A sabedoria de Steven Wright
"I got up one morning and couldn't find my socks, so I called Information. She said, "Hello, Information." I said, "I can't find my socks." She said, "They're behind the couch." And they were!"
Steven Wright
domingo, agosto 31, 2003
sábado, agosto 30, 2003
quinta-feira, agosto 28, 2003
A vida aos quadradinhos
O primeiro livro que eu li na vida foi um Pato Donald Especial, com uma história do Carl Barks sobre um castelo assombrado na Escócia. Foi na altura em que aprendi a ler, tinha uns quatro ou cinco anos, e na década seguinte não houve nada que me ocupasse mais tempo que as revistas de quadradinhos.
A minha parca semanada ia inteirinha para a editora Abril e para o dono da tabacaria da esquina (que, por ser o único lagarto na minha rua para além do meu pai, era conhecido na família como o Sportingueiro. Um grande bem-haja ao Sportingueiro, em cujo estabelecimento eu gastei muita massa mas também passei horas a fio à ler revistas à borla quando não tinha dinheiro e onde cheguei a, em momentos de fraqueza, furtar um Zé Carioca e um Homem-Aranha).
Durante muitos anos, consumia tudo o que fosse Disney (preferência para o Patinhas, o Donald e o Peninha), Asterix e Lucky Luke. Depois, na pré-adolescência, descobri o mundo Marvel e a minha vida passou a ser regrada pelos dias em que chegavam os novos Hulks, Homens-Aranha, Superaventuras Marvel ou Capitães América.
Então chegou a adolescência (um bocado tarde, mas chegou), e perdi o interesse. Os quadradinhos foram, física e espiritualmente, para a mesma arrecadação onde estão guardados os legos, os carrinhos da Matchbox ou os jogos de Futebol de Mesa (aqueles que tinham um gajo com a cara do Malcolm Allison na caixa, eu não tinha Subbuteo).
Passados mais dez anos, redescobri os quadradinhos (ou “comics” ou, na versão Lauro Dérmio, “livros cómicos”). Quando eu era puto, consumia tudo o que me chegasse à mão, mesmo que fosse a maior merda. E grande parte das coisas que eu lia (e relia até saber os diálogos todos de cor) eram de facto uma grande merda, embora me tenham passado pelas mãos obras-primas como as graphic novels do Frank Miller ou os “Watchmen” do Alan Moore.
Mas só agora é que tenho dinheiro para comprar comics a sério. E há coisas maravilhosas. Mesmo quem não goste de banda desenhada vai gostar dos livros do “Sandman”, do Neil Gaiman. Quase tudo o que Alan Moore escreve é óptimo, sobretudo o “From Hell” e a “League of Extraordinary Gentlemen” (ambos deram filmes, e os filmes são uma merda comparados com os livros, que não respeitam minimamente).
As histórias clássicas dos heróis Marvel, tal como foram escritas pelo Stan Lee, são milagres de imaginação e concisão. Toda a obra do Brian Bendis é divertida e original. O Sérgio Aragonés é um génio. Mesmo coisas mais série B como o Preacher ou os livros da Crossgen são melhores que 99 por cento do que aparece na televisão.
Pais de todo o mundo: não caiam na armadilha dos livros dos Cinco ou do Uma Aventura. O Harry Potter não faz mal a ninguém, mas se querem pôr os vossos putos a fazer alguma coisa para além da Playstation, dêem-lhes livros cómicos.
P.S: reparem, um post sem rubrica! Ainda pensei em começar uma rubrica nova com um nome espertalhão dedicada aos quadradinhos, mas acabei por decidir que o que é demais é demais.
O primeiro livro que eu li na vida foi um Pato Donald Especial, com uma história do Carl Barks sobre um castelo assombrado na Escócia. Foi na altura em que aprendi a ler, tinha uns quatro ou cinco anos, e na década seguinte não houve nada que me ocupasse mais tempo que as revistas de quadradinhos.
A minha parca semanada ia inteirinha para a editora Abril e para o dono da tabacaria da esquina (que, por ser o único lagarto na minha rua para além do meu pai, era conhecido na família como o Sportingueiro. Um grande bem-haja ao Sportingueiro, em cujo estabelecimento eu gastei muita massa mas também passei horas a fio à ler revistas à borla quando não tinha dinheiro e onde cheguei a, em momentos de fraqueza, furtar um Zé Carioca e um Homem-Aranha).
Durante muitos anos, consumia tudo o que fosse Disney (preferência para o Patinhas, o Donald e o Peninha), Asterix e Lucky Luke. Depois, na pré-adolescência, descobri o mundo Marvel e a minha vida passou a ser regrada pelos dias em que chegavam os novos Hulks, Homens-Aranha, Superaventuras Marvel ou Capitães América.
Então chegou a adolescência (um bocado tarde, mas chegou), e perdi o interesse. Os quadradinhos foram, física e espiritualmente, para a mesma arrecadação onde estão guardados os legos, os carrinhos da Matchbox ou os jogos de Futebol de Mesa (aqueles que tinham um gajo com a cara do Malcolm Allison na caixa, eu não tinha Subbuteo).
Passados mais dez anos, redescobri os quadradinhos (ou “comics” ou, na versão Lauro Dérmio, “livros cómicos”). Quando eu era puto, consumia tudo o que me chegasse à mão, mesmo que fosse a maior merda. E grande parte das coisas que eu lia (e relia até saber os diálogos todos de cor) eram de facto uma grande merda, embora me tenham passado pelas mãos obras-primas como as graphic novels do Frank Miller ou os “Watchmen” do Alan Moore.
Mas só agora é que tenho dinheiro para comprar comics a sério. E há coisas maravilhosas. Mesmo quem não goste de banda desenhada vai gostar dos livros do “Sandman”, do Neil Gaiman. Quase tudo o que Alan Moore escreve é óptimo, sobretudo o “From Hell” e a “League of Extraordinary Gentlemen” (ambos deram filmes, e os filmes são uma merda comparados com os livros, que não respeitam minimamente).
As histórias clássicas dos heróis Marvel, tal como foram escritas pelo Stan Lee, são milagres de imaginação e concisão. Toda a obra do Brian Bendis é divertida e original. O Sérgio Aragonés é um génio. Mesmo coisas mais série B como o Preacher ou os livros da Crossgen são melhores que 99 por cento do que aparece na televisão.
Pais de todo o mundo: não caiam na armadilha dos livros dos Cinco ou do Uma Aventura. O Harry Potter não faz mal a ninguém, mas se querem pôr os vossos putos a fazer alguma coisa para além da Playstation, dêem-lhes livros cómicos.
P.S: reparem, um post sem rubrica! Ainda pensei em começar uma rubrica nova com um nome espertalhão dedicada aos quadradinhos, mas acabei por decidir que o que é demais é demais.
O livro que ninguém irá escrever
Alguém disse que "cada velho que morre é uma biblioteca que arde". Passe o exagero da expressão, a verdade é que há por aí muitos que mereciam que lhes fosse dedicado pelo menos um livro. É o caso da Dª Maria José Pratas, 84 anos, alentejana de Santana da Serra, concelho de Ourique, que tive o privilégio de conhecer num destes fins-de-semana de Verão em que aproveito o chamamento da praia para ir a Portimão matar saudades do lugar onde vivi os meus tempos de liceu.
Sentado a uma mesa da esplanada do Café Brasil, na companhia das minhas amigas F. e E., vi interrompida a nossa conversa por um vulto subtil, num vestido azul-escuro às florinhas, que veio preencher o vazio da quarta cadeira. Singular a maneira como pediu licença para se juntar ao grupo:
"Se os meninos não comem tudo
Levam tareia dos pais
Eu apanhava dos meus
Porque queria comer mais"
Os sorrisos nas nossas caras encerravam um subliminar "quem é esta maluca?" mas acabaram por servir como um "faça o favor de se sentar" e a velhota, depois de poisar, continuou, com o seu carregado sotaque da província dos chaparros:
"Os meninos aprendem tudo
Até a falar estrangeiro
Eu não pude estudar
Meus pais não tinham dinheiro"
Já de todo esquecida a conversa que havia instantes ali tinha lugar, as atenções se voltavam todas para a recém-chegada, para a brancura dos seus cabelos curtos, para os pequenos olhinhos pretos escondidos no fundo das lentes mais grossas que a tecnologia humana podia produzir, para o enorme sinal que mais parecia uma barata estacionada na sua bochecha esquerda, mas sobretudo para a rima simples e autêntica com que nos continuava a brindar:
"O meu pai e a minha mãe
Eram dois batalhadores
Não almoçavam nem jantavam
A trabalhar para os senhores"
Fui-me apercebendo de que aqueles versinhos, da autoria da própria actriz que os recitava, contavam a história sofrida de uma mulher do interior, testemunha de uma geração marcada pela pobreza. Mas reflexões sociológicas desse tipo ficavam congeladas pelo sorriso tão amistoso como desprovido de dentes daquela figura capaz de cativar um Rodion Raskolnikov, personagem do romance "Crime e Castigo", de Fiódor Dostoiévski, que gostava de matar velhas. E o recital prosseguia:
"Eu e os meus irmãos
Éramos sete como eu queria
Hoje só restamos duas
A Alice e a Maria"
... e disse mais três ou quatro quadrinhas do género, que tenho pena de não ter decorado - as que consegui foi à força de a Dª Maria José repetir várias vezes o mesmo. Aliás, a pobre velhota sofria desse mal que a idade impõe à memória a curto prazo e faz muitos avozinhos dizerem repetidas vezes a mesma coisa, mas de cada vez como se fosse a primeira. "O menino é cá de Portimão?" foi uma pergunta que me papagaiou algumas dez vezes, sem nunca ter retido a resposta. Isto já na fase em que nos mostrou que também sabia falar em prosa:
"Eu criei uma menina que é hoje advogada. Não quer que eu lhe chame doutora. 'Pra si sou Rutinha como era dantes', diz-me ela a mim. A gente que estuda não é vaidosa", sentenciou, lançando uma luz optimista pela juventude de hoje. As coisas são certamente diferentes do que eram naquela época em que a Dª Maria José namoriscava, mas nem tudo mudou para melhor: "hoje as mulheres vestem calças e fumam. Que coisa feia! Eu não gosto de ver", confessou. E falar em fumar trouxe-lhe uma vez mais à memória a sua infância na miséria: "Apanhava pontas de cigarro do chão para o meu pai fumar. A minha mãe chateava-se. Dizia que era perigoso por causa da tuberculose. Era esquisita ela. Mas o meu pai respondia: 'ó mulher, eu ponho tudo no cachimbo, vai filtrado'".
