem foruns em que os internautas (geralmente americanos) se dedicam a gozar com o Canadá e a proferir insultos como “os canadianos são filhos bastardos dos franceses” e outras desse nível. Deviam todos ver o filme “Bowling for Columbine”, do Michael Moore, e ter vergonha na cara, digo eu.
º No! Canada - Propõe-se a revelar “as entranhas obscuras” dos “vizinhos do Norte”.



Mas há outros, que fazem a defesa do Canadá, contra os vizinhos do Sul, como o WeDoNotLiveInIgloos.com. Esse é mais engraçado do que os outros, mas também, gozar com americanos é mais fácil! Tem uma coluna de anedotas onde encontrei esta [tradução livre]:

«... e ao sexto dia, Deus virou-se para o Arcanjo Gabriel e disse:
– Hoje, vou criar uma terra chamada Canadá. Será um país de desconcertante beleza natural. Deverá ter montanhas majestosas e cheias de cabras montesas e águias, belos lagos borbulhantes atestados de trutas, florestas cheias de alces, altas colinas com vista para praias com vida marinha em abundância e rios cheios de salmão.
E Deus continuou...
– Devo fazer essa terra rica em petróleo, de forma a que os seus habitantes sejam prósperos. Vou chamá-los “canadianos” e eles ficarão conhecidos como o povo mais amigável do mundo.
– Mas, Senhor – interrompeu Gabriel – Não acha que está a ser generoso demais para com esses canadianos?
– Na verdade, não. Espera só até veres os vizinhos que lhes vou dar.»

terça-feira, maio 20, 2003

Caro Zizou, no que diz respeito à Vera Roquette, permita-me discordar. Quem fez parte da adolescência e da infância à espera do inolvidável Agora Escolha não pode compactuar com as tuas críticas. A senhora é tia, mas uma senhora tia. Voltem programas como os Vingadores, Abelha Maia e Galactica. Sem esquecer o mítico Get Smart

O site The Smoking Gun conta a história de um casal de quarentões do Louisiana que foi apanhado a fornicar no topo de um depósito de água urbano, a mais de 200 pés do solo. A "Pistola Fumegante" inclui fotos do "duo dinâmico" e os hilariantes comunicados da polícia de Slidell à imprensa. Ver artigo
O JPP é culto, inteligente, bem falante e tem uma biblioteca com milhares de livros. É circunspecto. Nunca ri. Sorri raramente, quando o José Magalhães diz alguma alarvidade no Puxa Atrás, da TSF.
Teoria: ele só refere no Abrupto os blogs de quem ele pensa que é letrado como ele, tipo os sujeitos do Montanha Mágica, que, oh originalidade!, só falam do livro Montanha Mágica.
Convém, por isso, esclarecer que os membros do Donos da Bloga não são propriamente analfabetos e têm todos livros em casa. Revelo aqui quais, em primeira mão: o Ernesto tem um compêndio médico, o Vostradeis um álbum de BD do Milo Manara, o Paul (ou Paul, depois de rebaptizado) uma colectânea de poesia francesa do século XIX, o Cabongue um livro de cheques e eu o manual de instruções da minha nova tv a cores.
Como vê, caro JPP, também somos eruditos e merecemos entrar no jogo!

segunda-feira, maio 19, 2003

O elogio da polivalência
Passada a ambição utópica de ver este blog citado pelo Absurdo, de Pacheco Pereira, o que nos lançaria definitivamente no selecto clube das pouquíssimas centenas de blogues citados pelo JPP, enchendo as nossas famílias de orgulho – no outro dia, quando revelei à minha mãe esse nosso objectivo, ela saltou numa alegria que quase a levou às lágrimas, gritando: «O que é um blogue?» –, há que admitir com toda a frontalidade a nossa admiração pelo grande JPP. Pela sua polivalência e pela quantidade de coisas que consegue fazer ao mesmo tempo. Para se ter uma ideia, uma visita ao seu blog num dia como hoje, segunda-feira, dia de grande trabalho para toda a gente, incluindo eurodeputados, permite-nos ver que JPP submeteu:

