sexta-feira, julho 09, 2004

Euro post-mortem 3 * o espírito de Péricles



Também gostei muito da Grécia. Ganharam:
#ao país organizador (duas vezes)
#ao campeão em título
#à melhor equipa (no prolongamento, e golo de prata é uma coisa gay que ainda bem que vai acabar, mas ganharam, pronto)

Nunca ninguém tinha feito coisa igual. Pode haver dúvidas de que mereciam ser campeões? Anda agora tudo a queixar-se de que eles não jogam nada, que aquilo é futebol parasita, que é mau para o espectáculo e etc.

Isso é paleio de chacha de teóricos da bola tipo Valdano (o Valdano é um antigo avançado argentino que vivia dos passes do Maradona, há dez anos que refila que o futebol está a ficar chato porque os "artistas" não têm liberdade de acção, é director técnico do Real Madrid, inventou os galácticos, está tudo dito).

A Grécia a jogar lembrava-me o FCP deste ano. Com a diferença que o FCP tinha quatro jogadores soberbos, e os gregos não tinham nenhum. O que dá ainda mais valor à vitória deles.

Eram unidos, ultradisciplinados, concentradíssimos. Jogavam muito. E nem precisavam de dar muita cacetada ou de fazer anti-jogo.

Quem me dera ter tido uma assistência de Hermes (deus do jogo) e metido uma aposta nos gregos. Já agora, por falar em FCP, tomem lá do Mourinho:

"Quando vejo pessoas a criticar o estilo de jogo dos gregos e a dizer que não é normal que uma equipa como a Grécia se torne campeã europeia, eu digo exactamente o contrário. Sem estrelas, sem jogadores vindos da Lua, só bons futebolistas, boa organização táctica, jogar para o resultado e para a alegria dos adeptos gregos".

Hellas! Hellas! Hellas!

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