segunda-feira, outubro 04, 2004

O Ernesto está Che-Che



Ernesto, estás a ficar pior que o Carcaça. Nem falo das tendências totalitárias - ai dos desgraçados que caiam nem meio ponto para o lado Leste do eixo, que vem o Ernesto de porrete corrigir o infame!

Não, o mal é que pelo título do post se percebe que o teu testezito da bússola te atira para a beira do Che Guevara - e tu gostas.

Hélas, o Che não era o herói romântico que os historiadores revisionistas gostam de fazer dele. Os bloquistas e os antiglobalizações e outros patetas canonizaram o homem, mas o ídolo tem pés de barro.

O Che era um assassino, um tirano e um demagogo responsável pela morte e pela miséria de muita gente. A desculpa que normalmente lhe fazem - que ele lutou contra as ditaduras latino-americanas, que eram do piorio - não chega.

Sim, ele tinha muita prosápia sobre libertar os fracos e os oprimidos, e sim, os tiranos da América do Sul eram merdosos; mas ele não era melhor.

Esta revista (aliás, insuspeitamente de esquerda) tem uma óptima história sobre o Che.

Mas é claro, a grande contribuição do Che Guevara para a história do mundo foi que a cara dele fica bem numa t-shirt. E assim temos milhões de putos ocidentais mimados com a tromba do Che ao peito, porque se sentem muito oprimidos pela sociedade de consumo e pelos paizinhos e pelo raio que os parta.

Exemplo típico desta juventude rebelde de Che ao peito são os Rage Against the Machine: tinham um gajo fantástico na guitarra e um palerma guedelhudo gago a fingir que era rapper, e apoiavam o Sendero Luminoso, convencidos que estavam a defender uns grandes heróis revolucionários.

Claro, o Sendero Luminoso era um grupo criminoso e sinistro que cometia crimes contra a humanidade.

Oh Ernesto, tens mesmo a certeza de que queres estar no mesmo sítio que esta gente?

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