quinta-feira, outubro 28, 2004

Táxi drástico
Filosofia de praça



Taxista de Algés, cinquentão, durante o trajecto Lisboa - Mercês:

"... Já há muitos anos que ando a correr estas ruas, amigo, mas eu antes nem era taxista. Cheguei a ser gerente da discoteca Crazy Nights, isto nos anos 80. Mas eu vou-lhe dizer uma coisa: não compensa. Só dá chatices e o dinheiro que dá não é nada. A malta da noite é bera, bera! Desculpe a expressão: é só putas e paneleiros. Olhe, o Carlos Castro, quando se assumiu, ia lá muito. Não tinha nada. Ganhava uns trocos a aparecer de vez em quando na revista "Nova Gente" ou na televisão, por ser maricas. O Filipe la Féria, outro paneleiro do pior, bera como tudo. O Herman José, paneleiro, esse sim, sempre teve dinheiro. A Maya, quem era a Maya? A astróloga, sim. Ela antes, quem é que a conhecia? Não era ninguém. Era uma debochada que pra lá andava, a cravar copos a uns e outros, comia uma sandes de frango e era o jantar dela. A Teresa Guilherme, essa puta, chegou a estar-me a dever 300 contos... Isto é assim, amigo. Essa gente é toda muito conhecida, mas não valem nada..."

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