Ao fim de algum tempo recapitulando estas histórias, dizendo e repetindo estas mesmas frases, a nossa matusalénica amiga chegou à conclusão de que era chegada a hora das despedidas:
"Agora vou andando
Não me posso demorar
Tenho o marido à espera
Capaz dele se chatear"
... e lá se foi a Dª Maria José Pratas, um livro ambulante, que não cheguei a saber se era em verso ou em prosa, mas que infelizmente nunca será escrito.
Alguém disse que "cada velho que morre é uma biblioteca que arde". Passe o exagero da expressão, a verdade é que há por aí muitos que mereciam que lhes fosse dedicado pelo menos um livro. É o caso da Dª Maria José Pratas, 84 anos, alentejana de Santana da Serra, concelho de Ourique, que tive o privilégio de conhecer num destes fins-de-semana de Verão em que aproveito o chamamento da praia para ir a Portimão matar saudades do lugar onde vivi os meus tempos de liceu.
Sentado a uma mesa da esplanada do Café Brasil, na companhia das minhas amigas F. e E., vi interrompida a nossa conversa por um vulto subtil, num vestido azul-escuro às florinhas, que veio preencher o vazio da quarta cadeira. Singular a maneira como pediu licença para se juntar ao grupo:
"Se os meninos não comem tudo
Levam tareia dos pais
Eu apanhava dos meus
Porque queria comer mais"
Os sorrisos nas nossas caras encerravam um subliminar "quem é esta maluca?" mas acabaram por servir como um "faça o favor de se sentar" e a velhota, depois de poisar, continuou, com o seu carregado sotaque da província dos chaparros:
"Os meninos aprendem tudo
Até a falar estrangeiro
Eu não pude estudar
Meus pais não tinham dinheiro"
Já de todo esquecida a conversa que havia instantes ali tinha lugar, as atenções se voltavam todas para a recém-chegada, para a brancura dos seus cabelos curtos, para os pequenos olhinhos pretos escondidos no fundo das lentes mais grossas que a tecnologia humana podia produzir, para o enorme sinal que mais parecia uma barata estacionada na sua bochecha esquerda, mas sobretudo para a rima simples e autêntica com que nos continuava a brindar:
"O meu pai e a minha mãe
Eram dois batalhadores
Não almoçavam nem jantavam
A trabalhar para os senhores"
Fui-me apercebendo de que aqueles versinhos, da autoria da própria actriz que os recitava, contavam a história sofrida de uma mulher do interior, testemunha de uma geração marcada pela pobreza. Mas reflexões sociológicas desse tipo ficavam congeladas pelo sorriso tão amistoso como desprovido de dentes daquela figura capaz de cativar um Rodion Raskolnikov, personagem do romance "Crime e Castigo", de Fiódor Dostoiévski, que gostava de matar velhas. E o recital prosseguia:
"Eu e os meus irmãos
Éramos sete como eu queria
Hoje só restamos duas
A Alice e a Maria"
... e disse mais três ou quatro quadrinhas do género, que tenho pena de não ter decorado - as que consegui foi à força de a Dª Maria José repetir várias vezes o mesmo. Aliás, a pobre velhota sofria desse mal que a idade impõe à memória a curto prazo e faz muitos avozinhos dizerem repetidas vezes a mesma coisa, mas de cada vez como se fosse a primeira. "O menino é cá de Portimão?" foi uma pergunta que me papagaiou algumas dez vezes, sem nunca ter retido a resposta. Isto já na fase em que nos mostrou que também sabia falar em prosa:
"Eu criei uma menina que é hoje advogada. Não quer que eu lhe chame doutora. 'Pra si sou Rutinha como era dantes', diz-me ela a mim. A gente que estuda não é vaidosa", sentenciou, lançando uma luz optimista pela juventude de hoje. As coisas são certamente diferentes do que eram naquela época em que a Dª Maria José namoriscava, mas nem tudo mudou para melhor: "hoje as mulheres vestem calças e fumam. Que coisa feia! Eu não gosto de ver", confessou. E falar em fumar trouxe-lhe uma vez mais à memória a sua infância na miséria: "Apanhava pontas de cigarro do chão para o meu pai fumar. A minha mãe chateava-se. Dizia que era perigoso por causa da tuberculose. Era esquisita ela. Mas o meu pai respondia: 'ó mulher, eu ponho tudo no cachimbo, vai filtrado'".
Ao fim de algum tempo recapitulando estas histórias, dizendo e repetindo estas mesmas frases, a nossa matusalénica amiga chegou à conclusão de que era chegada a hora das despedidas:
"Agora vou andando
Não me posso demorar
Tenho o marido à espera
Capaz dele se chatear"
... e lá se foi a Dª Maria José Pratas, um livro ambulante, que não cheguei a saber se era em verso ou em prosa, mas que infelizmente nunca será escrito.
segunda-feira, agosto 25, 2003
Se Kafka soubesse...
Quem se espanta com a genialidade com que Franz Kafka engendrou os caricatos mecanismos burocráticos do seu "Processo", é porque nunca tirou um curso na Universidade de Coimbra. Eu ando a tentar...
Na verdade, já o terminei, curricularmente falando. Só me falta uma pequena coisa, um detalhe mínimo, cuja simplicidade suscitada à primeira vista não exala o mais leve odor do calvário que existe para o conseguir: uma folhinha a dizer que eu tirei o curso de Jornalismo da Faculdade de Letras e, já agora, se for humanamente possível, que me formei com 15 valores.
- É preciso comprar os impressos para requisição de diploma - responderá a invariavelmente antipática mulherzinha que estiver de serviço nesse dia ao balcão das "Certidões e Diplomas" da secretaria geral da universidade. A frase "é preciso comprar os impressos para requisição de diploma" será recitada a qualquer aluno que já tenha acabado o curso e queira cortar esse cordão umbilical que ainda o mantém unido à instituição em que se formou. Ó, utopia!
O inocente estudante estará ainda a pensar "bem, é só uma última chatice, destas a que me habituaram durante cinco anos". É nessa altura que lhe informam que o dito diploma, além de demorar mais de 10 anos a fazer, porque é escrito em latim e decorado por um velhote especialista em iluminuras que sozinho faz os diplomas de todos os que se formam na universidade, dizia eu, além de demorar pelo menos uma década a ficar pronto, irá custar qualquer coisa como 150 euros. Os mecanismos lógicos com que a Natureza dotou os animais racionais entram então em acção e mais não fazem do que adiar uma fatalidade.
- Espere, não estamos a falar da mesma coisa. Não faço questão da cartolina em latim. O que eu quero é só um papel normal, um certificado que ateste que eu concluí o curso. Com certeza que me podem fazer isso - diz o aluno, buscando algum alívio numa racionalidade que parecia se iria impor num caso tão corriqueiro.
- Sim, eu percebi - responde a Miss Antipatia, expondo então as minúcias da chantagem suprema - Mas, para ter a certidão é preciso pedir o diploma.
A dureza do golpe é sentida de forma proporcional à habituação que o jovem tenha em aplicar conceitos de justiça, valor, razão, e outros que tais, à vida quotidiana. Quanto mais depressa se livrar de pensamentos como "Eu, que passei todas as provas e me esforcei por ter sempre as propinas em dia, não terei o direito à prova oficial do meu empenho? Não terá a universidade a obrigação moral (senão legal) de me DAR esse documento?", quanto mais rapidamente deixar de ter esse tipo de reflexões, dizia, mais depressa o seu espírito encontrará alguma pacificação. A lógica não tem lugar no submundo das secretarias académicas. A autoridade e a prepotência imperam. Lutar é escusado. Jovem, depois de tudo o que pagaste até agora, mais 150 euros e és livre. OK, um último esforço...
Passados meses de ter pedido (e pago) o famigerado e caro "diploma", para que me dessem a bendita e barata "certidão", telefonei para a secretaria geral para saber se esta já estava pronta. "Só atendemos questões relacionadas com certidões e diplomas entre as nove e as dez da manhã", respondeu uma clone da mulherzinha que me tinha atendido anteriormente. Eram 10h30 e só me apetecia perguntar "por quê?", mas resisti à tentação e poupei-me a ouvir mais uma demonstração de sadismo burocrático, com a qual certamente seria brindado.
Na manhã seguinte, entre as 9h e as 10h, empunhava eu novamente o auscultador encostado ao ouvido e a minha hesitante mão direita tremelicava o mesmo número marcado na véspera... 239... 85... 99... 00... após o que se produziu o seguinte diálogo:
- Só um instante que eu vou ver se já está pronto. [pausa demorada]. Olhe, a sua certidão está aqui, mas tenho uma indicação de que tem ainda algumas dívidas de propinas que terá de saldar. Só depois é que poderá levantar a certidão.
- Oiça. Só pode haver um engano. Eu sempre tive as propinas em dia.
- Mas, eu tenho a indicação de que deve uma soma de um euro e trinta relativa à época 98/99 e também parece que tem aqui qualquer coisa de 97/98...
- !!!???
- ... mas, se me está a dizer que pagou, traga então os recibos ou as declarações do IRS que os seus pais apresentaram nesses anos...
- Minha senhora, acontece que os meus pais não estão a viver em Portugal e eu nem sequer sei se esses papéis ainda existem. Diga-me uma coisa, como é que é possível eu estar a dever o que quer que seja relativo a esses anos? Se bem me lembro, só depois de pagas as propinas é que era possível fazer a matrícula. Se eu estive matriculado, logo... - tentava eu inútil e teimosamente incluir a lógica do 2+2 num mundo em que o 5 era o resultado dessa operação.
- Pois, mas diz aqui que está a dever. Se me está a dizer que pagou, é só trazer os papéis que o comprovam...
- !?!?!?... - já ligeiramente atacado pela cólera - Minha senhora, supondo que eu não tenha comigo os papéis de que falou, quanto mais é que eu tenho de voltar a pagar para me darem o raio da certidão?
- Ah, mas se já pagou, não vai voltar a pagar, não é!?...
- ... Diga-me então uma coisa. Eu estou em Lisboa. Quando for aí a Coimbra tentar levantar a certidão, tem que ser entre as 9h e as 10h, ou pode ser a qualquer hora? - disse, derrotado pelas normas de desfuncionamento da secular instituição.
- Convinha ser dentro do horário da secretaria.
- Que é?...
- Então, das 10h ao meio-dia e, depois do almoço, das 14h às 16h30.
- Claro!...
