sábado, outubro 02, 2004

Afasta de mim esse calo



Há uns meses, apareceu-me uma bolha no calcanhar direito. Não liguei, até que me começou a doer, ao andar. Furá-la não adiantou. Tentar espremê-la e arrancar com a unha também não. Até que um entendido me disse: "Isso é um calo!" Senti-me inusitadamente velho. Até então, só tinha tido calos nas mãos, dos matraquilhos. Mas nos pés, parecia mais coisa de avô - lembro-me de ouvir o meu a queixar-se dos malditos. O pior é a dorzinha chata, ao pisar. O meu calcanhar de Madjer transformou-se, de repente, em calcanhar de Aquiles.

Aconselharam-me uma coisa chamada Duofilm, só que na farmácia não havia. "Mas leve este aqui, que é a mesma coisa com outro nome", disse o farmacêutico, entregando-me um frasquinho com a suspeita designação de "Calicida Indiano". Iniciei o tratamento na semana passada. Neste momento, o danado do calo tem o quádruplo do tamanho e ainda dói, só que agora apresenta uma estranha coloração verde. Quero acreditar que isso é uma boa coisa, embora não deixe de ter a sensação de andar a carregar um calo que não pertence a mim, mas sim ao Incrível Hulk. Agora, há um dilema que me aflige: não sei se o arranque já, ou se o deixe amadurecer e cair sozinho do pé. Alguém sabe quanto falta para a época dos calos?

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