Às 15h46, um texto de 2911 caracteres sobre “Filatelia”;
Às 15h51, um agradecimento de 334 caracteres pelas respostas a um “apelo sobre blogs actualizados”;
Às 16h16, uma interessante ideia de 275 caracteres sobre um inventário de “objectos que estão a desaparecer à nossa volta”;
Às 16h36, uma análise de 2126 caracteres da cena de Felgueiras;

Resumindo, um conjunto de textos de temas variados, num total de 5643 caracteres. Isto tudo ao mesmo tempo em que se dedica de forma abnegada e concentrada a um trabalho de grande importância para todos os europeus. Aposto que se se fizesse um concurso a nível de Parlamento Europeu para saber qual dos deputados tem o melhor e mais actualizado blog, o Pacheco Pereira ganhava facilmente. Notável! Os parabéns do Núcleo Duro!
Sou do tempo

Sou do tempo em que se perguntava: és do Benfica ou do Sporting?
Se o interlocutor respondia que era do Porto, recebia logo uma segunda pergunta. "Mas estou a falar a nível nacional".
Perante a pergunta, só tenho uma resposta possível: empate a zero, prolongamento e golo no último minuto do Deco em fora de jogo claro e nítido, depois de terem sido expulsos injustamente três jogadores do Celtic. Já agora, dava jeito que o Deco marcasse o golo depois de ferir violentamente o guarda-redes adversário com uma AK-47 que tivesse conseguido introduzir no terreno de jogo. E que o Mourinho e o Pinto da Costa fiquem depois afónicos durante seis meses, que já não há paciência para eles.
O que é que queres? Prefiro o verde e branco e já tentei torcer por outro clube mas nunca consegui.
No entanto, o meu sentido patrioteiro parolo impele-me a desejar a vitória do FCP. A contra-gosto.
Agora que se aproxima a final da Taça UEFA, coloco uma pergunta aos ilustres colegas de blog (excepção ao Rodre, que é portista): quem querem que ganhe o jogo? Desde já esclareço que se a final fosse Benfica-Celtic ou Sporting-Celtic, eu torceria pelo Celtic. De cachecol ao pescoço!
O blog Cruzes Canhoto acha que os Donos da Bloga é de Aveiro. Não, caros colegas, os Donos da Bloga não é de Aveiro, porque os Donos da Bloga não tem pátria. Tanto é de Aveiro, como de Marrazes, de Portimão, das Caldas da Rainha (uma das terras mais violentas do país) ou de Santa Clara-a-Velha. Os Donos da Bloga é universal - é de quem o agarrar!

sábado, maio 17, 2003

"Falta bloco, falta entrosamento, falta fio de jogo".
Quem, numa única e curta frase, seria capaz de debitar tantos lugares-comuns estereotipados? O nosso herói Alves, Gabriel Alves, pois claro! Foi há bocado, durante o Nacional-Sporting.
Povo Unido

Sobre o F. Assis, duas considerações dialécticas:

Primo: o homem não chorou. O que é sempre positivo.
Secundo: As agressões de que foi vítima recordam-me as do Soares nas campanhas das presidenciais na Marinha Grande. O PCP arriou forte e feio no senhor e graças a isso ganhou as eleições ao Freitas. Este perdeu não por uma unha negra, como se diz, mas por um olho negro (do ex-PR).
Conclusão: O Assis é o candidato ideal para os socialistas nas próximas eleições presidenciais. Isto se o Cavaco não receber também de algum apoiante do Portas (tipo Marco de Canaveses)

Tese: A GNR que o foi socorrer é de Felgueiras.
2/a tese: O saco azul da Nossa Senhora de Fátima poderia ter outra cor e ser verde, a cor das fardas dos militares da GNR colocados na vila.
Síntese: O primeiro sargento do posto já está a preparar a ida para o Brasil.

sexta-feira, maio 16, 2003

O blog Replicar publica hoje isto:

«A simples referência de José Pacheco Pereira, no seu Abrupto, a este modestíssimo blog, elevou à estratosfera o número de visitantes. Pela parte que nos toca, agradecemos a referência! É, no entanto, compreensível a pontinha de inveja de outros blogs que não foram ainda referenciados, como, por exemplo, "Os Donos da Bloga", que transcreve as palavras aqui escritas, sobre a chegada do Abrupto à blogosfera. Apesar de não entender a razão de ter escolhido estas palavras, pois estão longe de ser as mais encomiásticas, agradecemos também a referência! :)»

