Alta Arte
21 gramas
"Dizem que todos perdemos 21 gramas no exacto momento da nossa morte... todos.
O peso de um punhado de moedas.
O peso de uma barra de chocolate.
O peso de um colibri..."
A história é boa. A forma como é contada é ainda melhor. Uma câmara solta vai distribuindo, a um ritmo louco, os golpes de uma narrativa entrecortada, mas que nunca nos deixa perdidos. A história dá saltos para a frente e para trás e o espectador sabe sempre onde está. Isto não é fácil de conseguir e talvez seja o grande mérito de "21 Gramas".
(Um pequeno à-parte, só para cumprimentar os senhores que traduziram o nome do filme que, podem acreditar, no original é "21 Grams". Tão a ver que não dói nada? E não fica muito melhor do que lhe chamar "Ligações Arriscadas" ou "Aventura do Perigo", como vos terá passado pela cabeça?)
É daquelas histórias que nos deixam suspensos até ao final. Só aí são revelados os elos que faltavam para a trama ficar completa, incluindo pequenos pormenores aparentemente irrelevantes, mas cheios de beleza (veja-se a cena da piscina).
Muito bem filmado – o realizador Alejandro González Iñárritu (o mesmo de "Amores Perros") continua a dar cartas – e com um punhado de bons actores - destaco Naomi Watts, a loirinha do "Mulholland Drive", de David Lynch.
Como vem sendo hábito, os melhores filmes costumam ser maltratados pela crítica. Entre os bois do "Público", por exemplo, o máximo que esta obra-prima conseguiu foi duas estrelinhas. A balança do Núcleo pesou e deu bem mais do que 21 gramas.
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