Agora, o que me mói é que já sei o que me espera. Um dia, tiro uma folga para ir a Coimbra. Chego lá e não me dão a certidão porque... as relativas a cursos da Faculdade de Letras só podem ser entregues em dias pares e nós estamos num dia ímpar... ou porque é necessário preencher 30 páginas de uns impressos de levantamento de certidões, mas que só podem ser marcados a esferográfica roxa e eu, nesse dia, só tenho uma BIC preta.
No momento em que escrevo este desabafo só com a mão direita, o que a esquerda mantém encostado ao ouvido não é o auscultador do telefone, mas o cano de uma Colt calibre 22, que parece ser a única coisa capaz de me livrar da teia burocrática com que a minha querida universidade eferriá-chiribi-tatatatá me mantém aprisionado. O suor escorre-me pela testa e imagino como isto seria mais fácil se, pela minha porta, entrasse uma dessas carrascas da secretaria, que fizesse o favor de apertar o gatilho. Meu espírito, então, correria livre, finalmente, em direcção a um mundo sem impressos, sem selos, sem carimbos. Livre, enfim! "Como um cão..."
Quem se espanta com a genialidade com que Franz Kafka engendrou os caricatos mecanismos burocráticos do seu "Processo", é porque nunca tirou um curso na Universidade de Coimbra. Eu ando a tentar...
Na verdade, já o terminei, curricularmente falando. Só me falta uma pequena coisa, um detalhe mínimo, cuja simplicidade suscitada à primeira vista não exala o mais leve odor do calvário que existe para o conseguir: uma folhinha a dizer que eu tirei o curso de Jornalismo da Faculdade de Letras e, já agora, se for humanamente possível, que me formei com 15 valores.
- É preciso comprar os impressos para requisição de diploma - responderá a invariavelmente antipática mulherzinha que estiver de serviço nesse dia ao balcão das "Certidões e Diplomas" da secretaria geral da universidade. A frase "é preciso comprar os impressos para requisição de diploma" será recitada a qualquer aluno que já tenha acabado o curso e queira cortar esse cordão umbilical que ainda o mantém unido à instituição em que se formou. Ó, utopia!
O inocente estudante estará ainda a pensar "bem, é só uma última chatice, destas a que me habituaram durante cinco anos". É nessa altura que lhe informam que o dito diploma, além de demorar mais de 10 anos a fazer, porque é escrito em latim e decorado por um velhote especialista em iluminuras que sozinho faz os diplomas de todos os que se formam na universidade, dizia eu, além de demorar pelo menos uma década a ficar pronto, irá custar qualquer coisa como 150 euros. Os mecanismos lógicos com que a Natureza dotou os animais racionais entram então em acção e mais não fazem do que adiar uma fatalidade.
- Espere, não estamos a falar da mesma coisa. Não faço questão da cartolina em latim. O que eu quero é só um papel normal, um certificado que ateste que eu concluí o curso. Com certeza que me podem fazer isso - diz o aluno, buscando algum alívio numa racionalidade que parecia se iria impor num caso tão corriqueiro.
- Sim, eu percebi - responde a Miss Antipatia, expondo então as minúcias da chantagem suprema - Mas, para ter a certidão é preciso pedir o diploma.
A dureza do golpe é sentida de forma proporcional à habituação que o jovem tenha em aplicar conceitos de justiça, valor, razão, e outros que tais, à vida quotidiana. Quanto mais depressa se livrar de pensamentos como "Eu, que passei todas as provas e me esforcei por ter sempre as propinas em dia, não terei o direito à prova oficial do meu empenho? Não terá a universidade a obrigação moral (senão legal) de me DAR esse documento?", quanto mais rapidamente deixar de ter esse tipo de reflexões, dizia, mais depressa o seu espírito encontrará alguma pacificação. A lógica não tem lugar no submundo das secretarias académicas. A autoridade e a prepotência imperam. Lutar é escusado. Jovem, depois de tudo o que pagaste até agora, mais 150 euros e és livre. OK, um último esforço...
Passados meses de ter pedido (e pago) o famigerado e caro "diploma", para que me dessem a bendita e barata "certidão", telefonei para a secretaria geral para saber se esta já estava pronta. "Só atendemos questões relacionadas com certidões e diplomas entre as nove e as dez da manhã", respondeu uma clone da mulherzinha que me tinha atendido anteriormente. Eram 10h30 e só me apetecia perguntar "por quê?", mas resisti à tentação e poupei-me a ouvir mais uma demonstração de sadismo burocrático, com a qual certamente seria brindado.
Na manhã seguinte, entre as 9h e as 10h, empunhava eu novamente o auscultador encostado ao ouvido e a minha hesitante mão direita tremelicava o mesmo número marcado na véspera... 239... 85... 99... 00... após o que se produziu o seguinte diálogo:
- Só um instante que eu vou ver se já está pronto. [pausa demorada]. Olhe, a sua certidão está aqui, mas tenho uma indicação de que tem ainda algumas dívidas de propinas que terá de saldar. Só depois é que poderá levantar a certidão.
- Oiça. Só pode haver um engano. Eu sempre tive as propinas em dia.
- Mas, eu tenho a indicação de que deve uma soma de um euro e trinta relativa à época 98/99 e também parece que tem aqui qualquer coisa de 97/98...
- !!!???
- ... mas, se me está a dizer que pagou, traga então os recibos ou as declarações do IRS que os seus pais apresentaram nesses anos...
- Minha senhora, acontece que os meus pais não estão a viver em Portugal e eu nem sequer sei se esses papéis ainda existem. Diga-me uma coisa, como é que é possível eu estar a dever o que quer que seja relativo a esses anos? Se bem me lembro, só depois de pagas as propinas é que era possível fazer a matrícula. Se eu estive matriculado, logo... - tentava eu inútil e teimosamente incluir a lógica do 2+2 num mundo em que o 5 era o resultado dessa operação.
- Pois, mas diz aqui que está a dever. Se me está a dizer que pagou, é só trazer os papéis que o comprovam...
- !?!?!?... - já ligeiramente atacado pela cólera - Minha senhora, supondo que eu não tenha comigo os papéis de que falou, quanto mais é que eu tenho de voltar a pagar para me darem o raio da certidão?
- Ah, mas se já pagou, não vai voltar a pagar, não é!?...
- ... Diga-me então uma coisa. Eu estou em Lisboa. Quando for aí a Coimbra tentar levantar a certidão, tem que ser entre as 9h e as 10h, ou pode ser a qualquer hora? - disse, derrotado pelas normas de desfuncionamento da secular instituição.
- Convinha ser dentro do horário da secretaria.
- Que é?...
- Então, das 10h ao meio-dia e, depois do almoço, das 14h às 16h30.
- Claro!...
Agora, o que me mói é que já sei o que me espera. Um dia, tiro uma folga para ir a Coimbra. Chego lá e não me dão a certidão porque... as relativas a cursos da Faculdade de Letras só podem ser entregues em dias pares e nós estamos num dia ímpar... ou porque é necessário preencher 30 páginas de uns impressos de levantamento de certidões, mas que só podem ser marcados a esferográfica roxa e eu, nesse dia, só tenho uma BIC preta.
No momento em que escrevo este desabafo só com a mão direita, o que a esquerda mantém encostado ao ouvido não é o auscultador do telefone, mas o cano de uma Colt calibre 22, que parece ser a única coisa capaz de me livrar da teia burocrática com que a minha querida universidade eferriá-chiribi-tatatatá me mantém aprisionado. O suor escorre-me pela testa e imagino como isto seria mais fácil se, pela minha porta, entrasse uma dessas carrascas da secretaria, que fizesse o favor de apertar o gatilho. Meu espírito, então, correria livre, finalmente, em direcção a um mundo sem impressos, sem selos, sem carimbos. Livre, enfim! "Como um cão..."
quinta-feira, agosto 21, 2003
Pôr a boca no bobone
Respostas desconcertantes de Paula Bobone, esse vulto do pensamento contemporâneo português, ao questionário de Marcel Proust, publicadas pelo "Diário de Notícias" a 21 de Agosto de 2003, seleccionadas e completadas pelo sábio Vostradeis.
Marcel Proust (MP) - O que aprecia mais nos seus amigos?
Paula Bobone (PB) - Que me telefonem.
Vostradeis (V) - ... excepto quando estou no estrangeiro, porque aí quem paga o "roaming" sou eu.
MP - O seu principal defeito?
PB - Não perceber nada de política.
V - ... apesar de ser funcionária do Ministério da Cultura.
MP - Qual seria a sua maior desgraça?
PB - Perder a agenda.
V - ... preferia que a minha família fosse toda violada até à morte por um bando de ursos com sífilis.
MP - A flor que ama?
PB - Camélias da Chanel.
V - ... ou qualquer outra flor que seja de marca.
MP - O pássaro preferido?
PB - A borboleta.
V - ... e o meu mamífero preferido é a sardinha.
MP - Os autores favoritos em prosa?
PB - Freud e Voltaire.
V - ... ou lá quem foram os gajos que escreveram o "Flores para Crianças"...
MP - As suas heroínas na ficção?
PB - Branca de Neve, porque teve sete anões para a ajudar num momento difícil da vida.
V - ... qualquer uma que seja ajudada por anões, só pode ser uma grande heroína.
MP - As suas heroínas na História?
PB - Cleópatra VII, porque o seu nariz fez fazer mudar o mundo. É obra.
V - ... não é o nariz de qualquer um que faz fazer mudar alguma coisa.
MP - Como gostaria de morrer?
PB - Num trono doirado com anjinhos à volta, ouvindo canto gregoriano, vestida de Chanel, bebendo Coca-Cola.
V - ... não podia ser nada alcoólico, para eu não gregoriar o canto.
MP - Defeitos que lhe inspiram mais indulgência?
PB - A inveja dos "caretas". Tenho pena dos inferiores.
V - ... já agora, do alto da minha superioridade, o que quer dizer "indulgência"?
Respostas desconcertantes de Paula Bobone, esse vulto do pensamento contemporâneo português, ao questionário de Marcel Proust, publicadas pelo "Diário de Notícias" a 21 de Agosto de 2003, seleccionadas e completadas pelo sábio Vostradeis.
Marcel Proust (MP) - O que aprecia mais nos seus amigos?
Paula Bobone (PB) - Que me telefonem.
Vostradeis (V) - ... excepto quando estou no estrangeiro, porque aí quem paga o "roaming" sou eu.
MP - O seu principal defeito?
PB - Não perceber nada de política.
V - ... apesar de ser funcionária do Ministério da Cultura.
MP - Qual seria a sua maior desgraça?