Admitamos: estamos a morrer de inveja do Replicar, cujos autores deverão sentir-se, por esta altura, cidadãos realizados por terem aparecido no site do JPP! Não querem trocar de blog? pfffff...
APELO SINCERO

Daqui faço um apelo sincero: JPP sai deste universo.
É demasiado importante (perdoe-me o tratamento informal que lhe dirijo apesar da sua vasta proverbialidade merecer, quiçá, um tratamento sempre na segunda pessoa do plural) para passear com a sua omnipotência pelo universo bloggiano de meros mortais que somos. Preferia que tivesse utilizado um nick menos perceptível ou nem sequer retribuisse os cumprimentos que lhe dirigimos na esperança de um palpebrar de sobrancelhas seu para a nossa existência. A partir do momento em que despiu a armadura do anonimato e vestiu o papel de Zé Maria neste cosmos orwelliano pós-Teresa Guilherme, todos nos sentimos coagidos a buscar os nossos minutos (ou linhas) de fama. Parecemos galinhas em torno do seu blog à espera de um suspiro com o nosso nome.
Mesmo eu, que lia os seus textos com (algum) interesse nos jornais e respeitava o ar de cátedra perante a realidade, sinto-me agora coagido a buscar o seu beneplácito régio. Até acho que, perante o quadro actual da política, é alguém que merece a consideração do cidadão comum (excepto na TSF, que já não há paciência para os vossos devaneios partidocratas). Apesar disso, não deve descer do pedestal onde se encontra.
É certo que isto não deveria ser assim. Mas esta sociedade de arroz doce e cigarros light obriga-nos a procurar reconhecimento social como cães em busca de ossos. Temos todos de ter reconhecimento pelo nosso semelhante. Ou uma câmara de TV ou umas palmadinhas nas costas. Para podermos sonhar que somos uns nóbeis em potência mas nunca fizemos nada para tirar o rabo do banco em frente ao computador. Cada um de nós com os nossos empregozinhos miseráveis e satisfeitinhos com pastéis de nata encimados por canela. E sentimo-nos felizes.
Agora, com a sua presença, somos quais emplastros em busca do seu olhar atento. À frente das câmaras e dos écrãs na esperança pueril de nos transformamos nos Marcos deste Big Blogger.
Não sei, nem quero saber se o JPP é o JPP. Como diz Habermas, "o que parece é sempre mais importante do que o que é", num upgrade da concepção kantiana do mundo que tanto aprecio. Para bem de todos nós, deixe de nos citar ou então desminta que é o JPP, assumindo ser apenas o JPP.
Cordialmente.

Que a Força esteja convosco.
Obrigado Barbosa (mais conhecido por Paul): de facto era preciso alguém que nos devolvesse ao caminho da protérvia, decadência e podridão que o ND sempre seguiu sem vacilar. É bom não esquecer que não somos propriamente um bando de criadores sofisticados, mas sim uma agremiação de trogloditas, carroceiros e ordinários. E que assim continuemos!
PS1: já se inscreveram no LAVRO?
PS2: há notícias do JPP, “O Ingrato”?


Faltando ainda tanto tempo (mais de dois anos) para as próximas eleições presidenciais, não percebo qual a relevância de uma sondagem como a que apareceu ontem na comunicação social. Não deixa, no entanto, de ser sintomático o facto de se ter de recorrer a dinossauros aposentados como Cavaco Silva ou Mário Soares para se obter os preferidos do povo. Até o Álvaro Cunhal era capaz de ficar à frente do Ferro Rodrigues e do Santana Lopes, se se tivessem lembrado dele. Portugal parece sofrer de um preocupante défice de figuras carismáticas.

