terça-feira, julho 22, 2003

Não, não tenho mais pequeno!



No fim-de-semana passado, fui à piscina, com o meu amigo DJCarcaça. Ao tentar pagar a entrada com uma nota de 20 euros, recebi a seguinte reacção:
– Ah, não tenho troco para lhe dar – disse-me a funcionária, com um ar aborrecido, como se acreditasse que eu tinha algum prazer psicopático em pagar tudo em notas para poder ficar com as moedinhas do país todas para mim.
– Como assim, não tem troco?...

Ao mesmo tempo que dizia isto, tentava imaginar a maneira menos mal-criada de explicar à mulher que é obrigação dela (ou do patrão) ter moedas na caixa para dar troco às pessoas. Escusado!... A situação afigurava-se tão clara como injusta: eu queria ir à piscina, logo, o problema em ter ou não dinheiro trocado para pagar era meu. Para a LIS Empresa Municipal de Desporto, que gere a piscina da Penha de França (Lisboa), era indiferente se eu queria tanto nadar a ponto de me virar para conseguir umas moedas.

Mas, a situação não é certamente nova para ninguém em Portugal. Seja em lojas, cafés, até em supermercados, o "ah, não tenho troco para lhe dar" é, a par da pergunta "não tem mais pequeno?", das expressões mais utilizadas no comércio – em algumas casas até mais do que "bom dia, em que posso ser útil" e "obrigado, volte sempre".

Tá mal! E vai continuar mal enquanto deixarmos. Agora, sempre que me pedem mais pequeno, procuro na carteira uma nota ainda maior. Eles que se virem para arranjar troco. Caso contrário, saio e vou comprar a outro lado. Se toda a gente fizesse o mesmo, os trocos começavam a aparecer.

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