Aleixo não morreu
Um algarvio de Vila Real de Santo António, de nome António Aleixo, ficou célebre quando, no início século XX, apresentou ao mundo a sua poesia semi-analfabeta. Cauteleiro e guardador de rebanhos, cantor popular de feira em feira, pelas redondezas de Loulé, Aleixo destacou-se graças a poemas de tom moralista, mas divertidos e cheios de um sarcasmo e ironia.
Aleixo renasce agora no novo poeta-cauteleiro da Internet. Um indivíduo que responde pelo nome de António Matos, e de quem ainda pouco se sabe, para além do facto de se dedicar a inserir comentários em verso nas páginas online do "Correio da Manhã".
Aqui fica uma obra sua, surgida a respeito de um artigo sobre a sexualidade dos animais:
I-
Um dia no Ultramar
Vi uma macaca gay
Noutra s'estava a roçar
Quando por ela passei.
Também já vi um robalo
De barbatana dourada
Estava um cherne a apalpá-lo
De forma bem descarada.
Lembro-me dum pinguim
Com o fraque de rigor
Agarrado a um delfim
Fazendo juras d'amor.
No que toca a borboletas
Nem vale a pena falar
A todos mostram as tetas
Só estão bem a copular.
Todos sabem dum pastor
Que ao tosquiar as ovelhas
Com elas fazia amor
Fossem novas fossem velhas.
Até gostam as formigas
E andam sempre a correr
GOZEM AMIGOS, AMIGAS
Com quem vos apetecer.
Mas o mais descomunal
E por favor não sorria
Ocorreu em Portugal
É o caso Casa Pia.
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