Crónicas daquilo que eu não gosto
Os trinaranjus
Não gostos dos tirananjus porque julgam que têm gás mas não passam de concentrado de sumo diluído em água. Diluídos na modorra da política, os trinaranjus julgam-se políticos apenas porque conhecem o vereador tal ou o ministro sicrano. Não passam de coladores de cartazes vestidos com Lacoste e Giovanni Galli, que sonham em ser secretário ou assessor de algum politiqueiro sénior.
O PSD foi sempre um partido estranho. É social-democrata mas é de direita e foi criado por um conjunto de tipos que chegaram a subscrever a democracia como via para o socialismo. Um local onde convivem personagens tão diversas como Miguel Veiga, João Jardim, Santana Lopes, Marques Mendes ou Mota Amaral. Uma amálgama de opus deis, copus night, e maçons, que honram a memória de um tipo que traía a mulher e de um outro que deixava escorregar saliva pelos cantos da boca.
Apesar disso, o PSD parece o Benfica. Ganhou muitos campeonatos, mas sempre com equipas tão diferentes que nada os liga. Pensar que o Sousa Franco já foi do PSD e que o Manuel Monteiro frequentou ali os primeiros alvores da sua emancipação é algo que me preocupa. A única linha ideológica constante do PSD é a conquista do poder, nem que seja à custa do passado.
E nisso os trinaranjus são o pior exemplo, fundando gerações de inaptos cuja única profissão é serem deputados, assessores eternos de autarquias ou juristas de organismos públicos. Sem a argúcia de Carlos Pimenta ou (quanto muito) de Passos Coelho, aos trinaranjus resta-lhes a consolação de comerem os ossos dos seniores, à espera de se sentarem, um dia destes, à mesa dos grandes.
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