APELO SINCERO
Daqui faço um apelo sincero: JPP sai deste universo.
É demasiado importante (perdoe-me o tratamento informal que lhe dirijo apesar da sua vasta proverbialidade merecer, quiçá, um tratamento sempre na segunda pessoa do plural) para passear com a sua omnipotência pelo universo bloggiano de meros mortais que somos. Preferia que tivesse utilizado um nick menos perceptível ou nem sequer retribuisse os cumprimentos que lhe dirigimos na esperança de um palpebrar de sobrancelhas seu para a nossa existência. A partir do momento em que despiu a armadura do anonimato e vestiu o papel de Zé Maria neste cosmos orwelliano pós-Teresa Guilherme, todos nos sentimos coagidos a buscar os nossos minutos (ou linhas) de fama. Parecemos galinhas em torno do seu blog à espera de um suspiro com o nosso nome.
Mesmo eu, que lia os seus textos com (algum) interesse nos jornais e respeitava o ar de cátedra perante a realidade, sinto-me agora coagido a buscar o seu beneplácito régio. Até acho que, perante o quadro actual da política, é alguém que merece a consideração do cidadão comum (excepto na TSF, que já não há paciência para os vossos devaneios partidocratas). Apesar disso, não deve descer do pedestal onde se encontra.
É certo que isto não deveria ser assim. Mas esta sociedade de arroz doce e cigarros light obriga-nos a procurar reconhecimento social como cães em busca de ossos. Temos todos de ter reconhecimento pelo nosso semelhante. Ou uma câmara de TV ou umas palmadinhas nas costas. Para podermos sonhar que somos uns nóbeis em potência mas nunca fizemos nada para tirar o rabo do banco em frente ao computador. Cada um de nós com os nossos empregozinhos miseráveis e satisfeitinhos com pastéis de nata encimados por canela. E sentimo-nos felizes.
Agora, com a sua presença, somos quais emplastros em busca do seu olhar atento. À frente das câmaras e dos écrãs na esperança pueril de nos transformamos nos Marcos deste Big Blogger.
Não sei, nem quero saber se o JPP é o JPP. Como diz Habermas, "o que parece é sempre mais importante do que o que é", num upgrade da concepção kantiana do mundo que tanto aprecio. Para bem de todos nós, deixe de nos citar ou então desminta que é o JPP, assumindo ser apenas o JPP.
Cordialmente.
Que a Força esteja convosco.
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