Crónicas ao relento
Esta semana estive escalado para fazer relatos de jogos de futebol da selecção sub-21 no torneio do Vale do Tejo. É giro fazer jogos de futebol quando não se percebe nada daquilo que se está a ver. Mas como os putativos especialistas dos desportivos também não pescam nada, não há problema nenhum.
Todos os jornalistas só tinham olhos para as diabruras do Quaresma que lutava para impressionar os olheiros do Manchester, do Legia de Varsóvia e do Brondby, qualquer um dos clubes com legítimas aspirações para conquistar o coração daquele cigano vagabundo do ataque português e de um clube do norte que gerou o novo Cisma (depois dos do Oriente e do Ocidente, é a vez dos galegos) ao eleger um Papa não italiano e sem a aprovação da cúria do Vaticano. Apenas com o apoio do D. Januário Torgal Ferreira e do D. Eurico Dias Nogueira.
Para mim na selecção ficou-me somente o travo amargo da constatação que as semelhanças entre o Drogba e o Varela reduzem-se apenas à espessura capilar.
Além disso, da selecção de todos nós sobrou apenas as azelhices do podão (é assim que se escreve?!) do Hugo Almeida, um armário de três portas com mais jeito para guardar camisas do que para jogar com a bola. Imensamente lento e imensamente fraco de pés, salvou-se a cabeça do homem que até pode vir a ser o ponta-de-lança da selecção nacional depois do fracasso da ex-futura promessa Postiga e da falta de vontade em naturalizar o Derlei, o Liedson, o Gaucho ou o Fábio Felício.
Não. O que me ficou na retina e guardarei na memória durante muitos e longos anos é a qualidade estética da selecção da Geórgia, que apesar de ter ficado em quarto lugar revelou pormenores de belas-artes. Eles só têm 17 e 18 anos pelo que o futuro poderá reservar muitas surpresas em relação a alguns dos astros da equipa do Cáucaso, um Camarões em potência se a poluição radioactiva do Mar Aral não fizer mais vítimas.
Desde já destaco Chelidze, o grande extremo que pôs a cabeça em água (e o resto do corpo, da forma como ele suou) de José Gonçalves (outro Ricardo Rocha em potência mas em preto, que ganhou lugar naquele espaço táctico entre a posição de defesa-central e de defesa-esquerdo, permitindo-se a ser ultrapassado pelos dois lados).
Mas além desse, temos o camisa 10 Tsinamdzgvrishvili e a referência última que é Khumarashvili. Nomes grandes que vamos todos ouvir falar muitas vezes.
Para memória futura, junto segue a equipa da Geórgia que o firmamento do futebol aguarda ansiosamente: Tevdorazde, Mchedlishvili, Gvadzabia, Khidesheli, Elbankidze (Tomashvili, 67), Makharadze, Ganugrava (Chimakadze, 75), Chelidze, Chirikashvili, Bzhalava (Kakhelishvili, 43) e Gotsiridze (Tsinamdzgvrishvili, 80).
Agora, espero que os leitores do nosso prestigiado blogue digam alto e em bom som o nome destas estrelas do amanhã.
Sem se engasgarem
Boa Sorte.
PS: O treinador chama-se Zhorzhikashvili, essa velha raposa dos separatistas chechenos, que luta ainda pela Grande Geórgia, herdeira do império sassânida.
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