quinta-feira, maio 15, 2003

Novas da província. Sei que tenho estado calado mas motivos superiores impediram-me de dar o meu contributo. Antes de mais, saúdo esta nova postura mais pop e comercial do ND, abdicando do ecletismo e da polivalência em favor da promoção junto dos fãs e do JPP. Apesar de preferir o período paleolítico do ND, reconheço que todas as dinâmicas revolucionárias devem adequar-se às necessidades da realidade para conquistar as massas e enganar os incautos.
Quanto ao texto do Rui, subscrevo inteiramente as críticas feitas à RTP, que se podem estender aos canais generalistas portugueses. Se não tivesse TVCabo não sei o que faria com aquele aparelho que está na sala. O que vale é que sempre há o botão off dos televisores.
O cúmulo atingiu mais uma vez esta noite as ondas hertzianas. Neste caso a TVI, que fez aquilo que é uma não-notícia. Uma senhora (neste caso a Fernanda Serrano) veio dizer que as mamas que andam a circular na net não são dela. E tudo com o ar sério de quem está a dizer uma coisa importante, como se tudo isto não fosse mais do que uma feira de vaidades a que, com bastante bonomia, se pode chamar infoteinment. Ou, com algum realismo, uma merda.
Mas depois - para gáudio de todos os directores de informação - são estes casos que marcam a verdadeira agenda dos pastéis de nata e dos croissants com fiambre dos cafés da manhã em todas as cidade de Portugal. Vão ser as mamas ou as não-mamas da Fernanda que irão ocupar as mentes de todos. E com isto todos ignoram alegremente os outros assuntos: ninguém pensa na Nossa Senhora de Fátima (Felgueiras) nem na Cruz (SIlva) que o que o Governo tem que carregar.
O que vale é que este é um país de brandos costumes.
Proximamente irei relatar-vos as experiências de mais uma peregrinação à Nossa Senhora de Fátima (sim, aquela alegada virgem suspeita de ser mãe do profeta que terá nascido em Belém e que é acusado, por muitos, de ser filho de Deus). A PSP e o JN anunciaram que estavam lá 700 mil pessoas. Para isso, calculando a partir da área do recinto, era necessário que estivessem nove peregrinos por metro quadrado. Só se todas as grávidas dos país estavam lá e algumas carregadas de gémeos.

Acho espantoso que haja quem diga que “a RTP está melhor”. Hoje estive de folga e fiquei por casa. A meio da tarde, liguei a tv no canal 1, que transmitia um concurso em que os participantes eram adolescentes e a apresentadora a... Margarida Mercês de Melo. Consultei o jornal e li que o programa em causa era o SMS – Ser Mais Sabedor. Curioso, fui ver a grelha de programação da RTP1 durante todo o dia e reparei que o “serviço público de tv” nos consegue oferecer programas como Portugal no Coração, um “magazine de entretenimento" apresentado por José Carlos Malato, Merche Romero e Maria João Silveira; dois compactos diários da Operação Triunfo; duas telenovelas (Lusitana Paixão e Marisol), três concursos (SMS, Preço Certo em Euros e, em horário nobre, Passo a Palavra); dois programas sobre a 20ª edição da Moda Lisboa; um “magazine de humor” chamado Portugal FM; e o Praça da Alegria, com o Quim Barreiros como convidado. Se a isto juntarmos os blocos de notícias, o que sobra para o resto? Quase nada: uma entrevista política, uma série (24) e um filme (No Limite, de Jonathan Kaplan). Reparem agora no horário a que estavam previstos a série e o filme: 23.50 (fim às 00.50) e 1.45 (fim às 3.55 – da madrugada, atenção). A RTP está melhor? Não brinquem comigo!
Ao ler mais um texto de Vera Roquette no DN, surgiu-me a inspiradora ideia de criar um clube de fans da senhora, que, segundo o Gato Fedorento, é paga ao ponto de exclamação. Proponho, pois, fundar o LAVRO – Liga dos Amigos da Vera Roquette. As inscrições podem ser feitas por mail dirigido aos Donos da Bloga, sendo exigido o pagamento de uma jóia de inscrição (25 euros) e de quotas mensais (2,5 euros). O dinheiro recolhido será destinado a obras de filantropia.
Há livros que se pressentem magníficos ao fim de apenas algumas linhas de leitura. “A Linha de Sombra”, de Joseph Conrad, que o Público lançou na quarta-feira, é um deles. Os três primeiros parágrafos são prodigiosos: “O tempo também continua para diante – até que avistamos, mergulhando mais fundo, uma linha de sombra que nos previne que o país da adolescência terá igualmente que ser deixado para trás”.