PB - Perder a agenda.
V - ... preferia que a minha família fosse toda violada até à morte por um bando de ursos com sífilis.
MP - A flor que ama?
PB - Camélias da Chanel.
V - ... ou qualquer outra flor que seja de marca.
MP - O pássaro preferido?
PB - A borboleta.
V - ... e o meu mamífero preferido é a sardinha.
MP - Os autores favoritos em prosa?
PB - Freud e Voltaire.
V - ... ou lá quem foram os gajos que escreveram o "Flores para Crianças"...
MP - As suas heroínas na ficção?
PB - Branca de Neve, porque teve sete anões para a ajudar num momento difícil da vida.
V - ... qualquer uma que seja ajudada por anões, só pode ser uma grande heroína.
MP - As suas heroínas na História?
PB - Cleópatra VII, porque o seu nariz fez fazer mudar o mundo. É obra.
V - ... não é o nariz de qualquer um que faz fazer mudar alguma coisa.
MP - Como gostaria de morrer?
PB - Num trono doirado com anjinhos à volta, ouvindo canto gregoriano, vestida de Chanel, bebendo Coca-Cola.
V - ... não podia ser nada alcoólico, para eu não gregoriar o canto.
MP - Defeitos que lhe inspiram mais indulgência?
PB - A inveja dos "caretas". Tenho pena dos inferiores.
V - ... já agora, do alto da minha superioridade, o que quer dizer "indulgência"?
Estava aqui a pensar...
Em geral, as mulheres casadas ficam nervosas após a relação sexual. Elas sabem que o marido pode chegar a qualquer momento.
Em geral, as mulheres casadas ficam nervosas após a relação sexual. Elas sabem que o marido pode chegar a qualquer momento.
terça-feira, agosto 19, 2003
Pastéis de vento
pérolas da sabedoria zen
Antes de uma pessoa estudar o Zen, as montanhas são montanhas e as águas são águas. Depois de um primeiro contacto com a verdade zen, as montanhas não são mais montanhas e as águas não são mais águas. Mas, após a iluminação, as montanhas voltam a ser montanhas e as águas a ser águas..., só que uma certa dor de cabeça pode tornar-se desconfortável. Nessas alturas, a sabedoria zen recomenda um Guronsan.
pérolas da sabedoria zen
Antes de uma pessoa estudar o Zen, as montanhas são montanhas e as águas são águas. Depois de um primeiro contacto com a verdade zen, as montanhas não são mais montanhas e as águas não são mais águas. Mas, após a iluminação, as montanhas voltam a ser montanhas e as águas a ser águas..., só que uma certa dor de cabeça pode tornar-se desconfortável. Nessas alturas, a sabedoria zen recomenda um Guronsan.
quinta-feira, agosto 14, 2003
Os Guardiães da Língua
O jornal "Público" de hoje enumera "20 medidas para evitar a tragédia florestal". Reza a 18ª: "Recuperação das áreas ardidas deve ser melhor fiscalizada". O correcto seria "Recuperação das áreas ardidas deve ser mais bem fiscalizada". Isto porque "melhor" é o comparativo de superioridade de "bom". O de "bem" é "mais bem".
O jornal "Público" de hoje enumera "20 medidas para evitar a tragédia florestal". Reza a 18ª: "Recuperação das áreas ardidas deve ser melhor fiscalizada". O correcto seria "Recuperação das áreas ardidas deve ser mais bem fiscalizada". Isto porque "melhor" é o comparativo de superioridade de "bom". O de "bem" é "mais bem".
quarta-feira, agosto 13, 2003
Notícias a Partir
Incêndios: Tragédia atinge barracas na Azinhaga dos Besouros
LISBOA (Tusa) – O drama de um país em chamas continua a alastrar. Desta vez, os bombeiros foram chamados de urgência a intervir na Azinhaga dos Besouros, em Alfornelos, concelho da Amadora. Mas quando chegaram, já pouco havia a fazer.
O angolano Inocêncio Malambo, trabalhador da construção civil, abandonou apressado a sua moradia, uma modesta barraca de madeira altamente inflamável. “Tá tudo a arder, tá tudo a arder”, gritava, enquanto corria desesperado à procura de água. Ao fundo, via-se o fumo que saía das traseiras da sua casa.
“O que tá a arder é a língua dele”, afirmou Joventina Malambo, mulher de Inocêncio, que se prestou a falar à Agência Tusa, dado o estado de abalo do marido. “Esse burro pôs muito gindungo na moamba”, explicou. “O que é pior é que aquela língua não serve para mais nada nos próximos dias, a não ser para falar”, lamentou a vítima da tragédia.
Questionada sobre a fumarada que saía das traseiras da sua casa, Joventina exibiu um misto de surpresa e desespero, revelando que provavelmente a combustão tinha origem no quarto do seu filho Ednaelson, de 15 anos. “Querem ver que aquele sacana tá outra vez a fumar aqueles matos estranhos!? Tou farta de dizer que a polícia pega, mas ele não me ouve!”, exclamou, enquanto corria aflita para o quarto do fundo. Ao bater na porta, contudo, verificou que o adolescente já estava fora de perigo. “Tá-se beeeeeeeeeeeem, coooota!”, respondeu o jovem numa voz relaxada, sem destrancar a porta.
“A Azinhaga dos Besouros é sempre a mesma coisa”, afirmou Adolfo Gueira, um dos bombeiros voluntários destacados para intervir no local. “Na semana passada, recebemos uma chamada, que afinal era de um brasileiro que tinha apanhado um ‘esquentamento’. Na outra anterior, era um traficante cigano que dizia que a bófia lhe estava a ‘queimar’ o negócio. Isto só dificulta o trabalho dos bombeiros”, protestou o combatente das chamas, de regresso ao quartel na Amadora.
Incêndios: Tragédia atinge barracas na Azinhaga dos Besouros
LISBOA (Tusa) – O drama de um país em chamas continua a alastrar. Desta vez, os bombeiros foram chamados de urgência a intervir na Azinhaga dos Besouros, em Alfornelos, concelho da Amadora. Mas quando chegaram, já pouco havia a fazer.
O angolano Inocêncio Malambo, trabalhador da construção civil, abandonou apressado a sua moradia, uma modesta barraca de madeira altamente inflamável. “Tá tudo a arder, tá tudo a arder”, gritava, enquanto corria desesperado à procura de água. Ao fundo, via-se o fumo que saía das traseiras da sua casa.
“O que tá a arder é a língua dele”, afirmou Joventina Malambo, mulher de Inocêncio, que se prestou a falar à Agência Tusa, dado o estado de abalo do marido. “Esse burro pôs muito gindungo na moamba”, explicou. “O que é pior é que aquela língua não serve para mais nada nos próximos dias, a não ser para falar”, lamentou a vítima da tragédia.
Questionada sobre a fumarada que saía das traseiras da sua casa, Joventina exibiu um misto de surpresa e desespero, revelando que provavelmente a combustão tinha origem no quarto do seu filho Ednaelson, de 15 anos. “Querem ver que aquele sacana tá outra vez a fumar aqueles matos estranhos!? Tou farta de dizer que a polícia pega, mas ele não me ouve!”, exclamou, enquanto corria aflita para o quarto do fundo. Ao bater na porta, contudo, verificou que o adolescente já estava fora de perigo. “Tá-se beeeeeeeeeeeem, coooota!”, respondeu o jovem numa voz relaxada, sem destrancar a porta.
“A Azinhaga dos Besouros é sempre a mesma coisa”, afirmou Adolfo Gueira, um dos bombeiros voluntários destacados para intervir no local. “Na semana passada, recebemos uma chamada, que afinal era de um brasileiro que tinha apanhado um ‘esquentamento’. Na outra anterior, era um traficante cigano que dizia que a bófia lhe estava a ‘queimar’ o negócio. Isto só dificulta o trabalho dos bombeiros”, protestou o combatente das chamas, de regresso ao quartel na Amadora.
terça-feira, agosto 12, 2003
Re flexões de Verão
No intervalo dos fogos e das missas (e na antecâmara das férias) apetece-me postar um pouco. Bem sei que o tempo não me tem ajudado a brincar com as pérolas do dia ou alimentar o blogue do Pipi – sim camaradas, desde a avaliação das pivôtas dos telejornais nunca mais escrevi nada. Admito e fustigo-me com isso. Mas, apesar do cansaço, tenho dois lamentos a fazer.
O primeiro diz respeito àquilo que o Zizou já escreveu e que subscrevo, ampliando: NÃO HÁ CU PARA AS TELEVISÕES E QUEM CHAMA ÀQUILO DE JORNALISMO ESTÁ PROFUNDAMENTE ENGANADO, PORQUE É UMA MERDA AINDA PIOR DO QUE O PIOR JORNALISMO DE IMPRENSA QUE CONHEÇO.
Estive no terreno, junto dos meios operacionais no local (acho piada a esta linguagem militantemente militarizada dos bombeiros, mas isso fica para outro post, depois de Portugal ter ardido na totalidade como uma fagulha) e passei mais tempo a desmentir as televisões aos meus editores do que a trabalhar em concreto. Assisti a directos junto das frentes de fogo a falar sobre banalidades e fazendo eco de queixas de populares sem qualquer enquadramento prévio.
É a televisão em movimento do big show sic teletransportada para o país real. As casas em vez de ameaçadas transformavam-se em atingidas pelas chamas e se tinham sido atingidas passavam a ficar tomadas e destruídas pelos fogos. Os textos das agências e dos jornais on-line já indicavam povoações livres de perigo e a TV ainda insistia em evacuações que nunca aconteceram. Numa espiral que me recorda os milhares de mortos de timorenses nos ataques das milícias, mas isso já são contas de outro rosário que quero rezar noutra ocasião.
Depois, os pavões dos bombeiros falavam nas televisões no seu momento de glória, minutos depois de terem pedido às filhas para gravarem no vídeo as declarações. Ampliando os efeitos dos fogos para justificar mais meios e (quem sabe?) novos jipes de comando para o próximo ano. Aos autarcas ainda tolero o pânico de quem não está habituado, mas não aceito que comandantes de bombeiros digam em directo que está “tudo” destruído. Depois, após o rescaldo, vemos que, desse "tudo", ainda resta a ocupação humana do território, perdendo-se as árvores. Mais do que uma vez tive de perguntar a comandantes o que é que estava a arder depois de eles dizerem que estava “tudo” em chamas.
