quarta-feira, agosto 04, 2004

Não comi e não gostei



O novo carocha

Estava o Carcaça a falar mal dos BMW, e eu lembrei-me de um outro carro alemão que merece censura: o novo VW carocha. Na Europa, não foi grande sucesso. Na América, pegou.

Mas qual é o mal do carro? Nenhum, mas irrita-me ver a bastardização do carocha. O original era, como diz no nome, o carro do povo. Um carro simples, honesto, resistente.

Era feio, mas não tinha pretensões. Era pequeno, e com orgulho. Não tinha luxos, mas também não era preciso. Uma parte significativa da população ocidental foi concebida nos bancos de trás desses VW. Era o Rolls Royce de uma bela geração de carros utilitários que nos deu outros respeitáveis ícones como os Citroen 2CV e Dyane, o Mini Cooper (e não me falem nos novos Minis - urgh), o Fiat 600 ou a Renault 4.

É o carro do jovem privilegiado por excelência. Nunca vi ninguém a guiar um novo carocha que tivesse mais de 30 anos. Quem tem o novo carocha é um gajo (ou gaja) que o comprou porque acha que ele é giro, que é bonito, que é muito design.

Na maior parte dos casos, quem o comprou na verdade foram os pais dos condutores. Os filhos vão ao volante para comícios anti-globalização. O VW carocha versão anos 90 é um carro de yuppies, e de yuppies geração rasca.

Nunca pus as unhas num dos novos carochas, mas também não quero. Dêem-me antes um BMW topo de gama. Não guiei e não gostei.

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