quarta-feira, maio 14, 2003

Inaugurando a nossa série lírica "Oriente per Dildo", deixo-vos com o poema «A guiexa»



A gueixa

Minha gueixa, minha gueixa
será que a menina deixa sem queixa
eu pôr a minha fateixa
na madeixa da sua ameixa?
Gostaríamos de agradecer ao blog Replicar por ter feito referência ao facto de termos feito uma referência a esse mesmo blog. Assim sendo, e tratando-se este agradecimento de uma nova referência, esperamos que o Replicar volte a falar do nosso blog para agradecer este agradecimento.

terça-feira, maio 13, 2003

Passada mais de meia-hora da publicação da última mensagem, já fui lá ao Abrupto verificar se havia alguma referência ao nosso site e nada. Gostaria de alertar o senhor JPP, seja ele Pacheco Pereira ou não, para o facto de estar a infringir uma regra de ouro do código deontológico dos blogues, mais concretamente o artigo 8º, que estabelece que (e passo a citar):

«Quando um blog é citado noutro, deve imediatamente retribuir o acto com um link para este, devendo ainda citar um qualquer outro blog à escolha, criando uma cadeia interminável e despropositada de referências mútuas sem qualquer sentido ou proveito».

As leis são para cumprir, amigo JPP!


Será que se aqui mencionarmos o Abrupto, o Pacheco Pereira nos agradece a referência no blog que criou, como tem vindo a fazer com vários outros blogs? Se isso acontecer, é publicidade gratuita num dos blogs mais frequentados. Pode não resultar, mas vale a pena tentar. Então aí vai:
«A chegada do Abrupto, assinada singelamente por JPP, colocou a blogosfera em alvoroço e a pergunta mais insistente, que perdura no ar, é esta: é mesmo José Pacheco Pereira?
Quer seja, quer não, conseguiu despertar as atenções. E pelo facto de suscitar a dúvida já tem mérito, pois se a prosa não fosse de qualidade este alvoroço nunca aconteceria. Assim, caro JPP, mesmo com os acentos invertidos, as vírgulas e pontuação a meio de caminho, gostei da prosa e seja bem-vindo!»
(devo sublinhar que o texto foi colocado entre aspas porque é uma cópia da referência feita ao Abrupto pelo blog Replicar. Esta simples menção valeu ao Replicar um agradecimento de Pacheco Pereira no seu blog, por isso ficamos à espera do mesmo. Caso contrário amuamos!)
Numa das minhas caixas de correio electrónico, farto-me de receber mails do seguinte quilate: Dumb blonde abused - free movie preview ou Enlarge your penis. Não percebo como recebo estas coisas, uma vez que não as solicitei nem sou assinante de nenhuma empresa que forneça esse tipo de serviços. Não percebo também o que poderá levar a empresa que vende o Maxx 3 Length a julgar que os meus 22 cm não me são suficientes...
Fixem este nome: Orchestra Baobab. São uma banda senegalesa, com um excelente cd à venda por aí. E têm um site na net, em http://www.orchestrabaobab.com