A segunda nota vai para um caso que vivi e me irritou solenemente dias antes da última época de incêndios. Sucedeu com um jornal de referência que publicou uma manchete fazendo eco de terroristas corsos a assaltar bancos em Viseu, Coimbra e Aveiro. A notícia não oferecia dúvidas e o jornalista assumia todas as declarações, não colocando sequer em dúvida a ligação dos assaltantes, entretanto detidos, com o Exército Nacional de Libertação Corsa. Não havia alegado ou presumível, nem sequer tempos compostos para permitir uma fuga do autor. Também fiz essa notícia e contactei (julgo) as mesmas fontes das forças de segurança que (pelo menos para mim) se contradiziam. Escrevi que a ligação do grupo com os terroristas não estava afastada das investigações e não era a possibilidade mais forte.
No dia seguinte, os chefes ligaram-me a questionar o porquê desse diário ter saído com uma coisa que eu não tinha dado. Admiti a minha total burridade e predispus-me a tentar obter aquilo que os outros já haviam dado mas, após dezenas de contactos (até para fora do país), confessei-me impotente e não consegui fazer a ligação tão simples.
Na edição do outro dia, outro jornal de referência fez uma manchete “alerta terrorista” citando e assumindo as mesmas fontes fidedignas como posições do jornalista.
Estava derrotado. Percebi aí que não servia para o jornalismo de investigação porque não conseguia obter uma coisa que DOIS jornais davam como adquiridos: a ligação dos assaltantes aos terroristas corsos, numa lógica aristotélica inabalável: se é corso é terrorista, se é assaltante corso é terrorista.
Afinal, não foi bem assim e os ditos corsos não eram terroristas, mas apenas assaltantes fortemente armados. Mas não vi os dois jornais de referência a desmentir as suas manchetes ou sequer a citar o comunicado da PJ que referenciava os detidos como criminosos de “delito comum”.
Assim vai o jornalismo. Preso das suas fontes e do sensacionalismo barato.
No intervalo dos fogos e das missas (e na antecâmara das férias) apetece-me postar um pouco. Bem sei que o tempo não me tem ajudado a brincar com as pérolas do dia ou alimentar o blogue do Pipi – sim camaradas, desde a avaliação das pivôtas dos telejornais nunca mais escrevi nada. Admito e fustigo-me com isso. Mas, apesar do cansaço, tenho dois lamentos a fazer.
O primeiro diz respeito àquilo que o Zizou já escreveu e que subscrevo, ampliando: NÃO HÁ CU PARA AS TELEVISÕES E QUEM CHAMA ÀQUILO DE JORNALISMO ESTÁ PROFUNDAMENTE ENGANADO, PORQUE É UMA MERDA AINDA PIOR DO QUE O PIOR JORNALISMO DE IMPRENSA QUE CONHEÇO.
Estive no terreno, junto dos meios operacionais no local (acho piada a esta linguagem militantemente militarizada dos bombeiros, mas isso fica para outro post, depois de Portugal ter ardido na totalidade como uma fagulha) e passei mais tempo a desmentir as televisões aos meus editores do que a trabalhar em concreto. Assisti a directos junto das frentes de fogo a falar sobre banalidades e fazendo eco de queixas de populares sem qualquer enquadramento prévio.
É a televisão em movimento do big show sic teletransportada para o país real. As casas em vez de ameaçadas transformavam-se em atingidas pelas chamas e se tinham sido atingidas passavam a ficar tomadas e destruídas pelos fogos. Os textos das agências e dos jornais on-line já indicavam povoações livres de perigo e a TV ainda insistia em evacuações que nunca aconteceram. Numa espiral que me recorda os milhares de mortos de timorenses nos ataques das milícias, mas isso já são contas de outro rosário que quero rezar noutra ocasião.
Depois, os pavões dos bombeiros falavam nas televisões no seu momento de glória, minutos depois de terem pedido às filhas para gravarem no vídeo as declarações. Ampliando os efeitos dos fogos para justificar mais meios e (quem sabe?) novos jipes de comando para o próximo ano. Aos autarcas ainda tolero o pânico de quem não está habituado, mas não aceito que comandantes de bombeiros digam em directo que está “tudo” destruído. Depois, após o rescaldo, vemos que, desse "tudo", ainda resta a ocupação humana do território, perdendo-se as árvores. Mais do que uma vez tive de perguntar a comandantes o que é que estava a arder depois de eles dizerem que estava “tudo” em chamas.
A segunda nota vai para um caso que vivi e me irritou solenemente dias antes da última época de incêndios. Sucedeu com um jornal de referência que publicou uma manchete fazendo eco de terroristas corsos a assaltar bancos em Viseu, Coimbra e Aveiro. A notícia não oferecia dúvidas e o jornalista assumia todas as declarações, não colocando sequer em dúvida a ligação dos assaltantes, entretanto detidos, com o Exército Nacional de Libertação Corsa. Não havia alegado ou presumível, nem sequer tempos compostos para permitir uma fuga do autor. Também fiz essa notícia e contactei (julgo) as mesmas fontes das forças de segurança que (pelo menos para mim) se contradiziam. Escrevi que a ligação do grupo com os terroristas não estava afastada das investigações e não era a possibilidade mais forte.
No dia seguinte, os chefes ligaram-me a questionar o porquê desse diário ter saído com uma coisa que eu não tinha dado. Admiti a minha total burridade e predispus-me a tentar obter aquilo que os outros já haviam dado mas, após dezenas de contactos (até para fora do país), confessei-me impotente e não consegui fazer a ligação tão simples.
Na edição do outro dia, outro jornal de referência fez uma manchete “alerta terrorista” citando e assumindo as mesmas fontes fidedignas como posições do jornalista.
Estava derrotado. Percebi aí que não servia para o jornalismo de investigação porque não conseguia obter uma coisa que DOIS jornais davam como adquiridos: a ligação dos assaltantes aos terroristas corsos, numa lógica aristotélica inabalável: se é corso é terrorista, se é assaltante corso é terrorista.
Afinal, não foi bem assim e os ditos corsos não eram terroristas, mas apenas assaltantes fortemente armados. Mas não vi os dois jornais de referência a desmentir as suas manchetes ou sequer a citar o comunicado da PJ que referenciava os detidos como criminosos de “delito comum”.
Assim vai o jornalismo. Preso das suas fontes e do sensacionalismo barato.
Incêndios
- Os jornalistas das televisões, sobretudo os encarregues dos directos, não estão a fazer, regra geral, um bom trabalho. Parecem convencidos que quanto mais depressa falarem e mais excitados parecerem, melhor desempenham a função, quando é ao contrário. A competição pelas melhores notícias, pelas melhores entrevistas ou pelas melhores fontes é útil e saudável, mas aqui aparece substituída por uma competição perversa, que transforma os directos numa espécie de circo. Acho até que os jornalistas competem com os das outras estações e até com os da mesma estação para tentar mostrar que é ali, no sítio onde estão, que está o verdadeiro perigo, que os meios são mais insuficientes, que as chamas são mais fortes e estão mais próximas, que as pessoas estão mais deseperadas, que há mais ovelhas mortas, que há mais casas ardidas... Compreendo que é difícil manter a serenidade e a ponderação nestas ocasiões, mas os jornalistas têm de entender que a exaltação exagerada não é boa para ninguém e acaba por resultar num espectáculo do mais puro histrionismo.
- Não duvido por um segundo do absoluto desespero das pessoas que perderam pinhais, animais ou casas, mas parece-me que ao pressentirem-se filmadas teatralizam a agonia e amplificam mais ainda as emoções que genuinamente sentem.
- Os jornalistas das televisões, sobretudo os encarregues dos directos, não estão a fazer, regra geral, um bom trabalho. Parecem convencidos que quanto mais depressa falarem e mais excitados parecerem, melhor desempenham a função, quando é ao contrário. A competição pelas melhores notícias, pelas melhores entrevistas ou pelas melhores fontes é útil e saudável, mas aqui aparece substituída por uma competição perversa, que transforma os directos numa espécie de circo. Acho até que os jornalistas competem com os das outras estações e até com os da mesma estação para tentar mostrar que é ali, no sítio onde estão, que está o verdadeiro perigo, que os meios são mais insuficientes, que as chamas são mais fortes e estão mais próximas, que as pessoas estão mais deseperadas, que há mais ovelhas mortas, que há mais casas ardidas... Compreendo que é difícil manter a serenidade e a ponderação nestas ocasiões, mas os jornalistas têm de entender que a exaltação exagerada não é boa para ninguém e acaba por resultar num espectáculo do mais puro histrionismo.
- Não duvido por um segundo do absoluto desespero das pessoas que perderam pinhais, animais ou casas, mas parece-me que ao pressentirem-se filmadas teatralizam a agonia e amplificam mais ainda as emoções que genuinamente sentem.
segunda-feira, agosto 11, 2003
Ainda o Pipi
O recém-criado blog Dedo Indicador lança para o ar uma teoria interessante sobre a verdadeira identidade do autor do Meu Pipi, que seria um tal de Paulo Querido. Tão interessante quanto falsa essa teoria. Mais uma...
Já tivemos a oportunidade de anunciar aqui em primeira mão que fomos nós que fizemos o site do Pipi. É uma criação nossa, do Núcleo Duro. Somos os maiores gestores de conteúdos da blogosfera e arredores. Foda-se!...
O recém-criado blog Dedo Indicador lança para o ar uma teoria interessante sobre a verdadeira identidade do autor do Meu Pipi, que seria um tal de Paulo Querido. Tão interessante quanto falsa essa teoria. Mais uma...
Já tivemos a oportunidade de anunciar aqui em primeira mão que fomos nós que fizemos o site do Pipi. É uma criação nossa, do Núcleo Duro. Somos os maiores gestores de conteúdos da blogosfera e arredores. Foda-se!...
What a Wonderful World
Astronabo
Iuri Malentchenko é russo, astronauta e um grande espertalhão. Pediu a namorada em casamento, enchendo-a de felicidade, e marcou o matrimónio para uma altura em que tinha uma boa desculpa para não aparecer na igreja: ia estar em missão na Estação Espacial Internacional (ISS). O que ele não esperava era que a noiva fosse ter à base da NASA, em Houston (EUA), onde os sacanas dos americanos tornaram o casamento possível via vídeo. Malentchenko sentiu-se um perfeito idiota, principalmente na parte em que o padre disse "se alguém aí no espaço tem alguma coisa contra esta união, que fale agora ou cale-se para sempre". Os marcianos e venusianos que assistiam à cerimónia, não se manifestaram.
