sexta-feira, outubro 13, 2006

Perdidos no Sótão
David Lynch: O cineasta do delírio



"Vivemos num mundo estranho", e David Lynch já nos havia alertado no epílogo de Veludo Azul (1986). Aquela frase, quase um mantra, resulta ser a explicação perfeita do móbil que anima as suas histórias. Já há mais de 20 anos que este cineasta abriu no cinema norte-americano uma janela com vista para um mundo incómodo, mórbido, suspenso entre a realidade e o sonho, que deu à palavra fantasia um significado desconhecido por Steven Spielberg. Eraserhead (1979), estreia convertida de imediato em filme de culto, articulava dois pesadelos gémeos de Lynch: a degradação urbana e a ansiedade da paternidade. (...)

(...) "É melhor não conhecer o que significam os filmes. A psicologia destrói o mistério. O fantástico é descer a áreas onde as coisas são abstractas", afirma o director. (...)

- ByN Dominical (revista do diário ABC, Madrid), 10 Março 2002

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