Parem tudo: a Maria Elisa tem fibromialgia!
Muita gente irá perguntar: Que c...lho é essa m...da de fibroseilaoquê? (que é como quem diz: que doença é essa?). A RTP, assumindo o seu papel de baluarte do serviço público em Portugal, tratou de organizar uma grande entrevista no jornal do canal 2 para esclarecer que a fibromialgia... é a doença de que sofre a Maria Elisa. A jornalista Fátima Campos Ferreira entrevistou a própria deputada da RTP, que revelou que considera ter um grau médio da doença, ou seja, não é das pacientes mais afectadas, mas também não é das que sofrem menos. Em estúdio, esteve também um médico em representação da associação que foi criada assim que se soube que a Maria Elisa sofria da doença, entidade essa presidida pela própria Maria Elisa. Em directo para todo o país, o clínico aconselhou a Maria Elisa a experimentar a acupunctura, que ao que parece ajuda a aliviar as dores, mas a Maria Elisa não se convenceu e diz confiar mais na medicina ocidental. Sobre a doença em si não se ficou a saber muita coisa. Apenas que dói. Dói muito. Tadinha da Maria Elisa!
É uma vergonha o que o caro amigo acaba de expor. Está-se a tentar extinguir uma verdadeira instituição nacional: a cunha. As pessoas não se apercebem da gravidade da situação. Se acabarem as cunhas, vamos todos passar a coexistir numa situação de igualdade insustentável. Imaginem se as pessoas mais qualificadas, em detrimento das que têm conhecimentos mais influentes, começam a ser colocadas nos cargos de maior responsabilidade dentro das empresas e instituições. As pessoas menos qualificadas passarão a ter perspectivas de carreira muito inferiores às outras, ditas “competentes” e “trabalhadoras”. Isto é, portanto, uma situação de igualdade que cria uma desigualdade tremenda! Está-se a pôr em causa um mecanismo secular, sobre o qual assenta a sociedade portuguesa, e isso não podemos permitir. Vou já ligar ao Presidente, que por acaso foi vizinho de um tio meu...
Recebi hoje uma triste confirmação: não vou a Sevilha à final da Taça Uefa. Tenho amigos que tentaram todo o tipo de cunhas, mas em vão. Que país é este em que já nem com cunhas se conseguem atingir objectivos que pelas vias normais nunca seriam atingidos? E já agora: desde quanto há tantos portistas? Ser-se portista é irracional, não há explicação para a afeição ao clube, mas um dos factores que nos desperta o orgulho e a devoção é o sermos poucos. Sermos apenas uns milhares reforça o sentimento de pertença. Por isso é que não me chateia nada o facto de haver tantos benfiquistas e sportinguistas. Mas as vitórias do Porto nos últimos anos fizeram aumentar os adeptos, com efeitos estúpidos: eu queria ir a Sevilha e não posso, porque já somos demais.

segunda-feira, maio 12, 2003

Em Marketleap Visibility, é possível medir a popularidade dos sites. Se fizerem o exercício, preparem-se para resultados pouco animadores para Os Donos da Bloga. Uma característica dos génios é serem incompreendidos...


Boa tese! Aliás, existe um site com um sistema que mede a popularidade dos nomes nos Estados Unidos, e em que foi possível constatar que:
Matos é o 1816º nome do ranking
Barbosa é o 3732º
Cunha é o 7191º
... enquanto Agostinho e Felner nem sequer vêm entre os 55.000 nomes mais comuns nos EUA.

Para verificar a popularidade de outros nomes, visite The Sweetest Sound
Hoje é o Dia da Cidade cá em Aveiro. Houve a habitual sessão solene, em que foi distinguida uma manada inteira de funcionários da Câmara. Olhando para os nomes dos senhores e das senhoras, reparei no seguinte: há imensos Silvas, Oliveiras e Vieiras, mas nenhum Cunha. Nem nenhum Matos. Nem nenhum Agostinho. Nem nenhum Barbosa. E, obviamente, nenhum Felner. Temos nomes tão distintos, não temos? Sim, porque não é Cunha quem quer!

sexta-feira, maio 09, 2003

Algumas pérolas de José Nicolau de Melo, retiradas de um site cujo nome me escapa. Ficava bem pôr uma foto do homem, mas não tive tempo de a procurar. Se alguém a descobrir, não hesite em enriquecer o nosso blog.

José Nicolau de Melo (RTP)
Mais um "brilhante" comentador desportivo RTP (casa de "excelentes" comentadores desportivos, pelo que se pode constatar)

- Durante o mundial de juniores disputado em Portugal, pode-se ouvir o comentador desportivo da RTP, José Nicolau de Melo, vivamente anunciar que o jogo Costa do BRASIL - MARFIM iria ser transmitido nessa noite (ou tarde).

- No jogo Portugal-Itália a contar para o apuramento do Mundial dos EUA, a determinada altura, o dinâmico comentador José Nicolau de Melo, profere o seguinte reparo técnico : "...Estou em crer que os italianos estão a jogar na vertical de trás para a frente e de frente para trás..."

- durante o jogo OFI Creta - Boavista, da Taça UEFA, José Nicolau de Melo assinala que: "...Neste momento está a chover muitíssimo, e agora chove muitíssimo mais..."

