Peixão
Dos filmes actualmente em cartaz, aí está um que realmente vale a pena ver: "O Grande Peixe" (Big Fish), de Tim Burton. Há filmes que mostram novos caminhos possíveis para o cinema, mas cuja única virtude é serem diferentes. Não é o caso deste.
A estética é muito própria, algo estranha - bem ao jeito de Burton (vejam-se filmes como Eduardo Mãos de Tesoura e outros), com aqueles efeitos especiais que tornam possíveis nos filmes um onirismo mais ou menos metafórico, mais vulgar em desenhos animados ou livros de banda desenhada, um pouco à imagem do que faz o francês Jean-Pierre Jeunet, em "Delicatessen" ou "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain".
Tal como Jeunet, Burton constrói algumas personagens de carácter exagerado, caricaturizado, com as quais o espectador facilmente se identifica. Depois, é fácil (ou parece): uma estória bonita e bem construída e que nos deixa a pensar, no final. Há dias, conversava com o Ernesto acerca do que faz um bom filme e concordámos que a capacidade de nos fazer sonhar talvez seja a maior virtude do cinema. Não será a única, mas é sem dúvida das mais importantes. E este filme tem-na de sobra.
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