Dizem os sábios que o grande problema do casamento, é que tu vais para a cama com a tua noiva e acordas na manhã seguinte com a tua mulher. Pois é, quando o cosmonauta voltar à Terra, lá para Outubro, o que irá encontrar? Uma gaja descuidada com a beleza e chata, a gritar-lhe "onde é que tu andaste?", "vens a cheirar a vodka" e merdas do género... Além do mais, sabe lá ele com quem é que a mulher está a passar a lua-de-mel neste momento(!?)... enquanto ele se entretém com o passatempo número um dos astronautas: a chamada "pívia no vácuo". Quando voltar, o capacete é capaz de não ser a única coisa a enfeitar-lhe a cabeça.
A história ensina-nos que a "táctica Malentchenko" não resulta. O conceito está todo errado e condenado ao fracasso. Em vez de ficar noivo e pirar-se para o espaço, devia ter-se casado (se tivesse mesmo de ser) em Terra firme e mandado para o espaço a sogra.
Astronabo
Iuri Malentchenko é russo, astronauta e um grande espertalhão. Pediu a namorada em casamento, enchendo-a de felicidade, e marcou o matrimónio para uma altura em que tinha uma boa desculpa para não aparecer na igreja: ia estar em missão na Estação Espacial Internacional (ISS). O que ele não esperava era que a noiva fosse ter à base da NASA, em Houston (EUA), onde os sacanas dos americanos tornaram o casamento possível via vídeo. Malentchenko sentiu-se um perfeito idiota, principalmente na parte em que o padre disse "se alguém aí no espaço tem alguma coisa contra esta união, que fale agora ou cale-se para sempre". Os marcianos e venusianos que assistiam à cerimónia, não se manifestaram.
Dizem os sábios que o grande problema do casamento, é que tu vais para a cama com a tua noiva e acordas na manhã seguinte com a tua mulher. Pois é, quando o cosmonauta voltar à Terra, lá para Outubro, o que irá encontrar? Uma gaja descuidada com a beleza e chata, a gritar-lhe "onde é que tu andaste?", "vens a cheirar a vodka" e merdas do género... Além do mais, sabe lá ele com quem é que a mulher está a passar a lua-de-mel neste momento(!?)... enquanto ele se entretém com o passatempo número um dos astronautas: a chamada "pívia no vácuo". Quando voltar, o capacete é capaz de não ser a única coisa a enfeitar-lhe a cabeça.
A história ensina-nos que a "táctica Malentchenko" não resulta. O conceito está todo errado e condenado ao fracasso. Em vez de ficar noivo e pirar-se para o espaço, devia ter-se casado (se tivesse mesmo de ser) em Terra firme e mandado para o espaço a sogra.
sábado, agosto 09, 2003
quinta-feira, agosto 07, 2003
Notícias a Partir
Praias: Traços de Oceano Atlântico nas fezes da Caparica
LISBOA (Tusa) - O Centro de Higiene e Eliminação de Impurezas e Ranho da Água (CHEIRA) revelou o resultado dos últimos exames à qualidade da água nas praias da Costa da Caparica. Os testes acusaram níveis elevados de água do Oceano Atlântico nas amostras de coliformes fecais recolhidas em várias praias, que perderam de imediato o direito a exibir a bandeira castanha. A situação mais grave verificou-se na Praia da Saúde, onde a população há meses vinha alertando as autoridades para o excesso de mar na porcaria. "Isto está impossível. Uma pessoa tem de ficar ao sol para sair bronzeada da praia. Dantes bastava um mergulho", afirmou Juca Galhão, presidente da Comissão Associada de Guarda Activa da Diarreia na Água (CAGADA), em declarações à Agência Tusa. "A nossa merda cheira a praia", lamentou o responsável da CAGADA.
Praias: Traços de Oceano Atlântico nas fezes da Caparica
LISBOA (Tusa) - O Centro de Higiene e Eliminação de Impurezas e Ranho da Água (CHEIRA) revelou o resultado dos últimos exames à qualidade da água nas praias da Costa da Caparica. Os testes acusaram níveis elevados de água do Oceano Atlântico nas amostras de coliformes fecais recolhidas em várias praias, que perderam de imediato o direito a exibir a bandeira castanha. A situação mais grave verificou-se na Praia da Saúde, onde a população há meses vinha alertando as autoridades para o excesso de mar na porcaria. "Isto está impossível. Uma pessoa tem de ficar ao sol para sair bronzeada da praia. Dantes bastava um mergulho", afirmou Juca Galhão, presidente da Comissão Associada de Guarda Activa da Diarreia na Água (CAGADA), em declarações à Agência Tusa. "A nossa merda cheira a praia", lamentou o responsável da CAGADA.
quarta-feira, agosto 06, 2003
Notícias a Partir
Israel: Atentado com bomba sexual faz dezenas de imundos
TELAVIVE (Arreuters) – Uma bomba sexual explodiu esta tarde no centro da capital israelita. Mais de 60 pessoas que se encontravam nas proximidades ficaram cobertas de esperma. O atentado foi reivindicado pelo grupo terrorista Hamas Turba, que enviou à televisão estatal um vídeo mostrando o homem-bomba-sexual a ultimar os preparativos do atentado. As equipas de limpeza começaram de imediato a retirar os estilhaços de langonha que cobriram vários prédios e ruas da zona, enquanto as vítimas foram transportadas para uma estação de lavagem automática de carros, onde receberam assistência. Enquanto isso, em Gaza e na Cisjordânia, milhares de palestinos foram para a rua comemorar o atentado, dançando e cantando "sex bomb, sex bomb, you're my sex bomb...", refrão de uma música do cantor Tom Jones.
Israel: Atentado com bomba sexual faz dezenas de imundos
TELAVIVE (Arreuters) – Uma bomba sexual explodiu esta tarde no centro da capital israelita. Mais de 60 pessoas que se encontravam nas proximidades ficaram cobertas de esperma. O atentado foi reivindicado pelo grupo terrorista Hamas Turba, que enviou à televisão estatal um vídeo mostrando o homem-bomba-sexual a ultimar os preparativos do atentado. As equipas de limpeza começaram de imediato a retirar os estilhaços de langonha que cobriram vários prédios e ruas da zona, enquanto as vítimas foram transportadas para uma estação de lavagem automática de carros, onde receberam assistência. Enquanto isso, em Gaza e na Cisjordânia, milhares de palestinos foram para a rua comemorar o atentado, dançando e cantando "sex bomb, sex bomb, you're my sex bomb...", refrão de uma música do cantor Tom Jones.
Notícias a Partir no Núcleo Duro
A partir de hoje, o Núcleo Duro irá assumir a sua vertente jornalística, lançando um novo serviço de breaking news chamado Notícias a Partir. A actualização constante da actualidade nacional e internacional, num serviço alimentado pelas agências Tusa, Arreuters, APnis e AFPeido, e pela nossa rede de correspondentes espalhados pelo mundo.
A partir de hoje, o Núcleo Duro irá assumir a sua vertente jornalística, lançando um novo serviço de breaking news chamado Notícias a Partir. A actualização constante da actualidade nacional e internacional, num serviço alimentado pelas agências Tusa, Arreuters, APnis e AFPeido, e pela nossa rede de correspondentes espalhados pelo mundo.
terça-feira, agosto 05, 2003
OK, fomos nós!
O Núcleo Duro decidiu, por maioria qualificada, reivindicar a autoria do atentado à moral e aos bons costumes da blogasfera, que dá pelo nome de O Meu Pipi. Muito se tem escrito sobre quem teria sido o verdadeiro autor desse blogue de culto, mas o Núcleo assume de uma vez por todas: Fomos nós!
Quem julgava que aquilo era feito só por um gajo estava enganado. O blogue que mais pisa o risco do mau gosto (sem o ultrapassar) surgiu, como não podia deixar de ser, do trabalho exaustivo de uma vasta equipa de criativos, composta por DJ Carcaça, ElCablogue, Ernesto, Tiberius, Vostradeis e Zizou.
A ideia surgiu numa tarde de poucos afoderes, enquanto coçávamos o chatagal. Idealmente, O Meu Pipi era um projecto que serviria como rampa de lançamento para o blogue Núcleo Duro, que em tempos se chamou Os Donos da Bloga. Com o passar do tempo, O Meu Pipi foi ganhando popularidade e hoje tem força para seguir sozinho o seu caminho. Mas não se aflijam os fãs do Pipi. Apesar de nos estarmos a dedicar de corpo e alma ao Núcleo Duro, não abandonaremos o nosso trabalho com aquele site, que será mantido como projecto paralelo.
O Núcleo Duro decidiu, por maioria qualificada, reivindicar a autoria do atentado à moral e aos bons costumes da blogasfera, que dá pelo nome de O Meu Pipi. Muito se tem escrito sobre quem teria sido o verdadeiro autor desse blogue de culto, mas o Núcleo assume de uma vez por todas: Fomos nós!
Quem julgava que aquilo era feito só por um gajo estava enganado. O blogue que mais pisa o risco do mau gosto (sem o ultrapassar) surgiu, como não podia deixar de ser, do trabalho exaustivo de uma vasta equipa de criativos, composta por DJ Carcaça, ElCablogue, Ernesto, Tiberius, Vostradeis e Zizou.
A ideia surgiu numa tarde de poucos afoderes, enquanto coçávamos o chatagal. Idealmente, O Meu Pipi era um projecto que serviria como rampa de lançamento para o blogue Núcleo Duro, que em tempos se chamou Os Donos da Bloga. Com o passar do tempo, O Meu Pipi foi ganhando popularidade e hoje tem força para seguir sozinho o seu caminho. Mas não se aflijam os fãs do Pipi. Apesar de nos estarmos a dedicar de corpo e alma ao Núcleo Duro, não abandonaremos o nosso trabalho com aquele site, que será mantido como projecto paralelo.
Vamos aprender com o Mike
Seguindo a nova tendência deste blog, aqui está uma nova secção: Vamos Aprender Com o Mike. Lições de moral e bons costumes seguindo o exemplo desse grande filantropo, Mike Tyson.
Meninos! Na lição de hoje, vamos aprender como é que se gasta dinheiro. O nosso amigo Mike, na sua carreira de 20 anos a violar gajas e a morder orelhas, ganhou entre 300 a 500 milhões de dólares.
Mas agora, o nosso amigo Mike está na bancarrota! Pois é, não lhe resta um tostão dos tais 300 a 500 milhões! E ainda deve dinheiro por cima!
E em que é que ele gastou o dinheiro? Bem, grande parte foi para os advogados. Mas um homem moderno tem as suas despesas. Por exemplo, em 1997 ele gastou 748 367 dólares para tratar dos jardins das suas três mansões. No ano passado, foi meio milhão de dólares em bugigangas para ele e para os amigos numa joalharia de Las Vegas.