- José' Nicolau de Melo, comentando aficionadamente, o golo de Portugal frente à Ucrânia em 1996, num estado exaltado, saiu-lhe o seguinte: "Que GRANDE GOLO, o público REJUBILA, o público CANTA... Que maravilhoso espectáculo... Podem-me acusar de ser um PATRIOTEIRO barato, mas eu estou-me MARIMBANDO!..."
Hoje é o Dia da Cidade cá em Aveiro. Houve a habitual sessão solene, em que foi distinguida uma manada inteira de funcionários da Câmara. Olhando para os nomes dos senhores e das senhoras, reparei no seguinte: há imensos Silvas, Oliveiras e Vieiras, mas nenhum Cunha. Nem nenhum Matos. Nem nenhum Agostinho. Nem nenhum Barbosa. E, obviamente, nenhum Felner. Temos nomes tão distintos, não temos? Sim, porque não é Cunha quem quer!

quinta-feira, maio 08, 2003



Não me lembro dos nomes dos senhores que fizeram ontem os comentários do Milan-Inter na RTP, mas vomito neles mesmo assim. Duas amebas execráveis, que de dez em dez minutos vinham com a velha conversa: «O futebol italiano é pouco espectacular», «isto é só rigor táctico, em detrimento do espectáculo», e por aí afora... Essas duas bestas deviam ser crucificadas pela sua arrogância. Eu gosto de futebol italiano. Acho que o calcio é o melhor futebol do mundo. Admito que a maioria prefira o espanhol porque tem mais golos, mas não ando para aqui a dizer «vejam que merda que é o futebol em Espanha, só golos, oh caralho!»... Reparem que o que critico não é a opinião dos senhores, mas o facto de a apregoarem a cada lance disputado. Haja pachorra!
O futebol italiano é rigor táctico sim... mas isso, para mim, é espectacular. Adoro ver uma equipa a defender como as italianas geralmente o fazem. E no jogo de ontem, estavam alguns dos melhores defesas do mundo: Nesta, Cannavaro, Zanetti, Maldini... Achei o derby milanês muito bom, apesar do resultado (0-0), e de estarem dois fígados cirrosos a tentar estragá-lo com o seu fel.
Descobri que o Rodre é membro do Clã Colymar, seja lá o que isso for. Aparece no número 17 e diz lá que é um “guerreiro”. Não me perguntem como isso aconteceu: Clã Colymar.
Aí está a prova de que um homem nasceu para reinar. O seu nome é Rodre e é o ser mais maravilhoso que já abençoou este planeta com as suas pegadas. Rodre faz. Rodre acontece. Rodre mata o pau e mostra a cobra. No princípio era o verbo, como um dia alguém escreveu, mas poucos sabem que verbo era esse. Pois bem, esse verbo era “lindo” e aplicava-se ao nosso herói. O Rodre está aí pra fazê gols, se Deus quizé.

quarta-feira, maio 07, 2003

O site Onde Está o Rodre? passou a contar com um serviço noticioso, o Rodre Notícias, em que colaboram alguns ilustres jornalistas satíricos internacionais, através de uma parceria com a INTERNET SATIRICAL NEWSPAPER ASSOCIATION. Essa associação passou a incluir o site do Rodre na sua lista de colaboradores, na categoria “Harder to classify essentials...”, com o comentário “Find Rodre throughout the world and history, in English or Portuguese”.

A nossa última manchete foi “Descoberto gene francês”. Saiba como cientistas americanos isolaram o gene causador da “francesite congénita”, mal que afecta mais de 80 milhões de pessoas: www.rodre.org


terça-feira, maio 06, 2003

Em boa hora o Rui encontrou este blog do felino mal-cheiroso. A prosa sobre a prosa de Vera Roquette (um ósculo grande para ti, Vera) está muito bem conseguida. Mas o que há de mais admirável nesta autora é o rigor científico com que fundamenta as suas teses. Como aquela que estabelece que "Portugal está abaixo de gato", aliás facilmente comprovável pela imagem abaixo:



Merece um Pulitzer, digo eu...
Leiam este hilariante texto retirado do blog O Gato Fedorento

