Gil e o celular
Acabado de chegar de viagem, fui directo para o Hotel D. Pedro (Lisboa), onde Gilberto Gil, o agora ministro da Cultura brasileiro, iria dar uma conferência de imprensa a propósito do Rock in Rio. O protocolo decorria normalmente, quando tocou o telemóvel do cantor, que embaraçado recusa a chamada, apertando num botão que cala o aparelho.
Ninguém pareceu se incomodar e a conferência retomou o seu rumo normalmente, mas eis que escassos momentos depois "TILILILILILI...". O celular do politicantor não o deixava em paz. Desta vez, a risota foi geral com o ar atrapalhado do ministro que desafia a moda ministerial, confrontando o fato e gravata com o seu penteado rasta abaianado.
Para gáudio geral, o telefone voltou a tocar. O burburinho bem disposto dos jornalistas - muitos deles brasileiros - culminou com um pedido em coro:
- Atende aí!
- Será que é o Lula? - especulava um em voz alta, ajudando o ministro a decidir tomar uma atitude:
- Só vendo... - disse enquanto tocou noutro botão, desta vez para atender a chamada - Alô! Olha, agora não vou poder falar com você. Estou aqui no meio de uma conferência de imprensa. Me liga mais tarde...
Os olhares curiosos dos jornalistas pediam uma explicação, que não tardou em vir, sempre com o jeito simpático do músico, assim que desligou o telemóvel:
- Não era o Lula, não. Era um secretário do meu ministério...
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