quarta-feira, agosto 02, 2006

Alta Arte
O Tigre e a Neve



Que bons são os filmes de Roberto Benigni! Em O Tigre e a Neve, além das cenas cómicas hilariantes, há a destacar a beleza de uma história de amor vivida por um protagonista apaixonante pela sua loucura... e também a poesia que invade os diálogos, o discurso, a planificação de algumas cenas. Ah, e o Tom Waits aparece a botar música. "Todas as artes estão ligadas à poesia", disse o realizador numa entrevista recente a algumas publicações estrangeiras.

À imagem de A Vida é Bela, este é um filme para rir e para chorar. Benigni explica: "A tragédia e a farsa, o riso e o pranto, constituem a essência das coisas. Creio que é normal para um humorista extrair o humor do drama. É o que fizeram Chaplin, Cervantes ou Kafka, e é a minha intenção. Fazer humor com o facto de que alguém escorregue numa casca de banana ou diga alguma parvoíce já não me parece interessante".

Sobre a sua actuação, como sempre, os críticos chatos dirão que Benigni faz de si próprio. E depois? Woody Allen também faz de si próprio e vocês fazem-lhe broches. O Tigre e a Neve é um óptimo filme, dos melhores de Benigni. Ao nível de A Vida é Bela. O melhor continua a ser O Monstro.

Aproveitamos que estamos a falar de cinema para estrear aqui uma nova rubrica, intitulada "Qual é o Filme?", uma espécie de passatempo em que o núcleo-espectador é convidado a adivinhar, a partir da descrição de uma cena, qual o filme a que se refere. A resposta aparece nos comentários.


Qual é o Filme?



Vê-se uma pessoa a ler um jornal na secção de Classificados. Um zoom apanha um anúncio que diz: "Vendem-se clones do transsexual Gisberta". Qual é o filme? ... Resposta: (ver comentários)