A lista completa das dívidas dele, em inglês:
* $13 million to the IRS and $4 million for British taxes;
* $308,749.60 to a California limousine company;
* $173,706.05 to a Las Vegas jewelry company for a custom-made, 80-carat diamond necklace;
* $60,000 to a Beverly Hills, Calif., Ferrari dealership;
* $78,000 to Darius rugs, a Manhattan company;
* $30,000 to the Diamond Resort in Hawaii;
* $51,949.42 in child support to Kimberly Scarborough, the mother of his 13-year-old daughter, Mickey.
Reparem como o Mike sabe gastar dinheiro: 300 mil dólares para limusinas, mas só 51 mil para a filha! Já sabem: se alguma vez tiverem 300 milhões de dólares no bolso e não souberem como os gastar… Aprendam com o Mike!
Seguindo a nova tendência deste blog, aqui está uma nova secção: Vamos Aprender Com o Mike. Lições de moral e bons costumes seguindo o exemplo desse grande filantropo, Mike Tyson.
Meninos! Na lição de hoje, vamos aprender como é que se gasta dinheiro. O nosso amigo Mike, na sua carreira de 20 anos a violar gajas e a morder orelhas, ganhou entre 300 a 500 milhões de dólares.
Mas agora, o nosso amigo Mike está na bancarrota! Pois é, não lhe resta um tostão dos tais 300 a 500 milhões! E ainda deve dinheiro por cima!
E em que é que ele gastou o dinheiro? Bem, grande parte foi para os advogados. Mas um homem moderno tem as suas despesas. Por exemplo, em 1997 ele gastou 748 367 dólares para tratar dos jardins das suas três mansões. No ano passado, foi meio milhão de dólares em bugigangas para ele e para os amigos numa joalharia de Las Vegas.
A lista completa das dívidas dele, em inglês:
* $13 million to the IRS and $4 million for British taxes;
* $308,749.60 to a California limousine company;
* $173,706.05 to a Las Vegas jewelry company for a custom-made, 80-carat diamond necklace;
* $60,000 to a Beverly Hills, Calif., Ferrari dealership;
* $78,000 to Darius rugs, a Manhattan company;
* $30,000 to the Diamond Resort in Hawaii;
* $51,949.42 in child support to Kimberly Scarborough, the mother of his 13-year-old daughter, Mickey.
Reparem como o Mike sabe gastar dinheiro: 300 mil dólares para limusinas, mas só 51 mil para a filha! Já sabem: se alguma vez tiverem 300 milhões de dólares no bolso e não souberem como os gastar… Aprendam com o Mike!
Horário de Verão
A biblioteca municipal (municipal, digo outra vez) de Aveiro, no seu «horário de Verão», fecha durante a hora de almoço. Ou seja, quem a quiser frequentar entre as 13 e as 14.30 bate com o nariz na porta. Já para não falar que, à tarde, encerra às 18 horas. Depois queixam-se do analfabetismo, da iliteracia ou da baixa taxa de leitura...
A biblioteca municipal (municipal, digo outra vez) de Aveiro, no seu «horário de Verão», fecha durante a hora de almoço. Ou seja, quem a quiser frequentar entre as 13 e as 14.30 bate com o nariz na porta. Já para não falar que, à tarde, encerra às 18 horas. Depois queixam-se do analfabetismo, da iliteracia ou da baixa taxa de leitura...
Pastéis de vento
pérolas da sabedoria zen
Muitas pessoas têm medo de esvaziar a mente, temendo mergulhar no vazio. Não sabem que a sua própria mente é o vazio. O ignorante evita os fenómenos mas não o pensamento. O sábio evita o pensamento mas não os fenómenos. O Ronaldo evita o pensamento e é um fenómeno.
pérolas da sabedoria zen
Muitas pessoas têm medo de esvaziar a mente, temendo mergulhar no vazio. Não sabem que a sua própria mente é o vazio. O ignorante evita os fenómenos mas não o pensamento. O sábio evita o pensamento mas não os fenómenos. O Ronaldo evita o pensamento e é um fenómeno.
Wish list
A ideia, como é óbvio, não foi minha. Foi da New Yorker. E eu sou mais esperto que a outra, quando copio alguma coisa digo de quem estou a copiar, assim já não é plágio, é homenagem. OK?
Então é assim: a Amazon.com tem uma função chamada Wish List, em que cada utilizador pode meter os livros e etc. que quer comprar um dia destes mas não imediatamente.
A Amazon tornou as Wish Lists públicas, para que os amigos/familiares/amantes da criatura que fez a Wish List possam ter uma ideia do que lhe comprar no Natal. Ou seja, qualquer paspalho pode fazer uma busca pelo nome que lhe apetecer e bisbilhotar a respectiva Wish List.
Claro, lá por fazer uma busca por Zé Chunga, não quer dizer que o Zé Chunga que aparece seja o Zé Chunga de que estávamos à procura. Mas desconfio que esta lista é mesmo do ídolo de alguns dos membros deste blog.
Da mesma forma as escolhas deste doutor dão a impressão de que a lista também é do verdadeiro, do genuíno.
Já por exemplo esta mulher não deve ser a mesma do nosso ex-Presidente. Não a estou a ver a querer escrever filmes. Mas quem sabe, se calhar é mesmo verdade, e nesse caso Deus nos acuda.
Esta lista é que me deixa mesmo muitas dúvidas. Olhem para a secção que diz Unique Facts; parece um bocado de exagero. Ainda para mais, a lista inclui apenas um livro sobre investir na bolsa, o que pode ser sinal de confiança (está à espera de ser libertado e de ingressar no mundo da alta finança) ou desespero (está à espera de passar muitos anos na choça e vai ter tempo para ler coisas muito aborrecidas). Seja como for, o livro está esgotado.
A ideia, como é óbvio, não foi minha. Foi da New Yorker. E eu sou mais esperto que a outra, quando copio alguma coisa digo de quem estou a copiar, assim já não é plágio, é homenagem. OK?
Então é assim: a Amazon.com tem uma função chamada Wish List, em que cada utilizador pode meter os livros e etc. que quer comprar um dia destes mas não imediatamente.
A Amazon tornou as Wish Lists públicas, para que os amigos/familiares/amantes da criatura que fez a Wish List possam ter uma ideia do que lhe comprar no Natal. Ou seja, qualquer paspalho pode fazer uma busca pelo nome que lhe apetecer e bisbilhotar a respectiva Wish List.
Claro, lá por fazer uma busca por Zé Chunga, não quer dizer que o Zé Chunga que aparece seja o Zé Chunga de que estávamos à procura. Mas desconfio que esta lista é mesmo do ídolo de alguns dos membros deste blog.
Da mesma forma as escolhas deste doutor dão a impressão de que a lista também é do verdadeiro, do genuíno.
Já por exemplo esta mulher não deve ser a mesma do nosso ex-Presidente. Não a estou a ver a querer escrever filmes. Mas quem sabe, se calhar é mesmo verdade, e nesse caso Deus nos acuda.
Esta lista é que me deixa mesmo muitas dúvidas. Olhem para a secção que diz Unique Facts; parece um bocado de exagero. Ainda para mais, a lista inclui apenas um livro sobre investir na bolsa, o que pode ser sinal de confiança (está à espera de ser libertado e de ingressar no mundo da alta finança) ou desespero (está à espera de passar muitos anos na choça e vai ter tempo para ler coisas muito aborrecidas). Seja como for, o livro está esgotado.
Recompensas
O governador civil de Bragança diz que está a pensar em oferecer recompensas a quem der pistas sobre incendiários. É uma medida muito perigosa e que abre um precedente de consequências imprevisíveis. E vem de alguém de quem, sobretudo nestes momentos de maior exaltação, se deve exigir serenidade e ponderação, e não estes gestos fáceis para agradar ao povo.
Agora imaginem que alguém se lembra de acusar o vizinho do lado só porque não gosta dele, ou a senhora da mercearia da esquina porque a viu no pinhal, ou o pastor das ovelhas simplesmente porque sim... Isto de reclamar informações deste género a troco de dinheiro é perverso e não vai acabar bem.
O governador civil de Bragança diz que está a pensar em oferecer recompensas a quem der pistas sobre incendiários. É uma medida muito perigosa e que abre um precedente de consequências imprevisíveis. E vem de alguém de quem, sobretudo nestes momentos de maior exaltação, se deve exigir serenidade e ponderação, e não estes gestos fáceis para agradar ao povo.
Agora imaginem que alguém se lembra de acusar o vizinho do lado só porque não gosta dele, ou a senhora da mercearia da esquina porque a viu no pinhal, ou o pastor das ovelhas simplesmente porque sim... Isto de reclamar informações deste género a troco de dinheiro é perverso e não vai acabar bem.
Entre as fagulhas
Depois destes dias, com mais de mil quilómetros percorridos entre cinza, descobri que há palavras que são como as mulheres de má fama: usadas demasiadas vezes perdem o seu valor. Tragédia, catástrofe, labareda, reacendimento e milagre são algumas dessas que tentarei usar com (muito) mais parcimónia.
Depois do perigo e do sofrimento é agora a vez dos pavões políticos visitarem as aldeias que abandonaram sem remorsos.
Se Portugal fosse um país, estávamos todos demitidos.
Uma nota final: Hoje, à saída do Gavião, encontrei uma miúda de cinco anitos que chorava e eu, feito abutre, tentei saber porquê. Disse-me que boneca preferida dela tinha ardido porque os pais não quiseram voltar a casa, rodeada de chamas.
O mundo tá doido e pode ser que acabe de arder amanhã.
Depois destes dias, com mais de mil quilómetros percorridos entre cinza, descobri que há palavras que são como as mulheres de má fama: usadas demasiadas vezes perdem o seu valor. Tragédia, catástrofe, labareda, reacendimento e milagre são algumas dessas que tentarei usar com (muito) mais parcimónia.
Depois do perigo e do sofrimento é agora a vez dos pavões políticos visitarem as aldeias que abandonaram sem remorsos.
Se Portugal fosse um país, estávamos todos demitidos.
Uma nota final: Hoje, à saída do Gavião, encontrei uma miúda de cinco anitos que chorava e eu, feito abutre, tentei saber porquê. Disse-me que boneca preferida dela tinha ardido porque os pais não quiseram voltar a casa, rodeada de chamas.
