domingo, março 20, 2005

António Matos (II)



O António Aleixo da Internet continua a dar em força com a sua rima mordaz. Pontuais erros de português não retiram o brilhantismo deste poeta do comentário 'online'. Este saiu a propósito de um artigo sobre infidelidade:

A quem António se chama
Podem chamar-lhe José
Mas se isso fôr na cama
O normal é ter banzé.

De certeza havia festa
Isso não ia aturar
Não pelos cornos na testa
Mas por meu nome mudar.

Nessas coisas sou antigo
E até me sinto bem
Pois quem faz amor comigo
Não fará com mais ninguém.

Sei que estou ultrapassado
Mas não serei o primeiro
Que não quer ser enganado
Mesmo que fosse solteiro.

Isso dos automatismos
É mais próprio dos portões
Não passa de modernismos
De carregar em botões.

Quem o lar quizer manter
E poupar separações
Em casa deverá ter
Nove ou dez televisões.

A mulher vê a novela
Se quizer os Batanetes
Eu dou banho à cadela
Para evitar raspanetes.

A seguir vamos prá cama
Cansei-me d'estar em pé
Quero ver s'ela me chama
Em vez d'António, José.

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