Eu estou com a Maria: acho esta discussão um bocado estéril e parece-me que não vai levar a lado nenhum. Qual a intenção?: traçar a fronteira entre quem é bom jornalista e quem não é? Perceber quem é jornalista e quem não é? Saber quem tem carteira e quem não tem? Definir jornalismo?
O bom jornalismo não precisa de ser anunciado ou premiado (foi triste ver os jornalistas que estiveram no Iraque serem gratificados pelo PR). O mau jornalismo normalmente denuncia-se a si próprio: quando é “divertido”, por exemplo, ou quando é “incisivo”, no sentido de ser movido por causas muitas vezes obscuras.
O Pedro Mexia tem um ar asqueroso, com aquela barbicha loura de marialva, escreve num semanário de direita de má reputação e tem um blog com visibilidade, descreve os jantares com os amigos como se fossem coisas importantes, tem a mania que é engraçado, arma-se em cavaleiro andante da direita contra a esquerda... E depois? Qual é o problema? Onde está o perigo? Qual a causa para tanta embirração? O homem é inofensivo, não passa de um sujeito com opinião sobre tudo, que a publicita nos meios onde o deixam (jornal) e onde quer (blog) fazê-lo. Acho que são vocês que lhe estão a dar demasiada importância e a transformá-lo em mais do que aquilo que ele é.
Pior do que o “fenómeno Mexia” – porque sabemos quem é, de onde vem e para onde vai – é a acção política encapotada de jornalismo, a intriga partidária feita nas páginas dos jornais, os jogos de bastidores patrocinados e estimulados pelas redacções, os jogos de poder, as pressões (a que muitas vezes se cede), os interesses, o abuso das fontes anónimas, a opinião mascarada de informação... tudo feito de forma mais ou menos subtil, subreptícia, a coberto de jornalismo.
PS: tal como a Maria, também não sou namorado do Pedro Mexia, nem primo, nem amigo, nem conhecido...
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