O mundo tá doido e pode ser que acabe de arder amanhã.
segunda-feira, agosto 04, 2003
Vostradeis vs Maria/Natércia
Não resisto a retirar dos comentários este bonito diálogo entre Vostradeis e a Maria e a Natércia. A negro estão as partes mais interessantes e instrutivas.
Natércia: ó seu ... armado em macho: lamento informar mas a Maria tem razão. Pessoalmente eu já arranjei companheiro que não é um homem: é o homem. Fantasias, só com o Brad, mas quem não as tem? aliás, fantasias sexuais só são boas porque são exactamente... fantasias! As fantasias não têm pilosidades demais, barba mal escanhoada, massa adiposa no abdómen, nem borbulhas nos glúteos. não querendo entrar em pormenores, já há muito que encontrei quem me preenche os devaneios, enquanto você, coitadinho!!!! Pela sua conversa, você é daqueles que transa com prostitutas usadas e com as mamas caídas só para te convenceres, a ti e aos outros, que nunca aconteceu aquela cena lá no vestiário, com o tal time, e no fim ainda se convence que é muito macho só porque a tal zinha tinha as tetas grandes". Aluga uma vaca leiteira, homem! Assim o esforço de se mostrar viril não é tão penoso: ocê fica com leitinho quente, com espuma, para beber todo o santo dia.
Maria: caro bosta-dás: gosto de homens, não de bichonas. Tu não me servias nem como supositório. Sabes qual é a diferença entre um homossexual e uma bichona? Os primeiros assumem, pelo menos para si próprios, que o são e por isso merecem todo o respeito; os segundos são-no efectivamente mas passam a vida a tentar esconder de si mesmos e dos outros essa evidência. Tentei ajudar-te, lamento que não queiras os contactos de amigos meus que, tal tu, revelam outros gostos. Considero que é inútil desperdiçar mais tempo contigo. A partir de hoje, qualquer comentário que faças a meu respeito, considero-o o que o teu nome fictício sugere: uma autêntica bosta. (Mas quem é que convidou este gajo para empestar o blog?)
Vostradeis: Ai, maria. Ficas tão sexy quando refilas. Estou-te a imaginar ligeiramente ruborizada, com as bochechas quentinhas. Por falar nisso, e este calor que está a fazer, hã? Tens suado muito, tens. Adoro imaginar-te suada. Eu a conduzir uma pedra de gelo pelo teu corpo. Tu a arrepiares. Os teus mamilos a retesarem-se. Nós a perdermo-nos de amor, em posições exóticas, até à exaustão. E no fim eu perguntava: "Doeu?". E tu respondias: "Doeu, mas foi maravilhoso". Ai, Maria, minha Maria... por quê continuas a resistir ao destino?
Não resisto a retirar dos comentários este bonito diálogo entre Vostradeis e a Maria e a Natércia. A negro estão as partes mais interessantes e instrutivas.
Natércia: ó seu ... armado em macho: lamento informar mas a Maria tem razão. Pessoalmente eu já arranjei companheiro que não é um homem: é o homem. Fantasias, só com o Brad, mas quem não as tem? aliás, fantasias sexuais só são boas porque são exactamente... fantasias! As fantasias não têm pilosidades demais, barba mal escanhoada, massa adiposa no abdómen, nem borbulhas nos glúteos. não querendo entrar em pormenores, já há muito que encontrei quem me preenche os devaneios, enquanto você, coitadinho!!!! Pela sua conversa, você é daqueles que transa com prostitutas usadas e com as mamas caídas só para te convenceres, a ti e aos outros, que nunca aconteceu aquela cena lá no vestiário, com o tal time, e no fim ainda se convence que é muito macho só porque a tal zinha tinha as tetas grandes". Aluga uma vaca leiteira, homem! Assim o esforço de se mostrar viril não é tão penoso: ocê fica com leitinho quente, com espuma, para beber todo o santo dia.
Maria: caro bosta-dás: gosto de homens, não de bichonas. Tu não me servias nem como supositório. Sabes qual é a diferença entre um homossexual e uma bichona? Os primeiros assumem, pelo menos para si próprios, que o são e por isso merecem todo o respeito; os segundos são-no efectivamente mas passam a vida a tentar esconder de si mesmos e dos outros essa evidência. Tentei ajudar-te, lamento que não queiras os contactos de amigos meus que, tal tu, revelam outros gostos. Considero que é inútil desperdiçar mais tempo contigo. A partir de hoje, qualquer comentário que faças a meu respeito, considero-o o que o teu nome fictício sugere: uma autêntica bosta. (Mas quem é que convidou este gajo para empestar o blog?)
Vostradeis: Ai, maria. Ficas tão sexy quando refilas. Estou-te a imaginar ligeiramente ruborizada, com as bochechas quentinhas. Por falar nisso, e este calor que está a fazer, hã? Tens suado muito, tens. Adoro imaginar-te suada. Eu a conduzir uma pedra de gelo pelo teu corpo. Tu a arrepiares. Os teus mamilos a retesarem-se. Nós a perdermo-nos de amor, em posições exóticas, até à exaustão. E no fim eu perguntava: "Doeu?". E tu respondias: "Doeu, mas foi maravilhoso". Ai, Maria, minha Maria... por quê continuas a resistir ao destino?
O meu herói
O ar condicionado foi inventado por este sujeito. Graças a esta portentosa criação, regiões inóspitas do planeta, como o Sudeste dos EUA ou o Alentejo, passaram finalmente a ser habitáveis. A espécie humana libertou-se do martírio do calor. Não foi há 100 anos nem o aniversário é hoje, mas não interessa: o ar condicionado foi a maior invenção da história da humanidade, e deve ser celebrado todos os dias, sobretudo quando está calor.
O ar condicionado foi inventado por este sujeito. Graças a esta portentosa criação, regiões inóspitas do planeta, como o Sudeste dos EUA ou o Alentejo, passaram finalmente a ser habitáveis. A espécie humana libertou-se do martírio do calor. Não foi há 100 anos nem o aniversário é hoje, mas não interessa: o ar condicionado foi a maior invenção da história da humanidade, e deve ser celebrado todos os dias, sobretudo quando está calor.
Escutas telefónicas - edições de bolso
Ernesto: Oh Zé, meu, estou desesperado, arranja-me lá uma garrafinha de soro.
Zé (traficante de drogas duras e soro): Oh Ernesto, sabes que essa merda tá cara, magano. Arranjo-te uma mas só por 50 euros.
Ernesto: Obrigadinha, amigalhaço, o preço que se f... A colega do lado deixa sempre a carteira quando vai mijar e eu saco-lhe o dinheiro. Passo aí pelo Intendente às três e meia, pode ser? Mas vê lá se arranjas material de primeira qualidade, ó c...!
Ernesto: Oh Zé, meu, estou desesperado, arranja-me lá uma garrafinha de soro.
Zé (traficante de drogas duras e soro): Oh Ernesto, sabes que essa merda tá cara, magano. Arranjo-te uma mas só por 50 euros.
Ernesto: Obrigadinha, amigalhaço, o preço que se f... A colega do lado deixa sempre a carteira quando vai mijar e eu saco-lhe o dinheiro. Passo aí pelo Intendente às três e meia, pode ser? Mas vê lá se arranjas material de primeira qualidade, ó c...!
sexta-feira, agosto 01, 2003
What a Wonderful World
Bobípede
Uma nova pista sobre a evolução das espécies. Desde Darwin, muitas teorias foram escritas sobre como o homem terá chegado a uma forma bíbede, que lhe evitou as piadinhas das avestruzes e das galinhas por andar de quatro, ao mesmo tempo que lhe libertou as mãos para outro tipo de tarefas, como tirar macacos do nariz, dar uns tabefes na mulher e nos filhos, etc.
Ora bem, arqueólogos americanos fizeram uma descoberta que pode indicar que o salto da posição de quatro para a de dois terá sido dado muito antes, por uma raça rara de canídeos. Em Oklahoma City, nasceu um cão com duas pernas que pode ser uma chave para esse mistério. Faith é um cadelo perfeitamente normal e competente a aprender truques, respondendo com relativa eficácia às ordens "senta", "deita", "rola" e "finge de morto". Só não se dá muito bem quando lhe pedem "dá a pata". Geralmente, cai para o lado.
Bobípede
Uma nova pista sobre a evolução das espécies. Desde Darwin, muitas teorias foram escritas sobre como o homem terá chegado a uma forma bíbede, que lhe evitou as piadinhas das avestruzes e das galinhas por andar de quatro, ao mesmo tempo que lhe libertou as mãos para outro tipo de tarefas, como tirar macacos do nariz, dar uns tabefes na mulher e nos filhos, etc.
Ora bem, arqueólogos americanos fizeram uma descoberta que pode indicar que o salto da posição de quatro para a de dois terá sido dado muito antes, por uma raça rara de canídeos. Em Oklahoma City, nasceu um cão com duas pernas que pode ser uma chave para esse mistério. Faith é um cadelo perfeitamente normal e competente a aprender truques, respondendo com relativa eficácia às ordens "senta", "deita", "rola" e "finge de morto". Só não se dá muito bem quando lhe pedem "dá a pata". Geralmente, cai para o lado.
What a Wonderful World
Um bar do caralho, ou melhor, sem
Um post recente publicado neste blog provocou um alarido sem precedentes nem cabimento junto da comunidade gay. Não temos nada contra essa rabetagem, a não ser quando se torna histérica. Aliás, podemos mesmo ser considerados apreciadores da homossexualidade, uma vez que os nossos filmes preferidos do canal 18 são aqueles com lésbicas. Para provar que não somos preconceituosos, damos conta de uma notícia perfeitamente homo: Abriu, em São Petersburgo, o Triel, o primeiro bar de fufas de toda a Rússia. Como qualquer macho, os membros dos membros do Núcleo Duro adoram lésbicas, têm fantasias com elas, e não percebem porque é que elas só são boazonas nos filmes porno...
Um bar do caralho, ou melhor, sem
Um post recente publicado neste blog provocou um alarido sem precedentes nem cabimento junto da comunidade gay. Não temos nada contra essa rabetagem, a não ser quando se torna histérica. Aliás, podemos mesmo ser considerados apreciadores da homossexualidade, uma vez que os nossos filmes preferidos do canal 18 são aqueles com lésbicas. Para provar que não somos preconceituosos, damos conta de uma notícia perfeitamente homo: Abriu, em São Petersburgo, o Triel, o primeiro bar de fufas de toda a Rússia. Como qualquer macho, os membros dos membros do Núcleo Duro adoram lésbicas, têm fantasias com elas, e não percebem porque é que elas só são boazonas nos filmes porno...