QUAIS PYTHON, QUAL QUÊ: Muitos leitores (mais precisamente, dois) nos têm perguntado quais são as nossas principais referências humorísticas. A minha, aponto-a sem hesitações: é Vera Roquette. As crónicas que escreve quinzenalmente para o Diário de Notícias são do melhor que já li em 29 anos de vida. Em Vera Roquette, um analfabetismo de grande envergadura junta-se a uma fulgurante estupidez para produzir os textos mais incompreensíveis da imprensa portuguesa. A primeira nota a destacar é esta: o DN paga a Vera Roquette ao ponto de exclamação. Não pode haver outra razão para alguém ser tão abundantemente exclamativo num quarto de página. Neste particular, destaco as crónicas “Isto é que vai uma crise!” (30 exclamações), “O que diz Portas” (45 exclamações) e “Ai Jesus! Sr. Doutor!” (56 exclamações). Nesta última, Vera Roquette encena um diálogo entre um paciente e o seu médico, construindo uma parábola sobre um problema muito grave da sociedade portuguesa que incomoda bastante a autora, mas que não se chega a perceber qual é. Minto: há um passo do texto em que Vera Roquette faz uma denúncia importante. Queixa-se o doente: “Ai Jesus! Sr. Doutor! Doem-me as articulações de enferrujada canalhice...” Isto, concedo, é bem observado. Apesar de não haver casos de pneumonia atípica em Portugal, já anda por aí tudo em pânico com a doença. Mas este homem tem canalhice enferrujada nas articulações e o Ministério da Saúde assobia para o lado.
Outra crónica clássica de Vera Roquette é “Ao voto! Irra!” (49 exclamações). Conta a história de um casal de idosos que se vê forçado a sair da aldeia onde vive para fugir aos caciques locais, gananciosos caçadores de votos. A dada altura, acontece isto: “Porém, enquanto o diabo esfrega um olho, atravessasse-lhes (sic) pela frente o cunhado, a querer "candidatar-se" e a dar-lhes cabo da vida!” Nem comento, para não estragar.
Por último, a minha crónica preferida. O título é “Abaixo de gato!” (35 exclamações). O fascinante relato de meia dúzia de viagens de avião que Vera Roquette fez entre Faro e Lisboa. Começa assim: “Ora... Toma lá!...Toma! Toma! Cá vão mais umas traulitadas no ceguinho. - Dever, oblige! O país rosna "pulguento". Abaixo de cão. Pior... muito pior. Mia e "remia": "reminhau nhau nhau". Abaixo de gato. Ou seja... já nem de gatas!... Arrasta-se, de casa às costas, de tartaruga.” Brilhante no uso das aspas e das onomatopeias, Vera é clara no diagnóstico: este país está abaixo de gato. Porquê? Em primeiro lugar, porque há muita gente nos aeroportos: “Ouço dling-dlongs, exasperantes. Três horas depois, o toque celestial! O aeroporto está pelas costuras. Abarrotar. (Thanks God!)” Este “Thanks God” é precioso. Vejo-o como um gesto de grande patriotismo de Vera Roquette. Como quem diz: “Atenção: não é só a nossa língua que eu maltrato. Também dou calinadas em estrangeiro.”
Em segundo lugar, o país está abaixo de gato por causa das medidas de segurança: “(...) nas bagagens à minha frente, um grandalhão apitava por todos os lados. Mandaram-no tirar o blusão, a camisola, o telemóvel, os sapatos, oscularam-no (sic) de alto a baixo, e nada! Não parava de apitar... E lá se foi!” Aqui, compreendo a indignação de Vera Roquette: tenho viajado bastante de avião, já fiz disparar uma quantidade razoável de detectores de metais, e nem uma única vez fui osculado de alto a baixo no aeroporto. É o que dá ir sempre em turística.
Por último, o país está abaixo de gato por causa das obras na rodovia: “Deixei o aeroporto e, esfegunteada (sic) meti-me à estrada. Continua, há um ano, a ser alargada para quatro faixas! Está de pantanas. Empoeirada. Engarrafada. A fervilhar Farenheits e magotes.”
Pode haver quem ache exagerada a reacção de Vera Roquette. Mas estrada que fervilha Farenheits e magotes é estrada que não serve. Ou alguém faz alguma coisa depressa ou este país esfegunteia-se. E não vai ser bonito. RAP

sábado, maio 03, 2003

É impressão minha ou compraste uma bata nova? É de serapilheira, não é?